sexta-feira, 20 de julho de 2007

PROCURADOR DE EMPRESA DE EUNÍCIO OLIVEIRA ENVOLVIDO NO CASO DO BANCO DE BRASÍLIA

"Procurador de empresa do deputado federal Eunício Oliveira (PMDB-CE), ex-ministro das Comunicações de Lula, Nilson Lacerda Wanderlei é apontado pelo Ministério Público do Distrito Federal como um dos principais sacadores do dinheiro que teria sido desviado do BRB (Banco Regional de Brasília) por meio de contratos fictícios com a ONG Caminhar.Os saques eram feitos por meio de cartões corporativos emitidos pelo Banco do Brasil em nome da Caminhar, mas sem registro do nome do efetivo usuário autorizado a sacar. Wanderlei teria sacado pelo menos R$ 500 mil só entre janeiro e fevereiro deste ano, segundo denunciou o gerente de agência do BB Frederico Rocha Neto.

O balanço oficial, porém, ainda está longe de ficar pronto. Não chega a meia dúzia o número de sacadores já identificados numa fraude que pode passar, só com o saque indevido por meio de cartões corporativos, a R$ 50 milhões.Parte dos contratos firmados pelo BRB que teriam sido fraudados (e que estão sob investigação dos promotores do DF na chamada Operação Aquarela) é intermediada pela Asbace (Associação Brasileira de Bancos Estaduais e Regionais), à qual o banco estatal é associado. Funcionário licenciado do BB, Wanderlei representa a construtora Thema, da qual Eunício é sócio, na empresa Suprema - uma sociedade criada em 2005 com o fim de erguer um hotel em Brasília.

No negócio, um empreendimento avaliado em R$ 30 milhões, a Thema é sócia do grupo Antares, que tem como investidor o empresário Nenê Constantino. Fora do país, Eunício confirmou que Wanderlei representa sua empresa somente neste negócio. Disse que desde 1998, quando ingressou na política, deixou a gestão dos negócios e que nunca recebeu "nenhum tostão" do dinheiro sacado. Homem de confiança na Thema, ele tem autorização para assinar cheques da Suprema. A Caminhar foi contratada para fazer pesquisas de mercado com o objetivo de avaliar a qualidade dos serviços do BRB. Para os investigadores, por meio de fraudes, os cartões seriam utilizados para sacar valores pagos à Caminhar, com dinheiro do BRB, em benefício de pessoas escolhidas -como Wanderlei-, mas ainda não identificadas integralmente.Wanderlei foi o ponto de partida da Aquarela: ele sacava dinheiro com vários cartões da Caminhar em quatro agências do BB em Brasília. Uma delas, no Setor Áreas Afastadas Norte, fica a 200 metros do imóvel que abriga a sede de duas empresas das quais Eunício é sócio. Wanderlei acabou por chamar a atenção do gerente de agência do BB Frederico Ferreira da Rocha Neto, que denunciou o caso à Procuradoria.

Personagem central da investigação, o administrador Juarez Cançado, que por 27 anos foi secretário-geral da Asbace, revelou em depoimento aos promotores que a Caminhar também havia sido contratada para implementar um "projeto de marketing de incentivo" para a empresa ATP, subsidiária integral da associação e presidida pelo executivo. Segundo Cançado, os cartões foram usados como "cartões de premiação", para pagar menos IR, e "distribuídos de acordo com o desempenho de cada diretoria" da ATP. Na condição de presidente da empresa, Cançado diz ter recebido, por meio dos cartões, R$ 2 milhões em 2006. Outros R$ 3,5 milhões teriam sido pagos a Tarcísio Franklin Moura, ex-presidente do BRB e dirigente da ATP.

NEGA - O deputado federal Eunício Oliveira (PMDB) negou ter qualquer envolvimento com irregularidades praticadas por meio de saques de dinheiro com cartões corporativos emitidos pelo Banco do Brasil para a ONG Caminhar. Fora do país, Eunício disse que, desde 1998, quando entrou para a política, está distante da administração das empresas. "Eu não sou réu, sou vítima disso. Para ser sincero, vou sair dos negócios, porque, como faço política, eu sou o chamariz", disse ele.

(Folha de São Paulo)

5 comentários:

Anônimo disse...

É muito estranho que o procurador do deputado Eunício Oliveira tenha feito grande parte dos saques em uma agência do Banco do Brasil próxima à quê? das empresas do deputado. Eunício, um dos cabeças do Congresso, segundo o questionável estudo do Diap, terá muito a explicar.

Anônimo disse...

A culpa é sempre do mordomo, como nos filmes de ficção mais antigos, né deputado Eunício Oliveira??

Anônimo disse...

Nada de prejulgamentos, mas nó Brasil ninguém fica rico impunemente, dizia minha vó.

Anônimo disse...

Quer dizer que se aqui em casa meu jardineiro roubar o quintal do viznho, eu é que vou pagar o pato? Essa história parece coisa de perseguuição política contra os que ainda têm coragem de ser aliados de Lula.

Anônimo disse...

Eunício Oliveira é um político limpo e claro com suas atitudes,não iria fazer esse tipo de coisa para estragar o prestígio que construiu durante anos.
É um político de moral e respeito,deve ter alguém tentando puxar o tapete dele!Vai ser difícil em!