E lá vem ele de novo com sua verve de dor de cotovelo ou, quem sabe, de um crítico isento. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu entrevista aos repórteres Laura Greenhalgh e Fred Melo Paiva, que pode ser conferida na edição deste domingo do jornal Estado de S. Paulo. Confira alguns trechos:
1) O governo está... Não posso falar em francês porque vão dizer que sou pedante... Está cheio de si. No termo antigo, gabola. (...) Houve uma época em que o Lula disse: “Agora vamos fazer um entendimento com a oposição”. Daí discutiram se iriam, ou não, me chamar para uma conversa. Eles se pegam sempre na coisa menor. Me chamar pra quê? Pra tomar café?
2) O Brasil perde oportunidades! Vou dar um exemplo: o governo não gostava do sistema de agências reguladoras. O presidente disse mais de uma vez que eu tinha terceirizado o governo, o que mostra que ele não entendeu do que se tratava. Na prática, não pôde mudar porque viu que isso era necessário no mundo de hoje. Em lugar de aperfeiçoar, fez o pior: começou a nomear politicamente.
3) Vou dizer uma coisa: em termos ideológicos, Lula sempre esteve mais próximo de mim. Ele não vai admitir, mas é verdade.
4) Quem é o fiel do governo? Quem impede o travamento do processo de modernização do País? É o Lula. Há quem diga que o Palocci entendeu o processo logo, mas quem foi o fiador do Palocci? O Lula. E não o contrário. Ele mantém o Henrique Meirelles no Banco Central, ao mesmo tempo em que lida com ministros que dão sinais contrários, como Guido Mantega. Coloca o Paulo Bernardo no Planejamento, porque sabe que a cabeça dele é afinada com o BC. Tem noção de equilíbrio. Em campanha defende o povo, no governo agrada à elite.
5) Na verdade, Lula nunca foi um quadro ideológico, o que lhe dá vantagens. Ele diz que é uma metamorfose ambulante. Isso não é negativo. A minha crítica é que Lula governa sem saber bem o rumo. (...) É um grande tático. Mas estrategista nunca foi.
6) Lula pode ter desalojado o coronelismo no Nordeste, mas pode vir aí com o coronelismo dele. Se houver uma apropriação pelo governo de uma política que é do Estado, isso acontecerá. Não se esqueçam de que o cadastramento no programa Bolsa-Família é feito pelos prefeitos. Isso aumenta a influência dos políticos locais e pode criar uma linha direta com o presidente, esvaziando o papel dos Estados. (...) Sempre tive horror à idéia de ser o pai dos pobres.
7) Não sou candidato, não quero nada. Se eu quisesse voltar, deveria ter sido candidato na primeira sucessão do Lula, quando saiu o Geraldo. Todos vieram falar comigo: o Serra, o Aécio, todos. E eu não quis. (...) Não tenho dúvida de que Lula vai voltar em 2014. Porque é político profissional. E ótimo, tomara faça. (...) Não ocupo mais posição política. O que tenho, hoje, é posição pública. Penso, digo o que penso e procuro explicar o que penso.
Do Estadão, confira mais aqui
1) O governo está... Não posso falar em francês porque vão dizer que sou pedante... Está cheio de si. No termo antigo, gabola. (...) Houve uma época em que o Lula disse: “Agora vamos fazer um entendimento com a oposição”. Daí discutiram se iriam, ou não, me chamar para uma conversa. Eles se pegam sempre na coisa menor. Me chamar pra quê? Pra tomar café?
2) O Brasil perde oportunidades! Vou dar um exemplo: o governo não gostava do sistema de agências reguladoras. O presidente disse mais de uma vez que eu tinha terceirizado o governo, o que mostra que ele não entendeu do que se tratava. Na prática, não pôde mudar porque viu que isso era necessário no mundo de hoje. Em lugar de aperfeiçoar, fez o pior: começou a nomear politicamente.
3) Vou dizer uma coisa: em termos ideológicos, Lula sempre esteve mais próximo de mim. Ele não vai admitir, mas é verdade.
4) Quem é o fiel do governo? Quem impede o travamento do processo de modernização do País? É o Lula. Há quem diga que o Palocci entendeu o processo logo, mas quem foi o fiador do Palocci? O Lula. E não o contrário. Ele mantém o Henrique Meirelles no Banco Central, ao mesmo tempo em que lida com ministros que dão sinais contrários, como Guido Mantega. Coloca o Paulo Bernardo no Planejamento, porque sabe que a cabeça dele é afinada com o BC. Tem noção de equilíbrio. Em campanha defende o povo, no governo agrada à elite.
5) Na verdade, Lula nunca foi um quadro ideológico, o que lhe dá vantagens. Ele diz que é uma metamorfose ambulante. Isso não é negativo. A minha crítica é que Lula governa sem saber bem o rumo. (...) É um grande tático. Mas estrategista nunca foi.
6) Lula pode ter desalojado o coronelismo no Nordeste, mas pode vir aí com o coronelismo dele. Se houver uma apropriação pelo governo de uma política que é do Estado, isso acontecerá. Não se esqueçam de que o cadastramento no programa Bolsa-Família é feito pelos prefeitos. Isso aumenta a influência dos políticos locais e pode criar uma linha direta com o presidente, esvaziando o papel dos Estados. (...) Sempre tive horror à idéia de ser o pai dos pobres.
7) Não sou candidato, não quero nada. Se eu quisesse voltar, deveria ter sido candidato na primeira sucessão do Lula, quando saiu o Geraldo. Todos vieram falar comigo: o Serra, o Aécio, todos. E eu não quis. (...) Não tenho dúvida de que Lula vai voltar em 2014. Porque é político profissional. E ótimo, tomara faça. (...) Não ocupo mais posição política. O que tenho, hoje, é posição pública. Penso, digo o que penso e procuro explicar o que penso.
Do Estadão, confira mais aqui
4 comentários:
Porque esse senhor não nos deixa em Paz !? Deveria ir criar cavalos.
Por que vc não foi ao Matou a Pau...ta ontem, seu cantor tratante?...
Esse vendilhão da pátria morre de inveja do lula. Nessa matéria mais parece um bebê chorão implorando para tomar um café com o presidente do povo, Lula.
Eu detesto FHC e toda a patota. Mas que é verdade, isso é. Lula nunca saiu, não sai e não vai sair da mesma linha que ele sempre criticou pra chegar onde chegou. Aliás...não só o lula, né? rsrs
Postar um comentário