sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

PSOL PEDE QUE A POPULAÇÃO SE LEVANTE CONTRA A POLÊMICA DA CÂMARA

O PSol enviou nota para este Blog apoiando as investigações que o Ministério Público Estadual realizará no que diz respeito aos rumores de compra de votos no processo sucessório da mesa diretora da Câmara Municipal de Fortaleza. Confira:
NOTA DO PSOL CEARÁ

O início do ano foi tomado pela polêmica em torno da sucessão na Mesa Diretora da Câmara Municipal de Fortaleza. A grande aliança formada para a reeleição da Prefeita Luizianne Lins dividiu-se em torno da ocupação dos cargos da Mesa. Nessa disputa, sobraram acusações de corrupção por compra de votos e troca de cargos públicos para todos lados. Não podemos nos conformar em viver um estado de "relativa desconfiança" num ambiente de profusão de boatos. A coisa pública - os cargos, as estruturas, as funções, os orçamentos – foramtratados na situação como mera moeda de troca. Tudo muito antigo e típico da cultura políticanacional. "Independência", "harmonia" e "respeito", apesar de tão recorrentes nos discursos que acompanhamos, parecem não passar de palavras aprisionadas e sem sentido na boca dos enganosos.

Apoiamos toda e qualquer iniciativa do Ministério Público para esclarecer as suspeitas de corrupção levantadas. Entretanto, cobrar esclarecimentos é muito pouco. Faz-se necessário abrir um debate franco sobre o tipo de democracia formal que temos e os mecanismos de controle que a sociedade dispõe sobre os mandatários públicos e sobre o fazer político. Nos pontos de ônibus, bares, praças, locais de trabalho e residência, resta um dissabor entrea pilhéria, o desencanto e a repulsa ao que vimos. Sim, esta é a destruição da política compreendida como instrumento de transformação e emancipação.

O apequenamento cotidiano dos projetos e horizontes fortalece a visão conservadora da política como um conjunto de artimanhas voltadas à manutenção das relações de poder e dominação. Das páginas dos jornais, saíram detalhes entranhados do fazer político dos vencedores do mercado eleitoral. A população tomou conhecimento de que o vice-prefeito pretender usar o seu tempo não para desempenhar o mandato para o qual foi eleito, mas sim preparar sua campanha ao legislativo estadual. Nada novo, apenas o descaso e a repetição da cultura mandonista que se perpetua na tríade fisiologismo, clientelismo e conciliação das elites dominantes. Todos que patrocinaram essa aliança se igualaram, afinal o "conspirador" de hoje foi o''grande aliado'' de ontem.

Mais uma vez, provada fica a necessidade de Reforma Política que amplie instrumentos de controle popular sobre o Estado e seus agentes, e incentive mecanismos de iniciativa popular para a revogabilidade dos mandatos. Uma “esquerda” que sequer consegue ser republicana não pode ser socialista. Uma esquerda que se mimetiza a direita no modo de fazer política não é esquerda. É a expressão de um futuro abandonado. Nós continuaremos a ocupar estes espaços para denunciar os limites dessa estrutura política e propor transformações que apontem outra política. Através de nosso mandato, buscaremos debater a cidade, a política que nela se faz e defender os interesses das classes populares.

Por esta razão, não apoiamos nenhuma das candidaturas à Mesa e nossa anticandidatura objetivou levantar o debate sobre o exercício da política e o papel do parlamento. Alertamos a população para que exerça seu direito de recusa e levante-se contra este modo de fazer política. O episódio mostra que instituir outro projeto político para o País é tarefa inadiável, sob pena de que o desalento tome conta de todos. A nossa esperança de transformação e vitória não está em adequarmo-nos a essa política. Nossa luta é, antes de tudo, resistir para que a história seja outra. Nossa esperança está na "força irredutível da indignação" popular e na possibilidade de que esta crie, sim, outra política."

Fortaleza, janeiro de 2009
Direção Executiva do PSol Ceará

8 comentários:

Célio Ferreira Facó disse...

Omissão frustrante, irresponsável, de Salmito Filho e de toda a Câmara Municipal, agora, se não tratam de recobrar a própria hombridade ante a opinião pública.

SÓRDIDAS denúncias envolvem a recente eleição de Presidente da Câmara.

Luizianne ousou intervir até o ponto de ferir a independência daquele Poder. Às escâncaras. FORA da moralidade. Nada disso poderia ocorrer. Jamais.

Que devem fazer agora o presidente e vereadores? Honrar o próprio mandato e a dignidade da Casa. FISCALIZAR, CONTROLAR os atos do Executivo Municipal. Denúncias contra o decoro de qualquer dos pares sejam investigadas e, comprovadas, culminem com a justa punição. Agressões externas não sejam “acomodadas”.

Célio Ferreira Facó disse...

Bem plantados neste mundo, não será surpresa se antigos esquemas sociológicos já explicarem à perfeição o humor e o cerne das relações sociais de nossa Fortaleza e estado.

Medievais somos. Mesmo à bordo de celulares e computadores ligados à rede mundial de comunicações.

A tal ponto que não só um bairro, mas toda a Cidade devia chamar-se Aldeota, i. e., Aldeia, Aldeiazinha.

Quem não viu, por último, os casos mais recentes da Aldeiazinha: a prefeita desejaria que o presidente do Legislativo local fosse um indicado seu; quer a Câmara Municipal domesticada. O governador do Estado, aliado ocasional, partilha da tarefa. Não querem que se eleja um livremente pela Câmara. Esta, violentada, mal esboça qualquer indignação.

Querem todos que padre, delegado, prefeito, chefes de jornais, juízes sejam compadres da mesma laia, a vigiar por manter o grosso do rebanho pacificado, sob jugo feroz.

Anônimo disse...

QUEM BAGUNÇOU ICÓ?

Chegamos a janeiro de 2009. O ano findo foi histórico. Em Icó, antigos litigantes, juram agora amor eterno. E o pior, ainda tem quem acredite. Aliás, muitos votaram pelo discurso bonito do "paz e amor".
Enfim, Marcos Nunes toma posse como o terceiro nome da oligarquia "Nunes" a chefiar a secular e guerreira Icó.
Em seu primeiro pronunciamento em emissora de rádio, repete a fala do irmão, Neto Nunes, após também ser eleito prefeito nos mandatos 1997\2000 e 2001\2004. Tal qual: “preciso de seis meses para arrumar a casa”.
Arrumar, segundo o dicionarista Aurélio, significa muita coisa, dentre elas “ajeitar, pôr em ordem”, et cétera.
É certo que o povo icoense elegeu Marcos Nunes, mesmo ciente que ele, não tinha experiência alguma para tal propósito, assim como Cardoso Mota em 2004. Marcos Nunes, apesar de mostrar simpático, gentil, nunca exerceu liderança, nem prestou qualquer função para tamanha responsabilidade, agora entregue a si, principalmente quando nossa cidade necessita de saídas urgentes, soluções para enterrar a incompetência, a falta de prumo, de horizonte.
O resultado das paixões eleitorais, do amor e do ódio das disputas, em relação ao alcaide Cardoso, foi doloso para Icó. Não queremos que a história se repita como tragédia.
Voltando ao ponto inicial, Marcos Nunes nomeou, para a gestão “um novo tempo”, 50% do secretariado de Cardoso Mota, inclusive outros 50% para as subsecretarias. Praticamente nada de novo surgiu. O tempo em Icó é o mesmo: quente e duvidoso.
Aliás, os velhos caciques da política icoense dominaram os palanques das eleições pretéritas.
Parte do povo parece ter medo de experimentar o novo. Prefere a mesmice, embora 48% tenha dito um sonoro “não”.
Então, surge uma pergunta: “quem bagunçou Icó?
Na verdade, agora é hora do trabalho, os discursos ou viram prática, ou continuaremos a chorar por Icó que não parece Iguatu.
Não esperamos mágicas. Você sabe Marcos Nunes, que só tem um caminho: “fazer menos política e trabalhar diuturnamente por um Icó realmente melhor para todos, sem perseguição, sem apequenar-se ao ódio, ao rancor, e síndrome de poder.
A campanha passou. Todos têm obrigação, inclusive eu, que gosto verdadeiramente da minha terra e já mostrei na prática isto, que não devemos abandonar esta cidade onde sobram os ventos do Aracati e do Mossoró, de história e patrimônio marcantes, de ruas largas e bonitas, mesmo sem esperar muita coisa do que está aí.
Gostar de sua cidade é o primeiro passo para governá-la bem. Daí uma dica senhor prefeito.
Por fim, se queres realmente arrumar a casa de verdade, tenho duas afilhadas, filhas de compadre Antonio, ambas desempregadas, que dariam ótimas arrumadeiras.
É uma sugestão.
E viva Icó. Terra boa, onde em quatro em quatro anos a esperança se renova, repita-se, sem renovação alguma...

Advogado Fabrício Moreira da Costa
fabriciomoreiraadv@hotmail.com

Anônimo disse...

O vereador, Salmito Filho, procura demonstrar nova Política Pública no legislativo municipal para biênio (2009-2010). Na buscar de reforma a instituição além do aspecto físico como também melhoramento dos quadros técnicos da Casa, para melhor atendimento das demandas socais da sociedade civil de Fortaleza. Luiz Cláudio Ferreira Barbosa
E-mail: analistapolitico@ymail.com

Anônimo disse...

Eliomar, pelo visto você voltará das férias oficializado como porta-voz da tendência Aldredista-Rosenada do PSOL.

carlos disse...

notaram como os discursos do psol e dos tucanos se ajustam nesse imbroglio mais que boca de bode, hein?
eita turma "competente" em fazer o jogo da direitona.
vôte!

Anônimo disse...

Interessante as observações de um Anônimo e a de Carlos. A do Anônimo esquece que aqui nesse blog foram publicados post's de um certo vereador do PT (A crise Sena) fustigando o PSol, bem como a notícia da desfiliação do tal Alfredo Marques. Isso é ser porta-voz do PSol? Ou é tornar públicas as mais diversas manifestações de posições políticas?
Carlos usa um outro argumento: o PSol faz o jogo do PSDB. Claro, quem não faz o jogo de Luizianne Lins, de Cid Gomes, de Eunício Oliveira, quem não faz o jogo das empreiteiras, da destruição das áreas verdes da nossa cidade, só pode fazer o jogo do PSDB; é óbvio...

Anônimo disse...

Concordo com o conteúdo da nota do PSOL, mas assinalando seu erro principal: a nota tirou do foco o poder executivo municipal. Aliás, do executivo a nota escolheu para bater a figura do vice-prefeito. Nenhuma crítica à atuação da Prefeita no episódio da eleição da mesa diretora da Câmara. Esta declarou, peremptoriamente, no Programa Coletiva, da TV O Povo, que a chapa do vereador Elpídio Nogueira foi articulada por ela e o Governador. Pode haver prova maior de interferência direta dos poderes executivos no processo eleitoral específico da Câmara de Veradores que essa? Ao evitar esse foco, a nota diluiu responsabilidades, tornando-se politicamente ineficaz. A nota quis produzir unanimidade, quis angariar apoio amplo, tornou-se pouco contundente. Teria que ferir interesses e focar os alvos principais da crítica, entre os quais se situa em primeiro plano a atuação dos poderes executivos municipal (este principalmente) e estadual. São, portanto, esses os reparos que faço à nota do PSOL. PEDRO ALBUQUERQUE.