Eis um artigo publicado no O POVO desta terça-feira. Assinado pela jornalista Adísia Sá, chega como ingrediente a mais de reflexões nestes ano eleitoral. Confira:
A jornalista Jô Abreu, em interessante artigo publicado no O ESTADO, descreve a sua trajetória de passageira de ônibus em Fortaleza. Narrando as dificuldades em atravessar a massa humana no Terminal e chegar ao transporte, diz que em lá chegando cuidou de contar os dedos das mãos (quase que os levam, no arrocho...) e, procurando, custou a encontrar a bolsa que conduzia e, por um triz, não ficou sufocada sob o peso dos que a transformaram em sardinha em lata.
Lendo a jornalista, recordei o que li no livro que conta a história do transporte coletivo do Ceará: passageiros que iam para o distrito de Lameiro, no Crato, "trepados em cima, viajando no segundo andar"... É o que está faltando em Fortaleza. No horário inicial e final do expediente de trabalho, o sofrimento do passageiro é visível: basta que se observe o que narrou a Jô Abreu - "salve-se , quem puder", para chegar ao ônibus. Além de ônibus em número inferior à necessidade dos fortalezenses, as paradas não oferecem condição condignas às pessoas que ficam ao "deus dará" - quer faça sol ou chuva - sem ordem de chegada , num atropelo vergonhoso e de alto risco, vítimas potenciais dos "batedores de carteiras" , dentro e fora dos veículos , e dos "mãos bobas" que tiram casquinhas de quem estiver à sua frente ... Ônibus caros, sofrem desgastes pelo excesso de passageiros e, também, pelas péssimas condições dos calçamentos- quando os há, - quase todos esburacados, ou então, do chão batido das ruas da periferia.
A atual gestão não voltou seus olhos para o transporte coletivo. "Baba" e gasta dinheiro nas propagandas, dizendo ser a tarifa mais barata do Brasil , a de nossa capital. Mas não diz como essa tarifa sai cara para o passageiro. Afinal, Fortaleza não é a "fazenda modelo" do País, também, em transporte público. Transporte não significa apenas tarifa barata , inclusive domingos e feriados, quando o "arrocho" é mil vezes pior do que o da semana. Tem mais: transporte é também corredores de tráfego , diminuindo distância e tempo. Nada disto fez e faz a Prefeitura. Dizer que realizou a mais bela festa de aniversário de cidade do País, "é bom também" e encheu as burras dos horários de rádio, televisão e os espaços de jornais. É, o slogan está certo: Fortaleza DELA."
Adísia Sá
Jornalista
13 comentários:
Professora Adísia,
Sua História a credencia a fazer essa análise. Parabéns. Tudo qu tem dito é pura verdade. Luizianne Lins é um estelionato eleitoral.
Fortaleza desdentada,
Fortaleza banguela,
Fortaleza, Feia,
Fortaleza esburacada,
Fortaleza sem projeto,
Fortaleza Bela, só no bolso e na farra dela - Luizianne.
Fortaleza Bela, só na Casa Dela...
Realente, procuro algo que a prefeita fez e não encontro. É só papo.
O artigo da Prof. Adísia merece reflexão, mas peca pelo seu final planfetário, de alguém que possui alguma mágoa pessoal. Sinceramente, é esta a impressão que eu tive.
De fato o sistema de transporte precisa melhorar, mas a tarifa não tem aumento a mais de três anos. O fato é inédito e precisa sim ser comemorado. Para quem não utiliza o serviço parece pouco, mas para os que vivenciam essa realidade é algo significativo.
As críticas são necessárias e construtivas, desde que não percam credibilidade com ataques pessoais. Isso não interessa à sociedade.
Professora Adísia, sou usuária de ônibus e todos os dias, repito: todos os dias veja pequenos acidentes com passageiros, em meio às viagens. Desde queda dos que estão dependurados nas portas até hematomas causados por embarrões em freadas. Isso, sem contar o estresse pela demora nas paradas. O fortalezense está ficando doente por causa dos ônibus. Mas não percebemos pela necessidade da condução e a prefeitura faz de conta que não vê. Obrigada, professora, pela oportunidade do desabafo. Andréa Braúna.
Quanto Fortaleza assinou com o BID/ Banco Interamericano de Desenvolvimento o emprestimo para o Programa BIDFOR, há 10 anos atrás, nós teríamos uma planilha de aplicações de 152 milhões de dólares para melhoria do transporte, implantação de corredores exclusivos, melhoria dos terminais, modernização da frota, diminuição dos tempos de viagem e melhor conforto do usuário. Naquela época estes milhões de dólares equivaliam a 45O milhões de reais. Hoje o que temos não passa de 250 milhões de reais e absolutamente nada foi feito. A atual administração recebeu de bandeija o empréstimo, que nós já estamos pagando e irresponsavelmente "empurrou o problema com a barriga" como se transporte por aqui fosse unicamente o preço do bilhete.
Quem disse que a Profa. expressa mágoa pessoal deveria passar uma semana acordando bem cedo para ir ao trabalho (se trabalha!), pegar um Conj. ceará-Aldeota/Ant. Bezerra-Unifor no terminal, enfrentando "aquela fila" onde alguns aproveitam para te passar "a mão boba" ou te levar algum pertence! Daí, chegar bem "cheirosinho" no trabalho, pra mais tarde pegar o onibus de volta pro terminal tmb, já passado todo o dia estressante de trabalho e vc ser empurrado, sacudido dentro do onibus...
Quem lê as palavras SÉRIAS da Profa. Adísia e não se identifica é pq deve viver num lindo conto de fadas junto com a prefeita! O que adianta manter o preço das passagens, se não aumenta o numero de linhas e o numero de onibus rodando na cidade?
Luizianne, tu só tem mto PAPO! SÓ!
FORTALEZA BELA, É DELA!
Paula
Querem ver um sistema confortavel e eficiente de transporte publico atarvés de onibus?
Vejam em Recife, aqui do lado. Também ainda não é o ideal mas é 100 vezes melhor.
Corredores exclusivos para onibus sendo inaugurados. Ruas planas, veículos confortaveis. O ônibus la é confortavel porque com os corredores exclusivos a viagem é mais curta, e com as ruas planas de boa pavimentação não há chacoalhada, e até permite que os veículos sejam mais baixos.
É até patético ver a força que fazem os "tietes" da prefeita para exercitar a árdua e inútil tarefa de encobrir o óbvio: que Luiziane Lins vive, como todo petista, irresponsavelmente mamando nas tetas e distribuindo empulhação, amparada numa figura de marketing falsa. Por isso, gastam milhões com magos da imagem como Duda Mendonça, pois sem a propaganda enganosa não sobrevivem.
Dá até pena de ver tanto esforço e peroração, ao querer levantar uma bandeira (única, até agora) da tarifa dos ônibus, em detrimento do sufoco que a população passa com a ausência de políticas públicas primárias.
Como uma cigarra deslumbrada, a prefeita passou todo o mandato fazendo turismo e contratando parentes, aderentes e amigos numa benevolência de fazer inveja a qualquer coronel das antigas.
Agora? Só o Duda Mendonça pra fazer alguma mágica, se isso ainda é possivel.
Parabéns, Prof. Adísia Sá. Se tivéssemos mais jornalistas dignos da profissão como a Senhora, talvez nossos políticos não se sentissem tão à vontade pra fazer gastança e cometer improbidades.
Carol
De fato tem superlotação e muito empurra-empurra nos terminais. Também sou usuária de ônibus: pego 6 todo dia para ir e voltar da Barra do Ceará até o Edson Queiroz. Mas observo que o usuário é em parte culpado porque se aglomera e se empurra na fila do terminal, mesmo tendo outro ônibus da mesma linha logo atrás. Ô falta de educação, meu Deus! E também o povo não cede o lugar aos idosos, gestantes e deficientes. Rara a vez. E na maioria são as mulheres que cedem o lugar. Canso de ver estudantes na primeira cadeira, com o olhar para a janela e os ouvidos tapados com fones, ouvindo música, sem nem estarem aí para os direitos dos outros.
E tem mais: no domingo quando pego ônibus de tarifa social vejo o povo na fila do Terminal do Antônio Bezerra indo tudo nos ônibus lotados, mesmo tendo outros logo atrás e nem têm a desculpa de cumprir horários, pois não tem ponto a bater. Sei não. Parte da culpa é do povo que pensa que o mundo vai se acabar, não planeja a saída de casa, sai nas últimas pra ir ao trabalho e à escola.
Mesmo assim, fico feliz por ter a tarifa social, por ter integração temporal (poder ir da Barra até a rodoviária com a Integração é tudo de bom) e por ter ônibus mais novos. Agora precisava fazer uma lavagem cerebral constante no povo, pra ver se ele se educa.
Coisa feia, heim Adísia. Professora tão educada e badalada, se prestando a esse triste papel de fazer campanha contra! Ainda mais com esse final tão panfletário e sem ponderação! Cadê o jornalismo? Não dizem que jornalista sempre ouve o outro lado? E outra: ela se baseou na opinião de uma tal de Jô. Porque não foi ela mesma conferir? Não é assim que fazem os jornalistas sérios? Vão lá conferir o que alguém diz? Perdeu o crédito comigo.
Professora Adísia,
gostaria somente de sugerir aos proprietários dessas empresas de ônibus, que utilizasse suas linhas apenas um dia, saindo do luxo de seus carros, para entrar no engarrafamento humano. Com certeza, não vão gostar da super lotação.
É Adísia Sá, pegou mal esse Fortaleza DELA. Baixaria!
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