quarta-feira, 26 de março de 2008

DISTRIBUIÇÃO DE BOLSAS DA FUNCAP VIRA NOVELA NADA SUPERIOR?

A distribuição de cotas de bolsas da Fundação Cearense de Apoio à Pesquisa (Funcap) para os programas de pós-graduação stricto sensu vem rendendo nos bastidores das sinstituições de níverl superior do Ceará muito debate. A Uece, por exemplo, através de alguns cursos, vem lamentando perdas proporcionais para a Unifor, alegando que o presidente da Funcap, Tarcísio Pequeno, agora professor dessa Instituição privada, poderia ter avaliado melhor o quadro de bolsas. Confira a carta:

"A FUNCAP, baseada em critérios que absolutamente ninguém da comunidade acadêmica sabe quais são, foi “pouco generosa” com a Universidade Estadual do Ceará, instituição da qual, orgulhosamente, faço parte. Essa distribuição, considerada injusta pelos que fazem a UECE, tem gerado um grande desânimo e até revolta em vários professores e alunos dessa instituição. O programa de mestrado acadêmico do qual também faço parte, por exemplo, recebeu 7 bolsas da FUNCAP em 2007. Em 2008, solicitamos 11 bolsas novas para os alunos que ingressaram no último processo seletivo. Fomos contemplados com 2 bolsas. Isso mesmo, menos 2. Eu explico: nenhuma bolsa nova foi concedida e 2 bolsas antigas foram cortadas.

Minha crítica pessoal não está exatamente nesses números, mas sim na falta de transparência na distribuição dessas quotas. Acho que é direito de todos os que contribuem com os cofres do estado e, indiretamente, com os cofres da FUNCAP, entenderem o porquê dessa distribuição. Suponho que esses critérios existam. Que sejam divulgados então. Eu, particularmente, gostaria de entender os motivos por termos recebido esse resultado. Sem essa informação, não temos nem como trabalhar no sentido de no futuro recebermos notícias mais favoráveis.
Essa falta de transparência dá margens a especulações que em nada contribuem para a resolução dos problemas reais que enfrentamos dia após dia.
Finalmente, quero me ater aos programas de mestrado profissional.

Como é, ou deveria ser, do conhecimento de todos da comunidade acadêmica nacional, os cursos de mestrado profissional são cursos focados na formação de profissionais altamente qualificados para o mercado de trabalho, dando a esses profissionais a oportunidade de imergir no mundo acadêmico e científico e levar para o mercado os conhecimentos adquiridos a partir dessa experiência. Esses cursos diferem dos mestrados acadêmicos principalmente nessa questão de foco, visto que os programas acadêmicos focam a formação de professores e pesquisadores.
A pergunta que emerge desse contexto é então a seguinte: por que a FUNCAP excluiu do seu Edital de concessão de bolsas os programas de mestrado profissional, inclusive os programas recomendados pela CAPES?
Permitam-me divagar sobre algumas hipóteses:

1) Falta de qualidade: como discutido anteriormente, mesmo os cursos recomendados pela CAPES foram excluídos do processo. Se é a CAPES quem avalia os cursos de pós-graduação stricto sensu no Brasil e ela reconhece vários cursos de mestrado profissional como sendo de qualidade, teria a FUNCAP o direito de alegar a falta de qualidade desses cursos recomendados?

2) Auto-sustentabilidade: de fato os cursos de mestrado profissional são auto-sustentáveis, ou seja, o programa é mantido a partir do pagamento das mensalidades dos alunos. Mas os programas da UNIFOR não são?
Então, por que tantas bolsas para essa instituição ?

3) Relevância: alguém duvida do impacto que um mestre pode gerar ao ser inserido numa empresa tendo sido
atualizado com o que há de mais moderno em termos científicos e tecnológicos ? Alguém duvida da importância
desse tipo de profissional para o desenvolvimento da economia de um estado ?

4) Fatores históricos: mesmo essa hipótese está descartada, por que a FUNCAP já ofereceu bolsas a programas de mestrado profissional anos atrás.
Dado o exposto, eu tenho esperado, sempre ansioso, por uma justificativa que se sustente em algum fato minimamente razoável para explicar a exclusão dos programas de mestrado profissional do processo de concessão de bolsas da FUNCAP.

Termino afirmando o meu respeito pela instituição FUNCAP, e pelas pessoas que a fazem, pela sua contribuição histórica com o desenvolvimento científico e tecnológico no estado do Ceará. Que essas poucas palavras sejam vistas pelo que são, críticas construtivas, e nada mais do que isso.
Professor-doutor Jerffeson Teixeira de Souza
(UECE)

PS.: Que fique claro que essa não é uma crítica a UNIFOR que não tem culpa de ter sido tão bem agraciada.

5 comentários:

Anônimo disse...

Pode nada existir de ilegal, pois o professor Tarcisio é homem sério. Mas que fica chato ele aumentar bolsas da Unifor justamente3 quando ele vira professor de lá. Que é chato, é.

Anônimo disse...

A FUNCAP tá certa. A Uece parou no tempo, não investiu mais nada e o momento é de aproveitar e renovar por lá. Eleição para reitor dia 10. Votemos em Jackson!

Anônimo disse...

Muito bom o questionamento do professor Jerfesson: a Funcap precisa expor melhores esses critérios de distribuição de bolsas.

Anônimo disse...

A decisão pode até não ter sido ilegal, mas não aparenta ter sido imparcial. É realmente de se estranhar que uma instituição do Estado favoreça uma instituição privada em detrimento de outra instituição também estadual.

Anônimo disse...

Não ganhar novas bolsas é ruim. Perder as que se possui é péssimo. Agora, perder sem nem saber o porquê é revoltante!!