segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

SEGURANÇA PRECÁRIA NO INTERIOR DO CEARÁ

Fardas velhas, jornadas extensas e soldados no papel de escrivãos. Esse é o retrato da segurança pública em muitas cidades do Interior. O governo Cid Gomes (PSB) chega ao seu segundo ano, mas as prometidas delegacias ainda não foram implantadas. Enquanto isso, PMs têm de fazer boletins de ocorrência (BOs) e termos circunstanciais de ocorrência (TCOs). Os flagrantes são registrados nas delegacias regionais, localizadas a dezenas de quilômetros do município.
Um policial militar que atua na Região Sul do Estado revela um quadro desanimador acerca das condições enfrentadas no Interior. Ele pede para não ser identificado por medo de represálias. O medo, explica, é ser transferido para Chaval, um dos municípios mais distantes da Capital. Segundo o policial, os recursos fornecidos pela corporação não são suficientes para se manter na cidade em que trabalha. Sem acesso a uma farda nova, ele afirma ser obrigado a vestir um “mulambo”. “Uso uma farda remendada. Fico até constrangido. Nem a farda nova vem, nem nos dão a farda antiga para vestir”.
Para poder trabalhar, a prefeitura local arca com parte dos custos de alimentação e manutenção da viatura. Em compensação, o prefeito passa a cobrar favores. “A PM torna-se uma instituição fraca, dependente do prefeito. Há vários serviços paralelos para fazer. Não podemos nem escolher o local da refeição”.
(Jornal O POVO)
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2 comentários:

Ismael Luiz disse...

QUANDO MOREI E TRABALHEI NA CIDADE DE RUSSAS,TIVEMOS QUE FAZER UMA CAMPANHA PARA QUE A POPULAÇÃO DOASSE QUATRO PNEUS E UMA BATERIA PARA A VIATURA DA POLÍCIA CIVIL.TRISTE.

Anônimo disse...

conheço profundamente a realidade do interio, pois trabalhei, na regiao jaguaribana, do cariri e centro-sul, é uma lástima. nessa nota, esse policial, não cita nem 20% das dificuldades. poré, aqui na capital os policiais "comuns", tb enfrentam o mesmo problema, viaturas sucateadas, fardas em frangalhos, falta assistencia média, moradia, salários defasados e carga horária excessiva. atualmente trabalho em um presidio (IPPS),e, ontem eu estava de serviço, tinha 20 homens, na segurança de mais de 1300 detentos, vale salientar que esses detentos ficam soltos, pois as celas não tem cadeados. desses 20 pm's, 14 ficam se revezando entre muralhas e interior do presidio, assumem o serviço 8:00 e só teem descanso após 23:00, são 15 horas ininterruptas de serviço, e o descanso é só das 23:00 à 01:30, e das 5:00 às 6:00. pasmem, em 245 horas de serviço, o pm só descansa 3:30, e no segundo dia de folga, ainda é forçado a trabalhar 6 horas, em uma extra sem remuneração. então, o problema que o interior enfrenta, nós tb o temos. estamos jogados a própria sorte