"Os deputados federais elegem hoje seu presidente em meio a um clima tenso, disputas judiciais e muitas ameaças de traição sendo contabilizadas nos bastidores. Ontem foi um domingo atípico, com os corredores do Congresso cheios de políticos tentando cabalar votos e nenhuma certeza de quem sairá vencedor, embora o PMDB continue sendo apontado como favorito com a candidatura de Michel Temer (SP).Temer e seus aliados dizem ter assegurado pelo menos 340 votos (a Câmara tem 513 deputados). Ciro Nogueira (PP-PI) alega que seu piso está próximo de 180 apoios. Correligionários de Aldo Rebelo (PC do B-SP) falam em mais de 100 votos. Osmar Serraglio (PMDB-PR) desistiu de concorrer. Disse que ficou decepcionado com as pouca declarações de votos que recebeu. Vai apoiar Temer.A sessão na Câmara está marcada para 10h. Ao mesmo tempo, pode também ter início uma guerra judicial, com questionamentos no STF (Supremo Tribunal Federal). PP e PSOL pretendem reclamar vagas na Mesa Diretora diretamente no tribunal, pois se consideram excluídos do processo.Em um outro conflito, o bloquinho (formado por PC do B, PSB, PMN e PRB) ingressou na Secretaria Geral da Câmara pedindo nulidade do bloco de 15 partidos que apoia a candidatura de Temer com um grupo que, no papel, soma 424 deputados.A alegação é que o chamado "blocão" fere o regimento da Casa ao criar regras que punem congressistas que decidirem lançar suas candidaturas avulsas à Mesa. Outra reclamação é que essa aliança pró-Temer não consultou todos os seus integrantes. No final do dia, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), considerou que o pedido do bloquinho não tem sustentação jurídica.A decisão deu aos aliados de Temer o direito a nove cargos na Mesa, além de disputar a presidência. O bloquinho terá direito à última vaga. As demais siglas ficam fora.Na mesma reunião, Chinaglia definiu as regras para a eleição. Por pressão do PMDB, decidiu iniciar a sessão já às 10h. A intenção é dar menos tempo para que o resultado da eleição do Senado tenha efeitos sobre a da Câmara. Os peemedebistas temem que uma vitória de José Sarney (PMDB-AP) sobre Tião Viana (PT-AC) aumente o número de "traidores" de Temer. Cresce na Câmara um sentimento de que o PMDB estaria ocupando muito espaço se comandar todo o Congresso."
(Folha de São Paulo)
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
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