Direto da Chapada do Araripe (Região do Cariri), onde está em missão, o arquiteto e professor José Sales, manda artigo em resposta ao secretário do Turismo do Ceará, Bismarck Maia. É a polêmica em torno da construção do Acquario do Ceará. Confira:
Caro Secretarrio Bismarck Maia,
Agradeço muitissimo a deferencia da resposta e não há o que discordar dos pontos referenciais da mesma. Só que tudo isto está pensado para o Poço da Draga, uma situação em ruínas e em uma cidade, como a nossa, onde as expressões planejamento e gestão urbana são propositalmente desconhecidas, pois a Prefeitura de Fortaleza se nega a reconhecer que estas sejam itens obrigatorios em qualquer cidade que queira se qualificar como a nossa e busque sua inserção no mercado dos destinos internacionais de referencia.
E seguem alguns aspectos a esclarecer. Não sou contra a inserção de equipamentos de referencia, como o Acquario Ceará, em uma cidade que pretenda se qualificar como destino turístico memorável. Lembrando algumas trajetórias da quais participei: Já no concurso para o Icone de Fortaleza, na proposta feita pela minha equipe o inserimos, em destaque. No Concurso Nacional de Idéias para Requalificação da Área Central de Fortaleza, em 2000, o incluimos novamente em outra posição, inclusive mas central na própria orla marítima central. Neste certame fizemos a proposição mais polemica da competição nacional de idéias, laureada com a segunda colocação. Entre 2003/ 2004 durante a negociação com o Oceanário de Lisboa, para replicação daquele equipamento em nossa cidade, fui um dos mais entusiastas defensores da idéia junto ao então Governador Lúcio Alcantara. E por fim, nos Estudos da Operação Urbana Colonia Mucuripe, feitos em 2007, lá, de novo, incluímos o equipamento, como um item obrigatório à cidade.
Enfim: o Acquario Ceará como equipamento de "eduentretenimento" pode ser uma boa proposta estruturante para um cidade que nunca teve uma boa relação com sua frente atlantica. E os mesmos são equipamentos referencia.Lisboa que o diga, Sydney que o diga, Atlanta que o diga, Baltimore, que imaginou o seu na década de 50, que o diga também.
Mas, devemos notar, que em cada uma destas situações citadas, o equipamento não caiu do ceú e sim no contexto de plano urbanístico da transformação integral das situações onde o mesmo foi inserido: no Trancão, em Lisboa; no Darling Harbour, em Sydney, em Fells Port/ Inner Harbour, em Portland e outros.
Em síntese, o problema maior está conosco mesmo e se refere muito mais a cidade de Fortaleza que receberá o equipamento e a gestão errática, que a caracteriza nossa urbe, que tem um "novissimo" Plano Diretor Municipal, recém saído do forno, que não ousa priorizar aspectos de modernidade e qualificação,de jeito nenhum.
Então permanecem as grandes indagações: Como o Acquario Ceará será colocado no Poço da Draga, este contexto em trajetória de decadencia há décadas, embora apontado como um ótimo ponto de partida para a requalificação da orla marítima central, mas que não possui nenhuma infraestrutura, nem acessibilidade, nem entorno e paisagem e para o qual não existe previsão de qualificação discriminada no roteiro estratégico da transformações desta cidade?
Cordialmente
Professor/ Arquiteto José Sales
quinta-feira, 26 de março de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
EESE SALES JÁ FOI TUDO, JÁ FEZ TUDO,,, E FORTQALEZA E O CEARÁ CONTINUA COMO SE NINGUÉM TIVESSE FEITO NADA. NO FUNDO TÁ CRITICANDO PORTQUE TÁ FORA DO POOIDER
E quem vai cantar na inauguração da Casa do Peixe, é o Fagner, que já deve estar preparando um novo arranjo para a sua música: "queria ser um peixe, para em seu límpido aquário mergulhar, fazer borbulhas de amor(...). Um peixe!"
Postar um comentário