sábado, 10 de novembro de 2007

BRASIL TELECOM TERIA PAGO PROPINA A POLÍTICOS DO PT E DO DEM


A revista IstoÉ desta semana traz entre os destaques o caso do leite longa vida adulterado e um novo escândalo envolvendo políticos brasileiros e a venda no âmbit da telefonia. No meio do rolo, a Brasil Telecom, o braço italino no País.

"Conexões na linha

Nova testemunha e investigação na Itália indicam que políticos e policiais brasileiros teriam recebido propinas no caso Brasil Telecom

Uma prisão feita na Itália na segunda-feira 5 coloca sob suspeita de receber propinas uma série de parlamentares e policiais federais brasileiros e tem a força de provocar uma reviravolta nas investigações sobre a maior disputa societária já ocorrida no Brasil: o controle da Brasil Telecom. O nome do preso é Angelo Jannone. Entre 2004 e 2006, ele foi o chefe de segurança da Telecom Italia no Brasil e, segundo as investigações feitas por procuradores de Milão, teria comandado um esquema que levou a Polícia Federal a desencadear a chamada Operação Chacal, tendo como alvo o grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, e a Kroll, uma empresa de investigações americana. A Operação Chacal acusou a Brasil Telecom de usar a Kroll para espionar autoridades do governo federal em Brasília. Na Itália, Jannone foi preso porque o juiz Giuseppe Gennari concluiu que tudo o que foi “descoberto” por aqui não teria passado de uma grande armação. De acordo com a procuradoria de Milão, foi uma equipe coordenada por Jannone, conhecida como Tiger Team, que teria espionado a Kroll, inclusive invadindo seus computadores e posteriormente editado a gravação de um CD. Essa gravação teria sido entregue à PF e orientado todas as investigações da Operação Chacal. Da equipe de Jannone fariam parte o ex-policial federal João Álvaro de Almeida, o delegado Eloy Lacerda, que, segundo o próprio Jannone, seria sócio oculto de Mauro Marcelo de Lima e Silva, exchefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), e o espião Marco Bernardini. O grupo contaria ainda com a participação de ex-funcionários do Opportunity, entre eles Luiz Roberto Demarco e Marcelo Elias. Os dois últimos, de acordo com depoimentos prestados à Justiça italiana, administrariam propinas a serem pagas para políticos e policiais brasileiros.

A versão defendida pelos procuradores italianos ganhou maior consistência na quinta-feira 8. Em entrevista ao site Consultor Jurídico, Luciane Araújo, que se apresenta como ex-tradutora de Bernardini, acusa diversas autoridades de receberem propinas do grupo de Jannone. Estariam envolvidos no esquema o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e o empresário Luiz Roberto Demarco. Luciane também acusa a senadora Ideli Salvatti, do PT catarinense, e o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN). Ela afirma que intermediava as conversas secretas de Bernardini com os brasileiros que supostamente recebiam propina, traduzindo para o italiano as respostas dadas pelos brasileiros, e vice-versa. Luciane também revelou que recebia documentos diretamente da Polícia Federal, que eram repassados para a equipe de espiões italianos. “Eram faturas altíssimas. Havia colaborações em torno de US$ 600 mil a US$ 650 mil.” Ainda conforme a tradutora, o português Tiago Verdial, até então considerado um espião da Kroll, estaria, na verdade, trabalhando para a Telecom Italia.

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