Várias entidades ambientalistas de Fortaleza, mobilizados pela Associação dos Moradores do Bairro Dias Macedo, iniciam uma nova luta: querem parte da área que petence à Base Aérea, no entorno da avenida Carlos Jereissati, que dá acesso ao Aeroporto Internacional Pinto Martins, transformada em um parque.
MANIFESTO PELA CRIAÇÃO DO PARQUE OLINDA
A cidade cresce de forma cada vez mais acelerada e desordenada, quase sempre sacrificando sua natureza e a qualidade de vida de seus moradores (as). Enquanto aumentam as preocupações com a preservação, proteção e ampliação dos espaços e recursos naturais aqui e no mundo, Fortaleza permanece, ainda que haja avanços a comemorar, longe de garantir condições que permitam o mínimo de áreas verdes para o uso coletivo de seus habitantes. Quanto mais periférica a região da cidade, menos convivência com a natureza tem a sua população. Quanto menor a convivência com a natureza e o meio ambiente preservado, maior a degradação e a pobreza. Sabendo dessa realidade, nosso povo se organiza nos quatro cantos da cidade para defender a preservação, o cuidado e o uso coletivo das poucas áreas que sobreviveram a décadas e décadas de degradação, especulação, grilagem, destruição e outras tantas agressões contra nossa natureza.
Mais uma dessas agressões está para ser cometida em Fortaleza. Levantamos a voz e os punhos para detê-la, nos juntando aos muitos e muitas que defendem a cidade através da luta pela preservação do meio ambiente em seus bairros e regiões.
Com a construção da avenida (Carlos Jereissati) que dá acesso ao Aeroporto Internacional Pinto Martins, uma extensa área verde pertencente à Base Aérea foi cortada, separando um terreno grande e arborizado do restante da área militar, e permanecendo de propriedade e responsabilidade da base. Desde a obra na avenida até hoje o terreno vem sendo constantemente degradado, tendo ocorrido nele estupros, assassinatos, incêndios e assaltos frequentes, além do consumo de drogas, da ocultação de produtos de roubo e das rampas de lixo no local. A cerca que contorna a área do lado da Avenida Carlos Jereissati quase não existe mais; o muro ladeado por duas ruas do bairro Dias Macêdo está quebrado e sem manutenção, possibilitando a entrada de marginais e causando medo a população que passa e/ou mora na área. O comando da Base Aérea afirma zelar pela propriedade pública sob sua responsabilidade, mas as condições do local contradizem a afirmativa. A última notícia é que o terreno foi negociado pela Base Aérea com uma empresa do exército brasileiro que atua no ramo de habitações e deve dar lugar a casas para militares, o que seria uma agressão ao já quase inexistente meio ambiente local na última área pública das imediações que ainda pode ser preservada. Por que então não preservá-la e destiná-la ao uso coletivo?
O Dias Macedo e região, onde o terreno está situado, carecem de praças e áreas públicas para o uso de seus milhares de habitantes, particularmente jovens, crianças e idosos.
Vítima do crescimento rápido e desordenado, a população do local viu desaparecer boa parte do meio ambiente do entorno e seus recursos naturais, o que fez o meio e modo de vida de muitos (as) desaparecerem junto com a perda; o descontrole, a violência urbana, a impermeabilização do solo e o aumento da temperatura ocuparam o que antes era natureza.
Tais perdas comprometem nosso presente e são uma dura herança para o futuro do povo da região e da cidade, se não agirmos agora em defesa do meio ambiente que compartilhamos.
Parte significativa da natureza da região foi perdida para o aeroporto e outras tantas conseqüências do desenvolvimento nas últimas décadas, que agora começam a ser reparadas com o PAC do Cocó, as obras de requalificação do entorno do complexo do Estádio Castelão para a Copa de 2014 e outras iniciativas.
No entanto, nos bairros da região falta saneamento, políticas públicas de habitação, cresce a poluição de mananciais, os serviços públicos são irregulares e, principalmente, a degradação ambiental permanece sendo realidade diária.
Por tudo isso, propomos que o terreno público sob responsabilidade da União seja permutado com a Prefeitura de Fortaleza ou o Governo do Estado, que construiria no local o que batizamos de Parque Olinda (primeiro nome da região), preservando as árvores, a vegetação e a fauna do local em um bosque, urbanizando, construindo uma praça, quadra(s) para prática esportiva, área para comercialização de produtos artesanais e ecologicamente corretos.
Margeando a avenida que é o cartão de visitas de Fortaleza para milhares de pessoas que passam pela cidade, entorno de onde moram e por onde transitam outros milhares de fortalezenses, o Parque Olinda será mais uma demonstração da grandeza das causas do povo, da importância da preservação da natureza aliada ao uso coletivo das áreas preservadas e do compromisso com um desenvolvimento social e ambientalmente justo.
SEM A NATUREZA NOSSO MEIO PERDE O AMBIENTE.
Associação dos Moradores do Bairro Dias Macedo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Na realidade os dois lados da Avenida Carlos Jereissati estão sem serventia, já que a Base Aérea está de mudanças para Natal. Seria um grande presente para cidade e Bairros Dias Macedo, Serrinha e outros. Está aí algo pelo qual todos os ambientalistas desta cidade deveriam fazer coro.
Está aí um ótimo assunto para o Vereador João Alfredo incluir na audiencia pública que se realizará 2a feira na Camara Municipal para tratar de áreas de proteção permanente em nossa cidade. A reserva arborea existente na Base Aérea é significativa para nossa cidade, além de presença de fauna, pois trata-se de situação protegida pela Aeronaútica há dezenas de anos e praticamente intocada.
Tudo isto está no Inventário Ambiental de Fortaleza, realizado para a Prefeitura Municipal de Fortaleza, nos anos 2002/ 2003, por um grupo de professores, estudiosos e consultores.
Está protegida,caro,José Sales,por estar nas mãos da Aeronáutica.E depois,como ficará?
Postar um comentário