quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

POLÍCIA DO CEARÁ DEFLAGRA OPERAÇÃO CONTRA FRAUDES NO SUS

"A Polícia Civil deflagrou na tarde de ontem a Operação Paciente Fantasma, que durante quatro meses investigou irregularidades em clínicas e hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), no Estado. Os primeiros mandados de prisão e de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Criminal, foram cumpridos no Instituto de Medicina Infantil, na Parangaba. Três pessoas foram presas em flagrante e um farto material foi apreendido, como guias de internação e prontuários. Segundo as investigações, uma média de 40 crianças teriam sido internadas diariamente sem necessidade ou por prontuários falsos. De acordo com a Polícia, outros mandados deverão ser cumpridos em outras unidades de saúde, nos próximos dias. A Operação Paciente Fantasma é coordenada pelos delegados Andrade Júnior (Defraudações e Falsificações - DDF) e Jairo Pequeno (Departamento de Polícia Especializada - DPE). Hoje pela manhã, na Superintendência da Polícia Civil, no Centro, o superintendente Luís Carlos Dantas apresentará alguns números da ação na Parangaba, diante de uma auditoria nas contas do Instituto. A Polícia acredita que a fraude era praticada há mais de dois anos. De acordo com a Controladoria-Geral da União, as fraudes e desvios na aplicação de verbas do SUS, de janeiro de 2003 a julho deste ano, chegam ao montante de R$ 513,2 milhões. A primeira pessoa a ser presa teria sido a responsável pela triagem das crianças. Franciane de Menezes Rodrigues, 26 anos, disse ao O POVO que há quase dois anos trabalha no Instituto, sem carteira assinada, e que teria sido contratada inicialmente para a função de recepcionista. "Havia uma moça que trabalhava na minha atual função. Ela casou com um italiano e foi embora. Antes de ir embora, ela previu que a coisa estava perto de estourar. Mas não deram atenção. Então me chamaram para ocupar a vaga e foram me ensinando a preencher os formulários", contou. A funcionária afirmou ainda que sabia que seu trabalho ajudava a fraudar o SUS, mas que teria aceito a nova função para não perder o emprego. "Tenho três filhos para criar e preciso trabalhar. Acabei com a minha vida, por necessidade. Nunca ganhei nada com esse esquema, sequer assinaram a minha carteira ou me pagaram mais por isso. Nunca passei do salário mínimo. Sou uma pessoa boa, nunca fiz mal a ninguém. Agora vou ter que encarar a vergonha de uma prisão. Não sei como meus filhos vão receber essa notícia", ressaltou. Segundo a Polícia, o diretor do Instituto, Roberto Rebouças, também foi preso."

(Jornal O POVO)

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Eliomar, no país do trambique me diga qual o setor que não está contaminado pelo vírus da roubalheira? Você conhece algum desses figurões que cumprem pena por terem praticado esses delitos? Até que alguns dão um passeio no camburão da polícia, mas logo estão soltos e alguns até conseguem se elegerem deputados depois.