sábado, 12 de julho de 2008

ANJ, FENAJ E PF E O DEBATE SOBRE VAZAMENTO DE INFORMAÇÕES NA OPERAÇÃO SATIAGRAHA

"Pelo sim ou pelo não, os próprios veículos de comunicação passaram a ser notícia esta semana. Tudo por conta da Operação Satiagraha, da Polícia Federal (PF). Na Folha de S.Paulo, a repórter Andréa Michael escapou de ser presa ao antecipar informações sobre as investigações que aconteciam contra Daniel Dantas, enquanto o repórter César Tralli, da TV Globo, sabia, segundo o ministro da Justiça, Tarso Genro, da prisão do dono do Opportunity, antes dos outros veículos. Tarso Genro chegou a pedir desculpas pelo vazamento de informações. A questão que fica é: o meio de comunicação pode -- ou deve -- publicar inquéritos que correm em segredo de Justiça? A divulgação pode prejudicar as investigações?
ANJ
Para o Associação Nacional de Jornais (ANJ), sim, o veículo deve divulgar as informações. O assessor Ricardo Pedreira é da opinião de que a liberdade de expressão está acima de tudo, um direito garantido pela Constituição. Sobre a Globo, disse: "A TV foi lá e fez o trabalho dela".
Ricardo Pedreira argumenta que o segredo de Justiça é uma questão da Justiça. "O segredo de Justiça é para as partes do processo, para os elementos envolvidos, e não para jornalistas", afirmou o assessor da ANJ. Pedreira declarou ainda que a responsabilidade de divulgar as informações, na possibilidade de atrapalhar as investigações, é de cada jornal. "É uma questão de cada jornal."
FENAJ
O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo de Andrade, diz que o jornalista tem a obrigação de divulgar a informação que tem relevância pública. "Tudo que tem interesse público, relevância social, o jornalista precisa divulgar", afirmou.
Para Murillo de Andrade, no entanto, o repórter deve ter o extremo cuidado em divulgar informações se elas podem prejudicar alguém a ponto de oferecer perigo à vida. "A decisão de divulgar uma informação não é uma regra absoluta, é um princípio ético."
Sobre o vazamento de informações da PF e o pedido de prisão da repórter da Folha, o presidente da Fenaj entende que o problema foi da polícia, em deixar escapar os dados, e não dos jornalista.
POLÍCIA FEDERAL
A Polícia Federal admite que o erro foi dela mesmo. "Foi o agente do Estado que errou. O jornalista, pelo mérito e trabalho, divulgou o que a polícia deixou vazar", afirmou a assessoria de imprensa. Informa, ainda, que está sendo aberto um inquérito para investigar o vazamento, assim como havia afirmado o ministro Tarso Genro."

(Site Comunique-se)

3 comentários:

Anônimo disse...

É muito esquisito que só o Césr Tralli, em tudo que é operação grande da PF, seja o único a saber. Há algo mais a´lém nesse caso: a briga Glbo X Record por audiência. E a Globo quer ganhar de qualquer jeito. Nem que fazendo esse tipo de "furo".

Anônimo disse...

Ora mas, era o que faltava. O reporter tem acesso ao "vazamento" de uma informação, vazada por gente da própria PF, e deixa de cumprir seu ofício de informar à população?
"Não cabe ao jornalista zelar pelo sigilo ou pela segurança de informações que estão de posse do estado. Ele (Estado)que faça a sua parte, tentando resguardar os dados. A imprensa faz a parte dela, tentando divulgá-los. Cada um cumprindo o seu papel".

A Globo fez a sua parte. Quem deixou de fazer a sua foi a Polícia Federal.

ericodias disse...

a declaração do representante da anj é lamentável, dizer que só cabe à justiça respeitar o segredo é de uma falta de conhecimento sobre a constituição tremenda.

Hoje eu li o dito artigo da folha sobre o caso. Nele a jornalista lista com exatidão até onumero de pessoas q sewrao presas.

Fazer isso com a investigação em curso é no minimo....