quarta-feira, 25 de março de 2009

REVISTA SINGULAR SAI DE CIRCULAÇÃO. FALTA PATROCÍNIO

Do querido jornalista Eliézer Rodrigues, pessoa das mais sérias que conheço, recebo mensagem e fico triste: a revista cultural "Singular" está deixando de ser editado por falta de recursos. Confira:

Caro Eliomar,

O caso é o seguinte: comunique aí ao seu enorme leitorado que a chamada “revistinha Singular” saiu do ar, por falta de grana necessária para pagar os custos da publicação. Cansei de ser uma espécie de Sísifo, aquele personagem da mitologia grega (“Por toda a eternidade Sísifo foi condenado a rolar uma grande pedra de mármore com suas mãos até o cume de uma montanha, sendo que toda vez que ele estava quase alcançando o topo, a pedra rolava novamente montanha abaixo até o ponto de partida por meio de uma força irresistível). Por esse motivo, a tarefa que envolve esforços inúteis passou a ser chamada "Trabalho de Sísifo" – fonte: Wikipédia).

Claro que a minha pedra não foi o lado redacional da Singular, não. A pedra do meu carinho sempre foi a incompetência do Departamento Comercial em conseguir um mínimo de anunciantes.

Imagine meu amigo, o que é o sujeito, a cada edição, sair de porta-em-porta (e, olhe que não era vendendo espaços para publicidade). O que acontecia era mais cruel: eu era convidado a comparecer aos gabinetes dos mandarins de instituições governamentais e de empresas e ia carregado de promessas feitas, anteriormente, em momentos etílicos de mesa de bar. Só que elas se diluiam tão rápidas, como espuma de cerveja.

Por justiça, não coloco nessa roda o Banco do Nordeste que, com anuência do seu assessor, jornalista Maurício Lima, o peculiar Maurição, sempre esteve presente com anúncio.
De lembranças e compromissos desse malfadado Departamento Comercial, trago somente dívidas e empréstimos bancários que fiz para segurar a barra: pagar diagramadores, ilustradores, repórteres, fotógrafos, gráficas e outras despesas (transporte, telefone, energia elétrica etc).

Só lamento não poder comemorar, neste 2009, os 10 anos da Singular.
A vida que segue.

Abraço,
Eliézer

VAMOS NÓS - Viver no Brasil apostando em cultura é brabo. Não é possível que não apareça empresário ou instituição que queira segurar essa barra. Eliézer, faltou dar o número do telefone para contato.

8 comentários:

ericodias disse...

Ainda vai ter muita gente surfando a marolinha e usando-a como desculpa para cancelar patrocínios e demitir empregados.

Anônimo disse...

É lamentavel saber do cancelamento dessa publicação. É bom que saibam também, caro autor do blog e diretor da revista, que a culpa não foi só do departamento comercial como se coloca. Vc caro diretor da revista, como bom profissional da área deve ter conhecimento que para trabalhar um veiculo de comunicação, existem fatores e etapas que determinam a sua vida útil. Não é só o comercial. Faça uma analise ou pesquisa e descubra todos os reais motivos. Lembre-se que o anunciante é um investidor e pela sua habilidade não deve tá enxergando algo rentável ou pelo menos que possa criar relacionamentos com prováveis clientes para ele. O investidor precisa ser atraído. Assim, meu caro como qualquer produto, a revista teve o seu declínio despontado e vc certamente não foi inteligente o suficiente para deter. " A crise é passageira transporte-a para outro lugar e de prefêrencia, num veiculo que não seja o seu."
Contrate um profissional de marketing para sua revista.

Anônimo disse...

E quem é que gosta de cultura? Empresário quer lucro. Se não dá, corta. Que pena! E assim caminha a nossa humanidade cearense.

Anônimo disse...

Pois aqui no meu bairro o jornal do Parque Araxá fez 10 anos e é cheio de publicidade.

Ismael Luiz disse...

Pois é,Martinha,nunca li o jornal do Parque Araxá,que deve ser tomado como exemplo para outras comunidades.Mas,como não li,pergunto: quantas notícias,fotos,elogios aos políticos locais,são publicados em cada edição.Perdoe-me,se estiver atirando no escuro.Mas,conhecedor de jornais comunitários,cabe a pergunta a ser respondida.

Anônimo disse...

Se fosse pra puchar o saco de "otoridade", não faltava patrocínio.

Afonso C. disse...

Lamento profundamente o fim dessa publicação, tão bem cuidada pelo nosso Eliézer.
É uma pena.

Anônimo disse...

Martinha, realmente nunca li o jornal do Parque Araxá - aliás, nem sabia que existia - mas com certeza você nunca leu a Singular.
Justifica-se assim a infeliz comparação.