“Os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem”. A frase do educador Marcel Proust é utilizada ao “pé da letra” pelos ocupantes de uma área verde no Passaré. Em quase dois meses — do 15 de janeiro para cá — duas mil pessoas conseguiram o que parecia improvável: puxar energia elétrica, água e agora começar a erguer as casas em alvernaria. Tudo sob o olhar amedrontado dos moradores da Rua Otacílio Peixoto e adjacências. A Prefeitura garantiu que eles não poderiam permanecer no local, mas até o momento não fez nada para impedir o avanço das obras.O diretor da Guarda Municipal, Arimá Rocha, garantiu que a retirada do grupo está com os dias contados. “O plano de desocupação está pronto e, em breve, irá ser realizado”.Enquanto isso não acontece, os ocupantes se organizam. A líder comunitária da área, Eredir França Ricardo, justifica a ocupação e a pressa de quem aguarda definição como “necessidade absoluta por moradia”. Segundo ela, o grupo irá lutar até o fim para conseguir o objetivo de permanecer na área. “Não temos para onde ir e não podemos ficar debaixo de ponte”, salienta.Para Arimá, a ação da Prefeitura será definitiva, sem a obrigatoriedade de transferi-los para outro terreno. “Eles não são de movimento social legítimo, apenas se apropriaram de área pública para se dar bem”.O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Ceará (OAB/CE), João Ricardo Franco Vieira, diz que a desocupação é inevitável, no entanto, é necessário garantir a tranqüilidade na hora da ação. “Por isso, a OAB interferiu. Para que não haja um confronto entre as partes envolvidas”.Ele se mostrou surpreso com a velocidade com que os ocupantes estão agindo. “Se não houver uma atitude imediata, a situação tenderá a piorar”.Para o advogado, a Prefeitura precisa monitorar outras áreas para evitar novas invasões. “Também fico surpreso com a demora na retirada dessas pessoas do local”.
(Diário do Nordeste)
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
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3 comentários:
Eis o descaso das nossas autoridades. A cidde invadida em suas áreas verdes, praças e nada, nda se faz para evitar esse absurdo. Cadê a prefeita? Cadê a Polícia? Estamos órfãos.
Cadê o pessoal das entidades ambientalistas que não viu isso? Tá virando a turma dos Direitos Humanos, que só aparece pra defender bandido, é?
O movimento ambientalista tem realizado uma série de atividades para pressionar a prefeitura no sentido de resolver o problema da preservação ambiental na área, e também, garantir moradia para quem DE FATO precisa...o Meneleu não lê jornal...agora, vai colocar essa turma da prefeita Luizianne Lins para fazer o que deveriam fazer no tempo certo....a máquina da prefeitura é a coisa mais emperrada que se pode pensar...tudo depende da aprovação prévia da prefeita, e a prefeita não tem lá responsabilidade com a população em termos de cumprimento de metas, propostas, calendários, datas, compromissos, etc, etc, etc,
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