quarta-feira, 25 de março de 2009

AMBIENTALISTAS QUEREM ÁREA DA BASE AÉREA DE FORTALEZA TRANSFORMADA EM PARQUE

Várias entidades ambientalistas de Fortaleza, mobilizados pela Associação dos Moradores do Bairro Dias Macedo, iniciam uma nova luta: querem parte da área que petence à Base Aérea, no entorno da avenida Carlos Jereissati, que dá acesso ao Aeroporto Internacional Pinto Martins, transformada em um parque.

MANIFESTO PELA CRIAÇÃO DO PARQUE OLINDA

A cidade cresce de forma cada vez mais acelerada e desordenada, quase sempre sacrificando sua natureza e a qualidade de vida de seus moradores (as). Enquanto aumentam as preocupações com a preservação, proteção e ampliação dos espaços e recursos naturais aqui e no mundo, Fortaleza permanece, ainda que haja avanços a comemorar, longe de garantir condições que permitam o mínimo de áreas verdes para o uso coletivo de seus habitantes. Quanto mais periférica a região da cidade, menos convivência com a natureza tem a sua população. Quanto menor a convivência com a natureza e o meio ambiente preservado, maior a degradação e a pobreza. Sabendo dessa realidade, nosso povo se organiza nos quatro cantos da cidade para defender a preservação, o cuidado e o uso coletivo das poucas áreas que sobreviveram a décadas e décadas de degradação, especulação, grilagem, destruição e outras tantas agressões contra nossa natureza.
Mais uma dessas agressões está para ser cometida em Fortaleza. Levantamos a voz e os punhos para detê-la, nos juntando aos muitos e muitas que defendem a cidade através da luta pela preservação do meio ambiente em seus bairros e regiões.
Com a construção da avenida (Carlos Jereissati) que dá acesso ao Aeroporto Internacional Pinto Martins, uma extensa área verde pertencente à Base Aérea foi cortada, separando um terreno grande e arborizado do restante da área militar, e permanecendo de propriedade e responsabilidade da base. Desde a obra na avenida até hoje o terreno vem sendo constantemente degradado, tendo ocorrido nele estupros, assassinatos, incêndios e assaltos frequentes, além do consumo de drogas, da ocultação de produtos de roubo e das rampas de lixo no local. A cerca que contorna a área do lado da Avenida Carlos Jereissati quase não existe mais; o muro ladeado por duas ruas do bairro Dias Macêdo está quebrado e sem manutenção, possibilitando a entrada de marginais e causando medo a população que passa e/ou mora na área. O comando da Base Aérea afirma zelar pela propriedade pública sob sua responsabilidade, mas as condições do local contradizem a afirmativa. A última notícia é que o terreno foi negociado pela Base Aérea com uma empresa do exército brasileiro que atua no ramo de habitações e deve dar lugar a casas para militares, o que seria uma agressão ao já quase inexistente meio ambiente local na última área pública das imediações que ainda pode ser preservada. Por que então não preservá-la e destiná-la ao uso coletivo?
O Dias Macedo e região, onde o terreno está situado, carecem de praças e áreas públicas para o uso de seus milhares de habitantes, particularmente jovens, crianças e idosos.

Vítima do crescimento rápido e desordenado, a população do local viu desaparecer boa parte do meio ambiente do entorno e seus recursos naturais, o que fez o meio e modo de vida de muitos (as) desaparecerem junto com a perda; o descontrole, a violência urbana, a impermeabilização do solo e o aumento da temperatura ocuparam o que antes era natureza.
Tais perdas comprometem nosso presente e são uma dura herança para o futuro do povo da região e da cidade, se não agirmos agora em defesa do meio ambiente que compartilhamos.
Parte significativa da natureza da região foi perdida para o aeroporto e outras tantas conseqüências do desenvolvimento nas últimas décadas, que agora começam a ser reparadas com o PAC do Cocó, as obras de requalificação do entorno do complexo do Estádio Castelão para a Copa de 2014 e outras iniciativas.
No entanto, nos bairros da região falta saneamento, políticas públicas de habitação, cresce a poluição de mananciais, os serviços públicos são irregulares e, principalmente, a degradação ambiental permanece sendo realidade diária.
Por tudo isso, propomos que o terreno público sob responsabilidade da União seja permutado com a Prefeitura de Fortaleza ou o Governo do Estado, que construiria no local o que batizamos de Parque Olinda (primeiro nome da região), preservando as árvores, a vegetação e a fauna do local em um bosque, urbanizando, construindo uma praça, quadra(s) para prática esportiva, área para comercialização de produtos artesanais e ecologicamente corretos.
Margeando a avenida que é o cartão de visitas de Fortaleza para milhares de pessoas que passam pela cidade, entorno de onde moram e por onde transitam outros milhares de fortalezenses, o Parque Olinda será mais uma demonstração da grandeza das causas do povo, da importância da preservação da natureza aliada ao uso coletivo das áreas preservadas e do compromisso com um desenvolvimento social e ambientalmente justo.

SEM A NATUREZA NOSSO MEIO PERDE O AMBIENTE.

Associação dos Moradores do Bairro Dias Macedo.

4 comentários:

José Sales disse...

Na realidade os dois lados da Avenida Carlos Jereissati estão sem serventia, já que a Base Aérea está de mudanças para Natal. Seria um grande presente para cidade e Bairros Dias Macedo, Serrinha e outros. Está aí algo pelo qual todos os ambientalistas desta cidade deveriam fazer coro.

José Sales disse...

Está aí um ótimo assunto para o Vereador João Alfredo incluir na audiencia pública que se realizará 2a feira na Camara Municipal para tratar de áreas de proteção permanente em nossa cidade. A reserva arborea existente na Base Aérea é significativa para nossa cidade, além de presença de fauna, pois trata-se de situação protegida pela Aeronaútica há dezenas de anos e praticamente intocada.

José Sales disse...

Tudo isto está no Inventário Ambiental de Fortaleza, realizado para a Prefeitura Municipal de Fortaleza, nos anos 2002/ 2003, por um grupo de professores, estudiosos e consultores.

Ismael Luiz disse...

Está protegida,caro,José Sales,por estar nas mãos da Aeronáutica.E depois,como ficará?