sexta-feira, 14 de setembro de 2007

OS ALIADOS DA CONTRADIÇÃO

"Santa ingenuidade! Tem gente dentro do Congresso apostando que Renan Calheiros (PMDB-AL) se entenderá com Arlindo Chinaglia (PT-SP), presidente da Câmara dos Deputados, para que se vote ali rapidinho em segundo turno emenda aprovado em primeiro turno que acaba com o voto secreto no Congresso. E que em seguida ele, Renan, apressará a votação de tal emenda no Senado. Por que Renan fará isso se ele só escapou de ser cassado por que o voto foi secreto? E por que fará isso se tem pelo menos mais dois processos a responder por quebra de decoro? Vai que surge um terceiro processo. Ou um quarto. Negativo. Não contem com ele para isso. E com a oposição dele, dificilmente o voto deixará de ser secreto. Em 2000, quando o senador Tião Viana (PT-AC) apresentou uma emenda que acabava com sessão e voto secretos, só obteve o apoio de 29 senadores. Votaram contra 37. E houve 3 abstenções. Alguns dos que votaram contra formam, hoje, na linha de frente dos que pedem o fim da sessão e do voto secreto, como anotou a jornalista Helena Chagas em seu blog.

São eles: Arthur Virgílio PSDB, (DEM), Tasso Jereissati (PSDB), Eduardo Azeredo (PSDB), Heráclito Fortes (DEM), Garibaldi Alves (PMDB), Gerson Camata (PMDB), Agripino Maia (DEM), Edison Lobão (DEM), Marco Maciel (DEM), José Sarney (PMDB), Mão Santa (PMDB) e Leomar Quintanilha (PMDB)."

DETALHE - Tasso Jereissati será o relator do projeto que quer o fim do voto secreto no Senado. O projeto é de autoria de Paulo Paim (PT-RS).

(Blog do Noblat com Blog de Helena Chagas e Rádio O POVO/CBN))

6 comentários:

Anônimo disse...

Quero saber se, agora, o próprio Tião Viana ainda apóia o fim do voto secreto.

Anônimo disse...

Eliomar,

Não é bem assim como a Helena Chagas que fazer crer. Na época, o contexto político era outro, não existia este esgarçamento descarado da ética que a gente vê hoje, onde homens públicos comportam-se como marginais negando o óbvio nas delegacias.

Em seu blog, Reinaldo faz uma análise precisa do problema:

"Sempre fui favorável ao voto secreto e continuo a achar que, em princípio, é mesmo o melhor. Acontece que vivemos dias um tanto anômalos. Uma súcia chegou ao poder e resolveu tomar de assalto as instituições. O que antes preservava a consciência do parlamentar de pressões — inclusive e principalmente as que emanam do Executivo — se transformou em instrumento de bandalheira. Um pedaço de pão pode ser uma arma na mão de um delinqüente".

Anônimo disse...

Sr. Eliomar, para tudo que os tucanos fazem ou dizem a justiticativa é sempre o contexto. Entretanto, para "pontos de vista", "conceitos" não existe esse tal de contexto. Veja o voto do Senador Arthur Virgílio justificando porque era contra o voto aberto: "O voto secreto é um instrumento que deixa o parlamentar a sós com sua consciência em uma hora que é sublime, em que o voto é livre de quaisquer pressões, que podem ser familiares, do poder econômico, de expressão militar ou de setores do Executivo. Voto pela manutenção do voto secreto". Em que contexto ele pode mudar esse seu ponto de vista?

Anônimo disse...

Respondo ao Ferreira:

Qual contexto?
O contexto do governo petista, que instalou o regime da bandalheira, do roubo do dinheiro público, da desmoralização das instituições, do acobertamento de crimes, da corrupção sistêmica, da rede criminosa do mensalão, da promiscuidade entre o público e o privado, do desrespeito à constituição, da cumplicidade com o delito e da tolerância com o meliante do partido, enfim... Precisa mais?

Quem livrou o Renan foi a abstenção, assumida publicamente pelo Mercadante e em grupo pela senadora Fátima Cleide (PT-RO), ao dizer: "Nós somos a bancada da abstenção", comemorando, no plenário do Senado, ao lado dos petistas Sibá Machado (AC), João Pedro (AM) e a líder Ideli Salvatti (SC). O sexto voto deve ter sido também do PT.

Vergonha: sessão secreta, voto secreto e ABSTENÇÃO??? Covardia...

Bruno

Anônimo disse...

Respondo ao Bruno: meu amigo, deixe de se enganar, buscando descobrir, numa votação secreta, como os senadores votaram. Só lhe digo que, o Renan foi salvo pelos 40 votos que teve a seu favor, mais o seu próprio voto e o do Mercadante (abstenções). Agora saber quem foram esses 40 senadores é impossível. Só posso afirmar que nem todos são do PT pois esse partido só tem 12 senadores. Assim sendo, dá para afirmar que, no mínimo, Renan teve 29 votos de outros partidos. Quem pode afirmar que aí não teve votos do PSDB/PFL?

Anônimo disse...

Ao Ferreira,

Se você tivesse lido o meu comentário todo, veria que falei das 6 abstenções: uma assumida em entrevista pelo Mercadante (PT), e outras 4 assumidas pela senadora Fátima Cleide (PT) junto com Sibá Machado, João Pedro e Ideli Salvatti, tidos do PT que comemoravam os votos da "bancada da abstenção", como ela falou.
Mas o que o faz acreditar que o Renan se absteve de votar? É claro que ele votou contra a cassação dele, amigo, não se engane você...
E no PT, o Suplicy e o Delcídio Amaral foram independentes e votaram a favor da cassação.
O PSDB liberou o Sen. João Tenório a votar contra a cassação devido à amizade pessoal com o Renan, e o DEM também liberou um. O resto foi tudo da base aliada - o PMDB, partido do Renan, tem a maior bancada no Senado, além do PP, PTB e o PCdoB do Inácio Traidor Arruda.

Bruno.