LUIZIANNE DIZ QUE NÃO DARÁ MAIS PRAZO PARA ANÚNCIO DE SECRETARIADO

"A cidade está funcionando, não há buraco na prefeitura e eu não vou tomar decisões por pressão política”. A avaliação, que veio em tom de aviso, é da prefeita Luizianne Lins (PT), em meio a críticas - lançadas, inclusive, por aliados - ao impasse na escolha de seu novo secretariado. Apesar de reconhecer que um clima de expectativa paira sobre as 35 secretarias, fundações e autarquias do município, a petista deu de ombros e disparou: “Sobre a ansiedade dos outros, eu não tenho controle. Isso é muito subjetivo”. As declarações foram dadas após evento de inauguração de uma quadra esportiva no Presidente Kennedy, ontem, mesmo dia em que O POVO publicou que Fortaleza pode ter prejuízos financeiros por conta da indefinição. A informação partiu de dois deputados federais petistas: Eudes Xavier e José Guimarães, ambos ligados a Luizianne. Os parlamentares ressaltaram que a demora na decisão pode atrapalhar a liberação de recursos do Governo Federal para obras como a reforma do estádio Presidente Vargas e a requalificação da Praia de Iracema. O terceiro componente da bancada do PT na Câmara, deputado José Airton Cirilo, fez coro aos colegas e acrescentou que a situação em Brasília “exige uma batalha contra o tempo”. Conforme O POVO anunciou ontem, o Governo Federal abriu o Sistema Integrado de Acompanhamento Financeiro (Siaf) de 2009 – que dá início à corrida pelo cadastro de projetos a serem beneficiados com verbas da União. José Airton, que está cotado para ser membro da Comissão Mista de Orçamento, explicou que o fato de algumas obras já estarem em andamento, como o Hospital da Mulher, pode facilitar o repasse do dinheiro. “Se há algum secretário ameaçado de sair, pelo senso de planejamento que cada um tem, é preciso colar no Governo para que os projetos sejam empenhados”, aconselhou. Fazendo vista grossa aos palpites, Luizianne disse estar tranquila e insistiu que a decisão sobre quem fica e quem sai não interfere no dia-a-dia da gestão. Mas, afinal, por que a demora em bater o martelo sobre o caso? Segundo ela, o problema foi ter estabelecido prazos. “Não marco mais data, é pior. Eu planejava decidir em janeiro para anunciar em fevereiro, mas surgiram problemas no caminho”, justificou. Uma das “pedras” no meio do percurso, segundo ela, foi a celeuma em torno da eleição para a presidência da Câmara Municipal, quando venceu quem ela não queria, o vereador petista Salmito Filho. No que se refere ao andamento da discussão sobre o secretariado, a prefeita disse que só começou a pensar no assunto, para valer, a partir de fevereiro, mês em que o feriado de Carnaval também teria freado as reflexões. Confirmando que vem sendo procurada por alguns dos 12 partidos que a ajudaram a reeleger-se, Luizianne ponderou, no entanto, que a ocasião está sendo propícia para que se identifiquem os verdadeiros aliados."

(Jornal O POVO)