domingo, 26 de abril de 2009

CHUVA NO CEARÁ? É SÓ O Mí!!


"Para quem gosta de milho e feijão verde, este é o tempo certo. Produto novo, fresquinho, facilmente encontrado à venda. Tempo de chuva é assim. No Mercado São Sebastião, no Centro, são vários os vendedores oferecendo o milho e o feijão. O preço é o mesmo em todos eles, mas pode ser negociado dependendo do poder de convencimento do cliente. Alguns reclamam que o valor ainda está alto. Afinal, é época de chuva - os produtos deviam estar mais baratos. Nesta semana, 10 espigas de milho estão sendo vendidas a R$ 3 na calçada do mercado. O cento, a R$ 30. Sem desconto nem nada. “Eu acho caro. Deveria ser R$ 24 o cento”, reclama Francisco Cartegiano, que compra para revender, cozido. Por isso, precisa comprar todo dia. E, como trabalha na periferia da cidade, no bairro Quintino Cunha, não dá para vender nem a R$ 1 a espiga. Tem de ser por R$ 0,80. Liduína Sousa Oliveira, dona de casa, comprava para consumir no dia de folga. Depois de insistir, 100 espigas saíram por R$ 28. Mas ela ainda achou muito. “Dava pra ser uns R$ 15”, aposta ela, que, mesmo assim, prefere comprar no mercado (em vez dos supermercados) por essa opção de negociar, com mais “lugares para pesquisar” o preço. Mas do produto ela não se queixava. Grandão, bonito, o milho chamava a atenção. E é exatamente isso que atrai o cliente ao mercado. Mesmo não agradando a todo mundo, o produto é melhor do que nos supermercados, dizem os compradores. Luzier Veríssimo foi garantir os seus 10 para fazer pamonha. “No supermercado, é mais caro e os daqui são mais bonitos, grandes”, comparou. José Airton também levou 10 e não lamentou os R$ 3 que pagou: “Tá ótimo. O preço está razoável. E aqui eu tenho espaço para escolher, fico mais à vontade”. O feijão verde estava centavos mais caro. Vendido normalmente a R$ 1,50, no feriado da última terça-feira, o litro (medido na tradicional latinha comprida) estava a R$ 2. “É porque hoje é feriado, né?”, tentavam justificar os vendedores . Quem foi comprar não gostou. “Eu pensei que tivesse mais baixo, mas vou levar”, disse Francisco Tarcísio Rodrigues, pedindo ao vendedor para “dar uma caprichada” na medição. Aproveitou e levou o maxixe e o quiabo “para misturar”. Francisco Alencar também levou, mas reclamou: “É tanta chuva, mas o preço não está bom”. Para ele, porém, o bom de ir ao mercado não é nem tanto comprar. Vale pela diversão. “Aqui, eu encontro os amigos. Venho todo fim de semana, como passeio”.

(Jornal, O POVO)

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