
O governador Cid Gomes (PSB) faz uma viagem à Europa em um avião fretado e se recusa a dizer quanto gastou, negando-se também a informar quem viajou com ele. As viagens e diárias da prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), ninguém sabe quem as autoriza, desde outubro do ano passado, quando houve o rompimento político com o vice, Carlos Veneranda (PDT), que era o responsável por fazê-lo. Do mesmo modo, nem um nem outro - governador e prefeita - querem informar como usam os cartões corporativos, e como e quanto gastam da verba que têm à disposição. São informações aparentemente banais, que os administradores deveriam pôr à disposição para consulta de forma voluntária, mas eles relutam a divulgá-las, mesmo sob requerimentos formais da Assembléia Legislativa, da Câmara Municipal, do Ministério Público do Estado e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE). Para Gil Castelo Branco, consultor de economia da Associação Contas Abertas, existe no Brasil uma "cultura do sigilo", que para ele são "resquícios dos governos militares", junto com uma "memória inflacionária", que teria feito com que as pessoas "perdessem a noção do valor real das coisas". Sobre o assunto, o secretário-executivo da Controladoria Geral da União (CGU), Luiz Navarro acrescenta outro dado a concorrer para a falta de transparência nas contas públicas: o patrimonialismo. Ou seja, a falta de limite entre o que é público e privado, normalmente associados ao clientelismo (favorecimento de grupos submissos a um chefe político) e o nepotismo (emprego de parentes)."
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