quinta-feira, 24 de julho de 2008

MARCOS COIMBRA ANALISA PESQUISAS E FAZ PROJEÇÃO OTIMISTA SOBRE LUIZIANNE


Em artigo publicado nesta quinta-feira no Correio Braziliense, o presidente da Vox Populi, Marcos Coimbra, analisa todas as pesquisas realizadas até agora. Em sua óptica, Luizianne Lins (PT) é a melhor colocada entre os prefeitos que disputam reeleição. São quatro pesquisas do Ibope sobre a situação em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e em Belém e duas da Vox Populi, em Salvador e em Fortaleza. Os trabalhos de campo foram feitos entre a primeira e a segunda quinzena de julho. Confira:

AS ELEIÇÕES COMEÇARAM?

"Vendo o conjunto dos resultados, o que mais chama a atenção é a baixíssima proporção de eleitores que, em todas as cidades, se podem considerar definidos. Em nenhuma das pesquisas se fez a pergunta direta sobre se o entrevistado estava decidido, mas as respostas espontâneas à pergunta “em quem você votaria se a eleição fosse hoje”, sem apresentar uma lista de nomes, costumam fornecer uma boa estimativa do grau de definição do eleitorado. Pois bem, em apenas uma das cidades a soma de respostas espontâneas nominais ultrapassa os 50%. Nas cinco outras, todos os candidatos somados não chegam a esse patamar. É em São Paulo que temos a exceção, com 55% dos entrevistados sendo capazes de, sem o estímulo de uma lista, dizer qual candidatura preferem. Como isso quer dizer que quase a metade não consegue, temos que admitir que, mesmo lá, a eleição está pouco definida. A campeã de indefinição é Belo Horizonte, onde 71% dos entrevistados não têm candidato na pergunta espontânea ou dizem que votariam branco e nulo. Logo a seguir vem o Rio, com um número quase igual: 69%. Belém tem 61%, Salvador 59% e Fortaleza tem 54% de respondentes nessa condição.

Note-se que, em quatro dessas capitais, os atuais prefeitos buscam a reeleição, nenhum com vantagem destacada. Na categoria, quem está melhor é a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (mas sem chegar a 20% de intenções espontâneas), em situação muito parecida com a de Duciomar Costa, em Belém. Kassab, com 7%, e João Henrique, de Salvador, com 8%, são os que estão menos bem. Quando se apresenta ao entrevistado uma lista contendo os nomes dos candidatos que vão disputar a eleição, o quadro muda em muitas cidades. A mudança é mais forte em São Paulo, com apenas 12% das pessoas dizendo que votariam branco ou nulo ou que não sabem. A rigor, apenas 4% dos entrevistados na cidade poderiam ser considerados indecisos, pois a opção de votar branco ou nulo, de 8% dos pesquisados, é perfeitamente razoável.
Fortaleza, com 18% de indecisos, é a próxima em nível de decisão, ficando, a seguir, empatadas Belém e Salvador, com 23%. O Rio permanece com um terço dos eleitores nessa condição. A campeã, também nesse quesito, é Belo Horizonte, onde 49% dos entrevistados, mesmo vendo uma lista de nomes, continuam incapazes de dizer em quem vão votar em outubro.

De todos os candidatos nas seis capitais, quem tem mais intenções de voto é Marta Suplicy, apesar de seus magros 34% em São Paulo. É lá, também, que está o segundo colocado, Geraldo Alckmin, com 31%, quase o mesmo que têm Moroni Torgan (com 30%, em Fortaleza) e Duciomar Costa (com 29%, em Belém). Dentre os demais candidatos, mesmo os que lideram apenas passam dos 20% ou nem chegam a tanto. Ou seja, são eleições que mal começaram, apesar de estarmos em campanha desde os primeiros dias de julho. Como em outras eleições municipais nas capitais, só depois que se iniciar a propaganda eleitoral gratuita na TV e no rádio é que a roda vai começar a girar. Menos em São Paulo. Lá, o jogo já está em curso faz tempo. Ninguém sabe quem vai ganhar, mas não é difícil identificar quem vai sair perdendo: vença quem vença, não há como o governador José Serra ficar bem. Com as escolhas que fez, não tem escapatória.

Marcos Coimbra.

7 comentários:

ericodias disse...

é temerário pensar que o palanque eletrônico esteja se firmando como principal para a escolha politica de uma sociedade.

Num meio em que a imagem é mais importante do que a veracidade do que se diz

Anônimo disse...

O Tasso vai já dispensar o Vox Popoli!rs rs sr

Anônimo disse...

Da mesma forma que a pesquisa é uma fotografia do momento em que foi feita, a avaliação também é. Ela esclarece e "enxerga" coisas que um leigo talvez não tenha visto e, sem dúvida, ajuda aos coordenadores das campanhas.

De toda forma, campanha não é só marketing e o eleitor não vota só com o coração, mas com a razão. Daí a necessidade de esperar os acontecimentos.

Érico
O palaque eletrônico é a tendência no Brasil e já é fato no resto do mundo. É impossível para um candidato se deslocar numa cidade grande como Fortaleza e falar a um número cada vez maior de pessoas.

O que os candidatos ainda não entenderam é que a campanha começa quando o eleito do pleito anterior toma posse e não faltando apenas três meses para a eleição. Estão todos atrasados e quem perde com isso é a democracia.

O nosso eleitor hoje é mais influente e mais experiente do que em 1989. Ele quer se fazer ouvir, opinar, influenciar, definir. Para isso, os candidatos precisam se articular com os segmentos organizados desde o início.

Assim, na hora da disputa já se sabe o que e até onde prometer, o que adaptar, o que extinguir, o que aperfeiçoar. Um discurso maduro e consistente.
Cláudia.

Anônimo disse...

Se o professor Marcos Coimbra desse uma voltinha por Fortaleza, certamente diria que o projeto de reeleição de Luizianne Lins estaria falido. Como ela pode ter vencido Moroni nas últimas eleições e aparece atrás dele nas intenções de voto? Sinal de insatisfação com a gestão. Como Patrícia não concorre a eleições há 6 anos e aparece com empate técnico com Luizianne? Sinal de sentimento de mudança. Qualquer cientista político de esquina percebe que o projeto da reeleição ruiu.

Anônimo disse...

Esse Vox Populi erra até pesquisa de boca de urna que dirá o resto.

Anônimo disse...

claro que o colunista que se acha o tal não vai publicar meu comentário... devia, de fato, rever o título do post. conselho de amigo.

ericodias disse...

Claudia vc toca no ponto mais importante por que passa a politica brasileira que é a participação do politico-eleitor, que quer ter voz e participar, vivemos hoje um profundo pessismo com a politica porque todas as alternativas politicas surgidas pós-regime militar, da direita à esquerda e passando pelo centro, se revelaram autoritárias e deram as costas para a nação.

A relação com os segmentos articulados que vc fala tem diminuido, a participação em sindicatos e asociações tem se reduzido o que torna o palanque eletrônico mais influente, não nos esquecçamos q a ultima eleição presidencial foi decidida pela tv, tanto a ida ao 2ª turno quanto a questão das privatizações.

quanto a esta pesquisa em particular. vejo com certa graça que ninguém comente que uma pesquisa financiada por um empresa que tem ligações com tasso revele sua candidata em desvantagem, pois ao contrário do que pensa o anonimo não há empate técnico entre luizianne e patricia.

quanto a Moroni, precisa-se dizer que cada eleição é diferente, o referencial de patricia hoje é sua atuação como senadora e não como vereadora, quantos lembrariam ainda o periódo de moroni como vice-governador, o eleitorado muda geracionalmente tbm.

Não creio Claudia, que tbm seja saudável que os politicos pensem na reelição a partir do dia da posse, sei que a realidade é assim, preferiria que os politicos pensassem na História, com H maiúsculo. Esta eleição começa a ser delineada há dois anos com o apoio a Cid e está marcada para daqui a dois anos se dar o apoio à candidatura de Eunício Oliveira ao Senado.