"A crise internacional e a sinalização do Banco Central de que pode subir os juros para conter o consumo e a alta da inflação levaram a equipe econômica a aumentar o tamanho do corte no Orçamento deste ano de R$ 20 bilhões para R$ 30 bilhões, revela reportagem de Valdo Cruz e Sheila D'Amorim publicada na Folha. A intenção é sinalizar ao mercado financeiro que o governo será mais prudente na área fiscal e cumprirá sua meta de superávit primário de 3,8% do PIB para pagar os juros de sua dívida. Além dos R$ 12,5 bilhões já cortados pelo Congresso na votação do Orçamento, o presidente Lula analisa três propostas de cortes adicionais: de R$ 14,5 bilhões, R$ 16,5 bilhões ou de R$ 19,5 bilhões.
O Ministério do Planejamento avalia ser possível cumprir a meta de superávit com a adoção da primeira proposta; a Fazenda defende que o momento exige uma redução maior nos gastos, sobretudo diante das expectativas do mercado financeiro e dos empresários de alta da inflação com as incertezas internacionais e o aquecimento da demanda interna. Por sua vez, Lula tende a optar pelo valor intermediário visando preservar os gastos sociais e verbas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)."
(Folha de São Paulo)
quinta-feira, 3 de abril de 2008
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