"Tendo ao lado uma lata de Coca-Cola Zero e um copo com gelo, a prefeita Luizianne Lins (PT) assinava os primeiros documentos do dia. A secretária indicava qual a linha que ela deveria assinar. "Tira uma cópia", pediu a prefeita, ainda com cabelos molhados, por volta das 11h30min de ontem. Era o primeiro dia de trabalho depois que ela se concedeu folga após a campanha municipal da qual saiu vitoriosa no 1º turno. Com aparência de quem estava descansada, Luizianne concedeu entrevista exclusiva ao O POVO. Mostrou uma televisão instalada na parede, em frente a uma mesa de reunião, o que ela chamou de "sala de situação". O sistema vai permitir Luizianne acompanhar em tempo real a execução dos programas da Prefeitura.
O POVO - Há uma grande expectativa sobre quando a senhora vai começar a discutir o secretariado. A senhora estava falando do histórico político da cidade, que era comandada pelo PMDB e que agora é aliado. Qual o espaço que o PMDB deve ter dentro desse novo secretariado?
Luizianne Lins - Não pretendo discutir a formação do secretariado a partir da soma partidária que nos favoreceu eleitoralmente. Claro que as pessoas que colaboraram, que ajudaram... Vamos ter de ter a capacidade para saber quais os melhores quadros para governar Fortaleza, do jeito que fizemos no governo passado. Este é um governo de esquerda. É só apontar qual é o meu secretário que é de direita. Qual o meu secretário que é de direita ou que foi de direta durante todo o governo? Quem? Na verdade, pretendo continuar com um governo de esquerda, aprofundando as questões políticas de esquerda na cidade. Existem nomes no PMDB que são extremamente sérios.
OP - E que a senhora considera que sejam de esquerda?
Luizianne - Não, mas que não vão mudar o rumo do governo.
OP - Mesmo não sendo de esquerda?
Luizianne - Ele pode conduzir uma política de esquerda. Eu posso dizer para você, por exemplo, João Melo. João Melo foi um secretário da época do Juraci (Magalhães, ex-prefeito de Fortaleza pelo PMDB) que se destacou em relação a todos. Extremamente correto, sério. O próprio (Antônio) Cambraia (PMDB), que foi prefeito de Fortaleza. Na época, não me lembro de ter nada que desabonasse a conduta do Cambraia. Eu me lembro que eu era funcionária pública (servidora da Emlurb) e era um prefeito que foi querido. Existem nomes com que podemos contar. Quem está apostando, como vi artigos e ouvi gente, que esse vai ser um governo picotado... Como ouvi um suposto cientista político avaliando que o governo vai ser de centro-direita, achei aquilo um absurdo, achei uma miopia política, uma falta de visão. As pessoas parecem que estão vendo a menos de cinco metros de si mesmas. Quem está apostando que não será um governo de esquerda, será não só um governo de esquerda como vai aprofundar todas as teses políticas dentro das condições materiais da esquerda. O que não conseguimos fazer no primeiro governo, porque era coisa demais para organizar e nem todo mundo segura a onda... Tem gente que não segura a onda porque quer dar conta da realidade material, faz política querendo governar a Lua. Tem gente que faz a campanha eleitoral para tentar administrar a Lua, prefeito da Lua. O (Karl) Marx dizia que a gente não muda as coisas de acordo com a nossa vontade, o nosso desejo. Até porque as coisas não são do jeito que a gente quer. Marx dizia que a mudança social tem de levar em conta os fatores sociais e históricos e materiais do mundo que a gente vive e do momento que a gente está. O que eu posso lhe assegurar é que vou passar esses dois últimos meses debruçada sobre cada secretaria, sobre todos os avanços de cada secretaria, sobre a dinâmica, como foi o relacionamento dos secretários com as equipes. No primeiro governo, a minha tarefa foi muito correr atrás de dinheiro para a cidade que estava quebrada, buscar financiamento internacional pra os grandes projetos que estão em curso. Isso foi a minha tarefa no primeiro governo, era fazer tarefa de articulação política e conseguir dinheiro para o governo. Nesse segundo governo vou privilegiar a gestão. Vou acompanhar de perto pari passu o trabalho de cada secretaria. Agora a gente tem as condições materiais para que a gente realize, execute as grandes obras. Vou fazer parte mais institucionalmente da cidade, conversar com os setores, com os empresários, que eu não me detive muito porque não tinha tempo, não tinha condições. Não podia conversar demais e um monte de coisas para fazer. Fui dez anos parlamentar, mas tem nada parecido e que chegue nem perto do Executivo.
OP - Nessa primeira gestão, havia várias críticas de que a máquina não andava. Aliados chegaram a chamar secretários de inaptos. Na primeira entrevista após eleita, a senhora disse que agora "zera tudo", que esperava que os atuais secretários colocassem seus cargos à disposição para que pudesse fazer à vontade as mudanças necessárias. A senhora já tem hoje as pastas que a senhora pretende fazer mudanças?
Luizianne - A primeira coisa que quero fazer é uma correção. Vi artigos de jornalistas históricas na cidade, pessoas com larga experiência, mas com análise superficial, o que para mim foi decepcionante. Quando se disse naquele momento que zera tudo, era querendo dizer que era natural que, terminado um governo - as pessoas entendam, não quero ter nenhum tipo de constrangimento, foi apenas uma sinalização -, que todos os cargos estão sujeitos a serem mudados porque estamos entrando em uma nova fase. Não quer dizer que vamos mudar todos os secretários, nada disso. Diante das perguntas sistemáticas: "Quem é que vai?", "quem é que volta?", "vai tirar gente?" Quando eu disse: "Zera tudo a partir de dezembro" é porque é uma nova fase do governo. É o mesmo governo, mas é uma nova fase.
OP - Hoje a senhora não tem essa lista ainda de onde deve haver mudanças?
Luizianne - Não, porque não acho que a máquina foi inapta, não acho que os secretários foram incompetentes. Tanto não acho que fomos reeleitos no 1º turno. Acho que povo viu isso e compreendeu. Isso não pode ser um governo tão desastrado como alguns setores ficam querendo insinuar. É um governo que teve uma pauta social forte, mas não foi um governo que não deu resposta. Deu respostas sim nos setores em que resolvemos dar respostas. Isso aqui, olha ali (mostra uma televisão instalada na parede, em frente a uma grande mesa de reunião), vai ser instalada uma sala de situação. Vou controlar todas as secretarias, ali vai entrar tudo, programa por programa e o que foi executado. Estamos preparando esse monitoramento. É ali na minha mesinha para eu ver tudo, para ver o resultados. Isso é o que eu vou fazer.
(Jornal O POVO)
O POVO - Há uma grande expectativa sobre quando a senhora vai começar a discutir o secretariado. A senhora estava falando do histórico político da cidade, que era comandada pelo PMDB e que agora é aliado. Qual o espaço que o PMDB deve ter dentro desse novo secretariado?
Luizianne Lins - Não pretendo discutir a formação do secretariado a partir da soma partidária que nos favoreceu eleitoralmente. Claro que as pessoas que colaboraram, que ajudaram... Vamos ter de ter a capacidade para saber quais os melhores quadros para governar Fortaleza, do jeito que fizemos no governo passado. Este é um governo de esquerda. É só apontar qual é o meu secretário que é de direita. Qual o meu secretário que é de direita ou que foi de direta durante todo o governo? Quem? Na verdade, pretendo continuar com um governo de esquerda, aprofundando as questões políticas de esquerda na cidade. Existem nomes no PMDB que são extremamente sérios.
OP - E que a senhora considera que sejam de esquerda?
Luizianne - Não, mas que não vão mudar o rumo do governo.
OP - Mesmo não sendo de esquerda?
Luizianne - Ele pode conduzir uma política de esquerda. Eu posso dizer para você, por exemplo, João Melo. João Melo foi um secretário da época do Juraci (Magalhães, ex-prefeito de Fortaleza pelo PMDB) que se destacou em relação a todos. Extremamente correto, sério. O próprio (Antônio) Cambraia (PMDB), que foi prefeito de Fortaleza. Na época, não me lembro de ter nada que desabonasse a conduta do Cambraia. Eu me lembro que eu era funcionária pública (servidora da Emlurb) e era um prefeito que foi querido. Existem nomes com que podemos contar. Quem está apostando, como vi artigos e ouvi gente, que esse vai ser um governo picotado... Como ouvi um suposto cientista político avaliando que o governo vai ser de centro-direita, achei aquilo um absurdo, achei uma miopia política, uma falta de visão. As pessoas parecem que estão vendo a menos de cinco metros de si mesmas. Quem está apostando que não será um governo de esquerda, será não só um governo de esquerda como vai aprofundar todas as teses políticas dentro das condições materiais da esquerda. O que não conseguimos fazer no primeiro governo, porque era coisa demais para organizar e nem todo mundo segura a onda... Tem gente que não segura a onda porque quer dar conta da realidade material, faz política querendo governar a Lua. Tem gente que faz a campanha eleitoral para tentar administrar a Lua, prefeito da Lua. O (Karl) Marx dizia que a gente não muda as coisas de acordo com a nossa vontade, o nosso desejo. Até porque as coisas não são do jeito que a gente quer. Marx dizia que a mudança social tem de levar em conta os fatores sociais e históricos e materiais do mundo que a gente vive e do momento que a gente está. O que eu posso lhe assegurar é que vou passar esses dois últimos meses debruçada sobre cada secretaria, sobre todos os avanços de cada secretaria, sobre a dinâmica, como foi o relacionamento dos secretários com as equipes. No primeiro governo, a minha tarefa foi muito correr atrás de dinheiro para a cidade que estava quebrada, buscar financiamento internacional pra os grandes projetos que estão em curso. Isso foi a minha tarefa no primeiro governo, era fazer tarefa de articulação política e conseguir dinheiro para o governo. Nesse segundo governo vou privilegiar a gestão. Vou acompanhar de perto pari passu o trabalho de cada secretaria. Agora a gente tem as condições materiais para que a gente realize, execute as grandes obras. Vou fazer parte mais institucionalmente da cidade, conversar com os setores, com os empresários, que eu não me detive muito porque não tinha tempo, não tinha condições. Não podia conversar demais e um monte de coisas para fazer. Fui dez anos parlamentar, mas tem nada parecido e que chegue nem perto do Executivo.
OP - Nessa primeira gestão, havia várias críticas de que a máquina não andava. Aliados chegaram a chamar secretários de inaptos. Na primeira entrevista após eleita, a senhora disse que agora "zera tudo", que esperava que os atuais secretários colocassem seus cargos à disposição para que pudesse fazer à vontade as mudanças necessárias. A senhora já tem hoje as pastas que a senhora pretende fazer mudanças?
Luizianne - A primeira coisa que quero fazer é uma correção. Vi artigos de jornalistas históricas na cidade, pessoas com larga experiência, mas com análise superficial, o que para mim foi decepcionante. Quando se disse naquele momento que zera tudo, era querendo dizer que era natural que, terminado um governo - as pessoas entendam, não quero ter nenhum tipo de constrangimento, foi apenas uma sinalização -, que todos os cargos estão sujeitos a serem mudados porque estamos entrando em uma nova fase. Não quer dizer que vamos mudar todos os secretários, nada disso. Diante das perguntas sistemáticas: "Quem é que vai?", "quem é que volta?", "vai tirar gente?" Quando eu disse: "Zera tudo a partir de dezembro" é porque é uma nova fase do governo. É o mesmo governo, mas é uma nova fase.
OP - Hoje a senhora não tem essa lista ainda de onde deve haver mudanças?
Luizianne - Não, porque não acho que a máquina foi inapta, não acho que os secretários foram incompetentes. Tanto não acho que fomos reeleitos no 1º turno. Acho que povo viu isso e compreendeu. Isso não pode ser um governo tão desastrado como alguns setores ficam querendo insinuar. É um governo que teve uma pauta social forte, mas não foi um governo que não deu resposta. Deu respostas sim nos setores em que resolvemos dar respostas. Isso aqui, olha ali (mostra uma televisão instalada na parede, em frente a uma grande mesa de reunião), vai ser instalada uma sala de situação. Vou controlar todas as secretarias, ali vai entrar tudo, programa por programa e o que foi executado. Estamos preparando esse monitoramento. É ali na minha mesinha para eu ver tudo, para ver o resultados. Isso é o que eu vou fazer.
(Jornal O POVO)
8 comentários:
Como sempre superficial e demagoga. Marxista exotérica uma ova.
Vamobora, vambora, tá na hora, vambora trabalhar!!!
è isso aío prefeita marxista ou não a senhora tem meu apoio e das pessoas que votaram na senhora vamos nessa força continuar fazendo as mudanças que Fortaleza está vivendo e para esses aí de cima criticando pode deixar não liguem minha gente ainda é ressaca da surra que levaram vamos embora construir essa Fortaleza tão bela que respira aliviada dos forasteiros, e da repressão viva a liberdade de expressão VALLEU LÕRA !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Acho que não precisam comentar muito sobre a entrevista. Ela se entraga quando comenta que o Cambraia era "querido". Enfim, pra quem conclamou os companheiros a "respeitar o DOUTOR Juraci"... Isso só mostra a degeneração política [pelo menos sob uma ótica de esquerda] da Lôra.
Ela vai assumir a Prefeitura quando? Pelo teor da entrevista vimos que a moça não aprendeu nada. Teve que engolir sapo pra se reeleger, numa coligação de centro e de direita, e agora se anuncia 100% esquerda. FORTALEZA NÃO MERECE ESSA FRAUDE.
Faltou entrevistador nessa entrevista. Ou será que era um eleitor? A INFORMAÇÃO DE "EXCLUSIVA" MOSTRA QUE A ENTREVISTA FOI PAUTADA POR QUEM? PELA REDAÇÃO? OU PELA ASSESSORIA DA PREFEITA?
Zera tudo? Não. Zero pra tudo. Pra falta de cérebro na suposta gestão. Os neurôneos estão sendo consumidos pelo que?
Por que o repórti não perguntou sobre o CARTÃO CORPORATIVO?
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