segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

POPULAÇÃO DE PENAFORTE BEBE ÁGUA POLUÍDA

Grave denúncia está nesta segunda-feira exposta no Editorial do jornal O POVO. Confira:


"Uma equipe de reportagem do O POVO encontrou no município de Penaforte um açude cercado de detritos por todos os lados (os habitantes fazem de lá um lixão). A situação, no entanto, é ainda mais escandalosa em termos ambientais e sanitários: o reservatório está recebendo esgotamento sanitário clandestino. A denúncia não é de ninguém menos do que do próprio chefe do escritório regional do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no Crato. Frise-se que muitas pessoas - sobretudo crianças e adolescentes - servem-se das águas do açude, banham-se nelas e consomem os peixes ali pescados. Mais do que isso: os peixes contaminados estão sendo comercializados e vendidos em Juazeiro do Norte. Infelizmente, é comum a notícia de esgotos sanitários clandestinos canalizados para rios e lagoas. Não se imaginava, contudo, que isto estivesse acontecendo com açudes - que é uma obra de vital necessidade para populações carentes de água. É algo realmente espantoso. Sobretudo, porque ninguém ignora a que se destinam esses reservatórios. O episódio evidencia o quanto a educação é um fator essencial para a vida de uma sociedade. As autoridades municipais alegam que colocam placas de aviso alertando para que não se coloque lixo nas margens do açude. De nada adianta. Além do mais, não se trata só de lixo, mas também de ligações clandestinas de esgoto. Evidentemente, estamos diante de um grave caso de saúde pública, com repercussões extremamente danosas para a vida de uma coletividade aparentemente desinformada sobre as conseqüências desses atos lesivos aos seus interesses. Como há risco de que possa acontecer algo ainda pior, em conseqüência da extrema poluição das águas do açude, impõem-se medidas extraordinárias e emergenciais por parte das autoridades estaduais e federais de saúde e do meio ambiente (além é claro, dos dirigentes municipais). Os gestores locais, é verdade, não podem escamotear suas responsabilidades. Mas, em vista do estado de necessidade não se deve esperar apenas por eles. É preciso, o quanto antes, interditar o acesso ao açude. Em seguida, identificar as canalizações ilegais de esgoto (e isso não deve ser difícil, tendo em vista as dimensões da área). Em seguida, retirar o lixo das margens e criar um sistema de vigilância para impedir novos depósitos. Contudo, essas providências não bastam: é imperativo começar um programa de educação ambiental e sanitária para conscientizar as pessoas sobre os malefícios que estão causando a si próprias. Mais: para que essas informações sejam consistentes será preciso incluí-las no próprio currículo escolar das escolas do município. Não se deve brincar com isso, nem subestimar suas conseqüências. Sai mais barato prevenir do que tratar posteriormente as vítimas dessa irresponsabilidade."

Um comentário:

Anônimo disse...

Sou de Penaforte, e desde minha infância ouvia pessoas falando sobre a poluição do açude da cidade...
Hoje aos 23 anos, tudo continua igual...
Nenhum dos administradores até hoje, e tenho certeza que nenhum dos que virão, voltou ou voltará sua atenção para esse fato.

Até porque em Penaforte, administração e prefeitura não são para o povo...
São para famílias...
Como em todo lugar pouco desenvolvido.

Fernando Carlos