terça-feira, 24 de março de 2009

SENADO TERIA "FANTASMAS" NO 3º ANDAR

"O Senado terá que administrar a abertura de mais uma caixa-preta: a suspeita de funcionários de confiança fantasmas. O legado do ex-diretor-geral Agaciel Maia impressiona. Em 15 anos de gestão, ele tornou a Diretoria-Geral mais poderosa do que a própria Presidência da Casa. O setor tem a seu dispor 203 cargos de confiança, cuja nomeação é livre, sem a necessidade de concurso público. Ontem, o Correio esteve no terceiro andar, onde fica a Diretoria-Geral. Não havia mais do que 20 servidores espalhados pelas salas. O número de funcionários disponibilizados para o órgão é de fazer inveja ao presidente José Sarney (PMDB-AP). A Presidência do Senado pode nomear de 34 a 85 comissionados, dependendo da divisão dos cargos. A folha de pagamento não passa de R$ 250 mil mensais. Enquanto isso, a Diretoria-Geral gera uma despesa de R$ 650 mil aos cofres públicos com seus funcionários de confiança. O gabinete de um senador, por exemplo, nem de longe passa perto do poder do órgão que comanda a área administrativa do Senado. Um parlamentar tem disponível R$ 97,5 mil por mês para contratar até 33 assessores de confiança, quase sete vezes menos que o diretor-geral.
Chamam atenção as trocas de funções dentro do Senado envolvendo o setor e a nomeação de pessoas que vivem em outros estados, como Amazonas e Paraíba. Desse último, por exemplo, o advogado Walter de Agra Júnior foi nomeado para trabalhar na Diretoria-Geral em 12 de março de 2007 com um salário de R$ 4,9 mil mensais. Em seu currículo, disponível na internet, o advogado se institula “consultor” da Presidência da Casa. Ele já advogou para o senador Cícero Lucena (PSDB-PB) no estado. Na época da nomeação, Efraim Morais, do DEM da Paraíba e aliado do tucano, era o primeiro-secretário da Casa, responsável pelas nomeações. A reportagem procurou o advogado, mas não o localizou para comentar o assunto. Até ontem, não havia saído qualquer demissão dele. Em 2007, Adriana Teixeira de Andrade deixou um cargo de assistente parlamentar com salário de R$ 2,4 mil para ser “motorista” por R$ 1,9 mil do gabinete do então senador e hoje ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA). Segundo funcionários do gabinete, hoje ocupado por Lobão Filho (PMDB-MA), ela foi exonerada no mês passado."

(Correio Braziliense)

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