O professor e médico Antonio Mourão Cavalcante assina artigo no jornal O POVO deste sábado abordando a luta do vice-presidente José Alencar contra o cãncer e que se configura como exemplo de fé e corgem. Confira:
Assistimos comovidos ao calvário do vice-presidente José Alencar. Há 12 anos ele luta contra o câncer e suas conseqüências. Domingo passado, ele submeteu-se à quinta cirurgia abdominal, além das inúmeras hospitalizações para exames e as incômodas sessões de quimioterapia. A tudo ele enfrenta com resignação e coragem. A imprensa sempre registra a vontade desse homem, de 77 anos, em querer vencer esse doloroso processo. Em nenhum momento, ele deu mostras de exaustão no firme propósito de continuar vivendo. De onde viria essa força tão extraordinária? Podemos pensar em muitas vertentes. Primeira, sua história pessoal. Ele sempre foi um homem batalhador. Começou a trabalhar com sete anos de idade, ajudando o pai em sua loja. Com quinze, era balconista numa loja de tecidos. Hoje, ele é um dos maiores empresários do estado de Minas Gerais. Construiu um império no ramo textil. Não perdeu, porém, sua maneira simples de falar, sua determinação de chegar aonde sonhava. Quando a doença apareceu, ele assumiu como mais um desafio em sua vida. “Ao longo da vida, tenho lutado e vencido três tipos diferentes de câncer. Como você percebe, não vou me render facilmente a este novo desafio..” Segunda, ele tem o apoio irrestrito da família. Sua esposa, filhos e netos estão sempre ao seu lado, dizendo que ele é importante e que é amado. Até a solidariedade coletiva não lhe tem faltado. Um dia destes, eu o escutei agradecendo aos mais humildes pela solidariedade e orações. Ele sabe que tem muita gente torcendo por sua melhora. Terceira, José Alencar tem fé e crença em valores que transcendem o puramente material. Ele é católico, daqueles que só se faz em Minas Gerais.. “Eu estou enfrentando com a ajuda de Deus e com fé a Deus. Eu devo dizer que Deus tem me protegido.” Pragmático, ele sabe que tudo tem limite e que sua hora pode estar chegando. Sabe também que sua vida tornou-se digna porque soube sempre combater o bom combate. “Se puder deixar para os meus um bom exemplo, eu não terei morrido...”
Antonio Mourão Cavalcante - Médico,antropólogo e Professor universitário a_mourao@hotmail.com
sábado, 31 de janeiro de 2009
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Um comentário:
Se além do bom exemplo ele pudesse também deixar ações que levassem esse governo a prover o acesso do povo a um sistema de saúde mais digno pra população pobre, seria uma bênção maior e com certeza marcaria mais sua atuação pública.
Quantos não morrem à míngua, nos corredores sujos de hospitais públicos e postos de saúde sem direito a um atendimento mínimo, enquanto o governo a que ele pertence rasga dinheiro em corrupção, mordomias, viagens, e benesses a amigos e companheiros?
Sem falar no acesso que ele tem à melhor tecnologia e atendimento sem gastar um tostão. Mas nada contra sua fé e coragem. São dignas com certeza. Somente cobro dele um pouco mais de solidariedade com os que não têm a mesma sorte que ele tem. Só isso.
Carol
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