quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

O PAPA CENSURADO


Um artigo do professor Pedro Henriqeu Antero propõe uma reflexão sobre o caso do Papa Bento XVI que foi censurado pelos professores da Universidade de Roma. Não teve o Papa o direito de manifestar suas opiniões num espaço onde o contraditório sempre foi respeitado. Confira:

"Na política, a intolerância é a característica dos movimentos sociais ideológicos, voltados para a implantação de modelos organizacionais em que a "vontade geral" é interpretada, solitariamente, por um ditador ou um partido. Nesse particular, Rousseau foi um precursor. A partir do século XIX, a intolerância foi modelada pelo pensamento de Marx e Engels e assumida pelos partidos comunistas. Essa, então, passou a ser a marca do pensamento da esquerda, detentora da única verdade social. O Brasil, felizmente, ficou a salvo dessa desgraça, em 1964, muito embora a intolerância tenha estado presente nos anos seguintes, em alguns setores, por circunstâncias políticas e muito menos por motivos de filosofia. Cuba, porém, não teve a mesma sorte e, até hoje, passados 50 anos, a vontade geral da nação é interpretada por um único cidadão. Há poucos dias, Fernando Haddad, ministro da Educação, foi hostilizado com vaias de militantes do PSTU e obrigado a deixar o Congresso dos Trabalhadores em Educação. Mesmo sem ser defensor das incompetências do atual governo, entendo que o pluralismo deve ser preservado e que a autoridade constituída merece o respeito do cidadão. No plano internacional, assistimos aos repiques intolerantes dos últimos regimes comunistas. No continente sul-americano, deparamo-nos com governos esquerdistas que ensaiam atitudes de intolerância e censura, como é o caso de Hugo Chavez, e com organizações terroristas, como as Farc, amparadas pelo silêncio criminoso desses governantes. Agora, foi a vez do ataque ao papa Bento XVI, homem de cultura, professor universitário e intelectual experimentado nos debates públicos. Até mesmo Voltaire, um irreverente crítico da Igreja, não concordaria com a atitude radical do grupo de professores da Universidade de Roma."

Pedro Henrique Chaves Antero- Professor de Ciências Política.

Um comentário:

Anônimo disse...

Todo esquerdista, onde quer que esteja, é sempre um direitista enrustido. Esse fato lamentável contra o Papa mostra bem isso. E dá a certeza de que o homem, em que país habitar, é sempre o lobo do homem.