quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

POLÍTICOS DO CEARÁ DECLARAM GASTOS DA CAMPANHA SUPERIORES AO PATRIMÕNIO PESSOAL

"Quatro políticos cearenses declaram para a Justiça Eleitoral gastos de campanha que são superiores aos seus respectivos patrimônios, segundo o site da ONG Transparência Brasil. Os vereadores Casimiro Neto (PP), Machadinho Neto (DEM), e Vitor Valim (PHS), juntamente com o deputado estadual Lucilvio Girão (PMDB) - que foi candidato a prefeito de Maranguape - fazem parte do grupo de 85 parlamentares de todo o País que, nas últimas eleições municipais, doaram para suas próprias campanhas valores superiores a tudo que afirmavam possuir. Com um gasto 1.660% acima de seu patrimônio, o vereador e apresentador de programa policial, Vitor Valim, lidera a lista dos cearenses no quesito discrepância entre patrimônio e doações eleitorais. O parlamentar declarou possuir em bens apenas R$ 1 mil. No entanto, informou que, para se eleger, tirou R$ 16 mil do seu próprio bolso. Procurado pelo O POVO, Valim, demonstrando insegurança, disse que é preciso diferenciar “bens” de “receita”. “Você pode ganhar R$ 1 mil por mês e gastar R$ 999. Nunca você vai adquirir bens”, exemplificou. Questionado se realmente possuía apenas R$ 1 mil em bens, Vitor Valim esquivou-se e disse que o Tribuna Regional Eleitoral (TRE) aprovou sua prestação de contas. “Todas as informações foram dadas ao órgão competente”. Em seguida, afirmou que não iria entrar em “celeuma de imprensa”, destacando que as informações eram “infundadas”. Já o vereador Machadinho Neto apresentou outra justificativa para a diferença entre o valor declarado – R$ 15 mil – e o valor doado por ele para campanha – R$ 27.050: a maior parte dos bens ele teria doado para os filhos, sobrando apenas um carro no valor declarado. Com relação ao dinheiro gasto em campanha, ele afirma que o valor foi acumulado por quatro anos, e seria oriundo de seu trabalho. “Eu acho que um médico consegue guardar R$ 7 mil por ano para, no futuro, fazer a sua campanha com tranqüilidade”, argumentou. Casimiro Neto, por sua vez, afirmou que recebeu, em dezembro do ano passado, as prestações de contas “devidamente aprovadas” pelo TRE. O vereador acrescenta que deve ter havido algum “problema de informação”, pois o valor dos seus bens realmente é superior ao apresentado pelo Transparência Brasil. “R$ 35 mil eu acho que é o valor da minha casa à época”, diz. Segundo a ONG, Casimiro teria gasto em campanha R$ 40.952. O promotor Emmanuel Girão ponderou que o patrimônio em si não tem correlação direta com as doações. O que deve ser observado é se o candidato realmente tinha rendimentos para fazer as doações. Entretanto, ele alerta que o candidato, pessoa física, só pode doar 10% do rendimento bruto declarado no ano anterior à eleição. No caso de pessoa jurídica, o percentual do faturamento bruto que pode ser doado para a campanha fica em 2%. A procuradora eleitoral Nilce Cunha afirmou, por meio de sua assessoria, ser necessário investigar a origem do dinheiro doado acima daquele declarado em bens pelos vereadores. O POVO tentou entrar em contato com o deputado Lucilvio Girão, mas seu chefe de gabinete, Luciano Girão, disse por telefone que o deputado estava muito atarefado e só poderia dar entrevista hoje."

(Jornal O POVO)

9 comentários:

Anônimo disse...

Isso é um escândalo. Precia o TRE apurar mesmo e ir a fundo. Tem mumunha demais.

Anônimo disse...

Muito engraçado esse cidadão falar em "celeuma de imprensa" sendo ele um representante da classe. Na declaração dele tem o dinheiro do sogrinho também?

Anônimo disse...

Duvido que essa notícia saia no Cidade 190.

Anônimo disse...

A relação de bens não tem nada a ver com a renda do cidadão. Uma pessoa pode ganhar, por exemplo, R$ 100.000,00 por ano e possuir apenas um carro de $20.000,00.
Se essa pessoa for candidata a algum cargo eletivo, vai declarar que possui um patrimônio de R$ 20.000,00. Durante a campanha ela pode gastar, digamos R$ 30.000,00, fruto da sua renda anual. Está tudo compatível. Se ganhou R$ 100.000,00 no ano, pode, perfeitamente, gastar R$ 30 mil em sua campanha, independentemente de só ter como patrimônio um carro de R$ 20 mil. Ou não? Queriam o que, que o candidato vendesse o carro, para transformá-lo em dinheiro, a fim de custear a campanha? Se ele tem renda (salário)suficiente, pode usar parte desse salário para custear a sua campanha. Esta explicação não se refere a nenhum dos casos apresentados. É uma tese, para evitar que pessoas ignorantes venham logo dizer que isso é um absurdo.

Ismael Luiz disse...

Por que somente os quatro foram pegos para Cristo? E os outros?e mais: dinheiro de sogro,não conta. Ou conta,Valim?

Anônimo disse...

O promotor Emmanuel Girão, com certeza, não disse isso. Que um candiato só pode gastar, em sua campanha 10% da sua renda declarada no ano anterior. No caso do candidato o limite é a própria renda líquida. Doação de terceiros, pessoa física, aí sim, existe o referido limite de 10%. A postura de muitos políticos realmente é muito ruim. Mas a imagem dos políticos é muito pior, porque as pessoas, a imprensa, sim, desinformada, divulga sem saber se aquilo é certo ou errado.
Esses tais Portais de Transparência são cheios de pessoas recalcadas. Divulgar essa história do patrimônio menor do que as despesas de campanha, como coisa errada, só muita má-fé. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Até porque ninguém vende o seu carro ou a sua casa para custear campanha. Pode usar parte da renda (salário) que ganha.

Anônimo disse...

Essa declarações prestadas à Justiça Eleitoral é uma desmoralização. Demosralização, aliás, do TRE que aprova uma fraude dessa. Patrimônio de R$ 1.000,00, um; o outro, de R$ 15.000,00 e o outro diz que tem um patrimônio de R$ 35.000,00. Depois essa farsa dos gastos da campanha. Fatos públicos e notórios independem de prova.Essa do Machadidnho dizer que econominou R$ 7.000,00 para fazer a campanha é de matar de rir ou melhor de raiva.A campanha dele não saiu por menos de R$ 500.000,00 pelo esquema azeitado que ele tem na ABCR

Ismael Luiz disse...

Certos candidatos a deputado estadual,por exemplo,cuja riqueza,nem eles sabem calcular,declararam ao TRE não possuirem bens,uma vez que as suas empresas estão em nome da companheira,ele aparecendo como simples empregado.Como suplentes,chegaram a assumir a Assembléia,na maior cara-de-pau,para felicidade e facilidade na realização de bons negócios particulares.Assim,caminha a Humanidade.

Anônimo disse...

Ou povo burro esses vereadores. É bem feito mesmo passarem por desonestos. Não sabem nem explicar o que declararam de gastos na campanha. O Machadinho, poderia ter dito que como médico, diretor da ABCR, vereador, etc. ganha o suficiente para ter custeado com recursos próprios as despesas de sua campanha de R$ 35.000,00, conforme declarado ao TRE. Isto, independentemente do seu patrimônio físico (em bens) declarado também ao TRE, que tanto poderia ser menor, como foi, ou maior do que as despesas de campanha. Um coisa não tem nada a ver com a outra. Só mesmo essa tal de "Transparência" que, de má-fé, ver erro nisso e a imprensa que repercute ser saber nem o que está dizendo.