segunda-feira, 30 de março de 2009

FILA DE ESPERA PELO CARRO NOVO CHEGA A 90 DIAS EM FORTALEZA

"A enfermeira Mariana Gomes, 32, aproveitou a redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para comprar o carro novo. Comprou, mas ainda não recebeu. “O prazo que me deram foi 45 dias”, conta Mariana complementando que “nesse caso esperar vale a pena” já que economizou aproximadamente R$ 2 mil por conta do incentivo do Governo Federal. Anunciada no início de dezembro de 2008, a redução do IPI até o fim deste mês tinha o objetivo de preservar empregos e estimular a economia no setor, que tinha sido atingido pela crise internacional. A demora na entrega do carro novo em Fortaleza varia de acordo com a marca e o modelo escolhido. “Como houve uma redução da demanda no início da crise, algumas montadoras reduziram o ritmo da produção”, explica Raimundo Brasileiro, diretor da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Ele, que é concessionário da Ford, conta que no caso dessa montadora a maior espera é pelo Ka, uma média de 20 dias. “Mas algumas marcas estão com prazo maior”, destaca Brasileiro, que calcula que a projeção de vendas para o mês de março no Estado já sinaliza a venda de aproximadamente mil carros a mais do que em meses como janeiro e fevereiro, podendo chegar a quatro mil carros comercializados. “A expectativa é boa”, finaliza Brasileiro. Muita procura Judith Mota, gerente comercial da CDA, concessionária da Fiat, garante que mesmo com a demora na entrega os clientes estão pacientes. “A procura está demais. Tem cliente esperando Mille há 60 dias. O cliente do Mille é muito fiel. Para alguns modelos da linha intermediária a espera chega a 90 dias. Mas todos estão pacientes”, diz otimista. Entre os modelos da linha intermediária estão o Palio LX e o Siena LX. Judith argumenta que o aumento nos prazos de entrega é consequência da redução da produção dos veículos, já que por conta da crise algumas montadoras duvidaram do potencial do consumo interno brasileiro e reduziram turnos de trabalho. “Elas (as montadoras) precisam conhecer melhor o País. Os brasileiros estão com uma crença muito alta no Governo”, comenta a gerente. Na Ceará Motor, concessionária da Volksvagem, a grande procura pelo carro novo também tem gerado uma espera maior. O gerente de vendas Ubirajara Bazani também atribui o aumento da demanda à redução do IPI. “A expectativa é positiva em função da antecipação das pessoas. Mas a procura deve cair se o Governo não der continuidade à redução após março”, comenta o gerente Bazani. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apontam que o fim do desconto do IPI provocará uma queda nas vendas de cerca de 25%, semelhante à ocorrida em novembro do ano passado, o que aumentaria o risco de desemprego no setor."

(Jornal O POVO)

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