
Luis Henrique Maia
"As escutas telefônicas da Operação Castelo de Areia indicam mais que um suposto esquema de doações ilegais para partidos políticos. Elas também mostram as estreitas relações entre a empreiteira Camargo Corrêa – investigada por suspeita de evasão de divisas e lavagem de dinheiro –, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e pessoas com trânsito no Tribunal de Contas da União. Não é segredo para ninguém que Paulo Skaf quer disputar o governo de São Paulo em 2010 e tenta costurar uma base partidária forte. Um de seus contatos com o mundo político é o diretor de Relações Institucionais da Fiesp em Brasília, Luiz Henrique Maia Bezerra, mencionado nas interceptações telefônicas como intermediário de doações da Camargo Corrêa para campanhas políticas. Luiz Henrique é um dos três filhos do ex-senador Valmir Campelo Bezerra (DEM-DF). Campelo é ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), encarregado de fiscalizar contratos do governo federal com grandes empreiteiras, como a Camargo Corrêa, e empresas filiadas à Fiesp.
Outro intermediário mencionado nas conversas entre diretores da empreiteira é Guilherme Cunha Costa, ex-diretor da Fiesp e atualmente representante da Camargo Corrêa nos contatos com o Congresso, Ministérios e o próprio TCU. Antes de trocar a Fiesp pela empreiteira, Guilherme Cunha Costa ajudou o ex-deputado Augusto Nardes (PP-RS) a ganhar a indicação da Câmara para ministro do TCU, em 2005. Na época, o presidente da Câmara e padrinho de Nardes era o ex-deputado Severino Cavalcanti (PP-PE). No TCU, Nardes será responsável por relatar um processo em que auditores do tribunal apontaram um superfaturamento de R$ 184 milhões nas obras do Rodoanel, a maior obra viária do Estado de São Paulo. A Camargo Corrêa faz parte do consórcio responsável pela construção do Rodoanel e está encarregada de um trecho cujas obras teriam sido superfaturadas em quase R$ 40 milhões. Em resposta a reportagem de ÉPOCA, e empresa enviou uma nota em que afirma que entregou esclarecimentos aos questionamentos do TCU sobre a obra. "Trata-se de um procedimento comum, que inclusive foi solicitado aos outros lotes dessa obra rodoviária", diz o texto."
Um comentário:
É filho de um cearense do rol dos "bem sucedidos" e influentes no DF.
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