"As ofertas vêm no meio de noitadas e de gente que se diz amiga. Com dinheiro no bolso e muita badalação, jogadores estão sempre na mira. A partir deste domingo, na série “Carreiras em Pó”, O POVO se debruça sobre o submundo do futebol e mostra que os atletas profissionais são alvos fáceis para as drogas, sobretudo a cocaína. A falta de estrutura, muitas vezes, deixa os boleiros vulneráveis. E dizer “não!” acaba sendo uma tarefa difícil. A constatação de que as drogas perambulam pela vida dos jogadores aparece em números. Segundo a Fifa, entidade que rege mundialmente o futebol, entre 20 e 30 mil exames antidoping são realizados anualmente. Do total, algo em torno de 1% acusa substâncias proibidas. O problema é que a metade dos resultados positivos aponta para cocaína ou maconha. Resumo: oficialmente, numa conta restrita a competições de maior porte, cerca de 150 atletas usam as chamadas “drogas sociais” pelo menos uma vez por ano. Nos bastidores, quem faz o dia-a-dia do esporte sabe que a droga é uma realidade na baladas de muitos jogadores. Porém, tocar na ferida parece romper com um “código de ética” do futebol. Os que resolvem comentar o assunto medem as palavras. Citar nomes, então, nem pensar. “Nunca vi ninguém ingerir na minha frente, mas a gente sabe que quando o pessoal sai, exagera um pouco”, conta o zagueiro Gaúcho, atualmente no ABC/RN. O jogador acusa alguns médicos de compactuarem com os atletas. “Teve um caso de um amigo meu que foi sorteado para o antidoping. O médico fez sinal para ele fora do campo. Ele simulou uma convulsão e saiu de ambulância. Teve que ser substituído no exame”, conta. Segundo Gaúcho, “quem ingere não conta pra ninguém”. Para ele, a droga está presente e todo mundo sabe. Porém, não acredita que o uso leve ao vício. “O pessoal exagera mais nas férias”, afirma. A moderação do zagueiro não é a mesma de Alcino Sanches, ex-jogador que já foi auxiliar técnico de times como o Sertãozinho e Noroeste, do interior paulista. “A cocaína rola solta”, diz. “Expulsei vários jogadores das equipes onde trabalhei. A droga é muito fácil entre eles”, comenta, também sem querer entregar ninguém. “Só não posso digitar o nome de atletas de grande equipes”, completa."
(Jornal O POVO deste domingo)
sábado, 4 de abril de 2009
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Um comentário:
O poblema do futebol é também e muito de administração se não vejamos, sempre tivemos grandes invernos e agora só este ano( ainda estamos em abril) já tivemos o Castelão interditado duas vezes, não entendo o que está ocorrendo na secretaria de esportes do estado do Ceará e o mais intrigante é que ninguém da imprensa fala nada, assim o futebol não vai para frente.
Você Eliomar que é um jornalista correto cobre explicações da secretaria de esportes.
E o PV é outro grande problema.
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