quinta-feira, 29 de novembro de 2007


"Divulgada nesta quarta-feira uma nota do Conselho Indigenista Missionário dando apoio à greve de fome do bispo de Barra (BA), dom Luiz Cappio. O bispo é contra o projeto de transposição das águas do rio São Francisco. Confira o texto:

"Opará. É assim que os povos indígenas que vivem ao longo do rio São Francisco chamam este rio. É o lugar onde vivem alguns de seus 'encantados' e de onde eles tiram muito de seu sustento físico e cultural.
Em defesa do rio e de todos os povos que vivem dele, dom Luiz Cappio, bispo da Diocese de Barra (Bahia), retomou ontem seu jejum e suas orações para tentar sensibilizar a sociedade brasileira e o presidente da República sobre os males que a transposição do rio São Francisco pode gerar no nordeste do país.
O Cimi se solidariza a Dom Luiz em seu ato profético. Um recurso extremo ao qual ele apela novamente, pois o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não honrou o compromisso assumido em outubro de 2005. Na ocasião, dom Cappio suspendeu um jejum de 11 dias, após Lula ter se comprometido a suspender o processo da transposição e iniciar um amplo diálogo sobre o projeto com a sociedade. Dom Cappio e toda a sociedade se sentem enganados pelo presidente.
Dom Luiz e todas e todos que lutam em defesa do São Francisco sabem que a transposição não atenderá à população pobre do semi-árido. Ela beneficiará as grandes empresas responsáveis pela obra, os grandes proprietários de terra da região, os produtores de camarão, de flores e de outros produtos destinados àexportação.
Para atender à população do semi-árido, o próprio governo apresentou uma alternativa melhor e mais barata: as 530 obras sugeridas pela Agência Nacional de Águas (ANA) em seu Atlas do Nordeste e que seriam suficientes para abastecer os 1,3 mil municípios da região com mais de 5 mil habitantes a um custo muito inferior ao da transposição: R$ 3,6 bilhões contra R$ 6,6 bilhões.
A transposição, ao contrário, trará danos sociais e ambientais irreversíveis. A obra afetará 22 povos indígenas, desde os territórios Truká (em Pernambuco) e Tumbalalá (na Bahia) até o povo Anacé, no Ceará.
A vida do franciscano Dom Cappio e do rio São Francisco estão agora, mais do nunca, atreladas. E a vida do São Francisco é também a vida dos diversos povos indígenas, das comunidades dos quilombolas, de ribeirinhos, de camponeses... Todas essas vidas estão agora atreladas à vida de Dom Cappio. Todas essas vidas dependem de uma decisão do presidente da República.
Dom Cappio está na Capela de São Francisco, na Vila São Francisco, no município de Sobradinho (Bahia), às margens do rio, próximo à barragem de Sobradinho. O testemunho deste peregrino, que em 1992 realizou uma longa jornada da nascente à foz do rio, convoca-nos para um compromisso solidário, urgente e inadiável com esta causa.

Brasília, 27 de novembro de 2007

Conselho Indigenista Missionário - Cimi"

5 comentários:

Anônimo disse...

Só gostaria de saber se nos domínios da igreja católica nordestina falta água e comida em abundância para essa turma ociosa. Como sempre estão na contra mão do progresso. A idade média já passou faz tempo e eles ainda não se deram conta.

Anônimo disse...

Flash 1 - Está na hora do Dom Cappio deixar de se auto flagelar pelo estomago com essa greve de fome sem motivo, tentando evitar que a transposição do rio São Francisco venha ser feita, coisa que não vai conseguir mesmo. A igreja deveria sim, era partir para uma cruzada urgente envolvendo a sociedade contra a violência descontrolada que hoje, bate a nossa a porta perversamente...Greve de fome é uma atitude violenta e não condiz com a condição de um religioso. A greve de fome é um desrespeito a si próprio e o senhor com seu gesto deixa de dá um bom exemplo. – Façanha de Fortaleza - Brasil

Anônimo disse...

Flash 2 - Dizer que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não honrou o compromisso assumido em outubro de 2005 não pega bem, uma vez que o presidente tem ouvido pacientemente, técnicos, setores de engenharia e pessoas, estudando os problemas e soluções para que a transposição seja feita dentro dos parâmetros legais e seguros para o sucesso da obra mais importante que será realizada nesse Brasil, aliviando o sofrimento de milhões de nordestinos irmãos que por muitas décadas, conviveram e sofreram com a indústria da seca, patrocinada pelos senhores donos de terras, que trocavam uma caneca de água por um voto de cabresto. – Façanha de Fortaleza - Brasil

Anônimo disse...

Flash 3 - Dom Cappio e toda a sociedade se sentem enganados pelo presidente. - Não passa pela cabeça de ninguém de bom senso que tenha saído da boca de Dom Cappio tais palavras...sinceramente. – Façanha de Fortaleza - Brasil

Anônimo disse...

Flash 4 - Cada um diz uma coisa: uns dizem que os donos de terras, criadores de camarão e produtos para exportação serão beneficiados, outros chegam ao cumulo dizer que vai faltar água para beber e o mais pessimista fala que o Rio São Francisco vai secar, são os mercadores do medo!..fazer o que? – Façanha de Fortaleza - Brasil