terça-feira, 16 de dezembro de 2008

IBGE - CINCO CIDADES CONCENTRAM 25% DO PIB EM 2006

"Cinco cidades do país --São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Curitiba-- concentravam, em 2006, cerca de 25% do PIB (Produto Interno Bruto) do país, segundo levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado nesta terça-feira. Os dados apontam que 34,4% da riqueza foi produzida nas capitais brasileiras. Desse total, 19,4% coube à região Sudeste; 5,1% foram relativos ao Centro-Oeste; 4,5% ao Nordeste; 2,9% ao Sul, e 2,5% à região Norte. A concentração fica ainda mais evidente se for levado em consideração que metade do PIB foi gerado por 50 cidades, que representam 30,1% da população.
Se comparado ao verificado em 2002, constata-se que houve pouca alteração neste quadro. Naquele ano, quatro municípios agregavam 25% do PIB, e 40 cidades eram responsáveis por metade da renda gerada. São Paulo continuou liderando a geração de riquezas no país, concentrando 11,9% do PIB, pouco abaixo dos 12,2% verificados em 2005.
O Rio de Janeiro vem em seguida, com 5,4% do total do PIB, ante 5,5% verificados no ano anterior. Brasília (3,8%), Belo Horizonte (1,4%) e Curitiba (1,4%) completam a lista dos municípios com maior participação no PIB nacional.

CONCENTRAÇÃO DAS CAPITAIS
No ranking das dez cidades com maior PIB do país em 2006, oito são capitais: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG),Curitiba (PR), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Guarulhos (SP), Barueri (SP) e Salvador (BA).
Ainda de acordo com o IBGE, 10% das cidades com maior PIB geraram 24,4 vezes mais riqueza que os 50% dos municípios com menor PIB.
Entre as capitais, apenas Florianópolis (SC) não liderou a geração de riquezas em seu Estado. Em Santa Catarina, a liderança ficou com Joinville, que é a cidade mais populosa do Estado. Florianópolis representou apenas 7,2% do PIB de Santa Catarina, o que revela maior autonomia do Estado em relação à capital.
Quadro bastante diferente do que é representado por Manaus, cujo PIB correspondeu a 81,5% do total do Amazonas. Em Roraima, Boa Vista representou 71% do PIB, patamar pouco acima do verificado no Amapá, onde 64% do PIB ficou concentrado no Macapá.

REGIÕES
O IBGE revela que o Rio de Janeiro vem reduzindo a dependência da capital de forma significativa, embalado pelo desenvolvimento econômico do Norte Fluminense. Em 2006, o PIB gerado pela cidade do Rio de Janeiro representou 46,5% do total do Estado. Em 2002, a capital fluminense era responsável pela geração de 53,1% do total de riquezas do Estado.
Por regiões, o IBGE constatou que a concentração da geração de riquezas foi mais forte no Norte, onde apenas seis cidades -- Manaus (AM), Belém (PA), Porto Velho (RO), Barcarena (PA), Macapá (AP) e Paraupebas (PA) -- foram responsáveis por 50% do PIB daquela parte do país.
No Sudeste, 14 municípios geraram cerca de 50% da renda local. Somente São Paulo foi responsável por 21% do total.
A soma da geração de riquezas oriundas de Salvador (BA), Fortaleza (CE), Recife (PE) e São Luiz (MA) representou 24,5% do total observado no Nordeste.
No Sul, responderam por aproximadamente 25% do total os municípios de Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Joinville (SC), Canoas (RS) e Caxias do Sul (RS). Metade das riquezas foram geradas em 27 cidades da região.
Já no Centro-Oeste, excluindo-se Brasília (DF), que representava 43% do PIB da região, verificou-se que cerca de 20% da renda foram oriundos de Goiânia (GO) e Campo Grande (MS).
O menor PIB do país foi constatado em Santo Antônio dos Milagres (PI), antecedido por São Miguel da Baixa Grande (PI), Olho D'Água do Piauí (PI), Quixabá (PB) e São Félix do Tocantins (TO). "

(Folha Online)

Um comentário:

Célio Ferreira Facó disse...

Federação disforme, atípica desde o começo, vive o Brasil também um presidencialismo deformado.

Sistema desigual, sem privilegiar as necessárias autonomias dos Estados e municípios, dá-se então tal discrepância entre a renda, níveis de emprego e trabalho em cada um deles, que não é impossível a formação de um grupo, região, dominante, em detrimento do desenvolvimento econômico de outros.

Com reflexos imediatos na política nacional. Tanto pior: os nanicos viverão à sombra do preconceito, na cauda do subdesenvolvimento.