segunda-feira, 24 de março de 2008

INVESTIMENTOS TURÍSTICOS AVANÇAM SOBRE LITORAL DO CEARÁ E GERAM BRIGAS NA JUSTIÇA

"O estado do Ceará acena com investimentos turísticos expressivos no litoral para os próximos anos abrindo a expectativa de geração de milhares de empregos. Somente em quatro resorts nas cidades de Aquiraz, Beberibe, Caucaia e Fortim, os números giram em torno de R$ 2 bilhões em investimentos e aproximadamente 10 mil postos de trabalho até 2009, quando esses empreendimentos estiverem operando. Como atrativos para os resorts, a beleza natural da região e o clima, além de vasta área inexplorada em torno de aproximadamente 560 quilômetros de costa. Fatores que vêm atraindo investidores há pelo menos 10 anos, segundo o vice-presidente da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Nordeste Brasileiro (Adit Nordeste), Eugênio Montenegro, em entrevista recente publicada no O POVO. Os investimentos, porém, não giram apenas em torno de equipamentos turísticos. O Ceará tem na região litorânea um grande potencial para exploração da energia eólica e da carcinicultura. Aliado a isso, loteamentos e casas de veraneio ganharam espaço em locais antes ocupados por comunidades pesqueiras e indígenas. Por trás das possibilidades econômicas, no entanto, os efeitos são o crescimento da degradação ambiental e a disputa cada vez mais acirrada por terras nessas áreas, gerando tensão nas comunidades atingidas."

Do O POVO, leia mais aqui.

3 comentários:

José Sales disse...

Infelizmente cá em nossa Estado permanece a chamada "cultura do carnaguejo". Tudo tem que ser obrigatoriamente posicionado em nosso litoral. Todos os equipamentos turísticos, sem exceção. Toda a produção de alimento, derivado do mar. Toda a produção de novas energias como a eólica e até todo o nosso novo parque industrial. Até as perspectivas de Siderúrgica e Refinaria e complexo industriais correlatos tem obrigatóriamente se dar no litoral (Talvez na perspectiva de reproduzir a "ótima" modelagem de Cubatão, na Baixada Santista). Esquecemo-nos todos nós, que nosso litoral, embora extenso e dotado de um quadro de potencialidades magnífico é também uma situação de grande fragilidade ambiental. E nem a própria SEMACE entende isto, na medida em que quase tudo licencia, por interpretação própria e/ ou por pressões de toda ordem.

José Sales disse...

Várias vezes já insisti sobre isto, mas convém repetir novamente. Todos ou quase todos os grandes empreendimentos turísticos "redendotores", cá neste nosso Siarah, foram aprovados à revelia da Legislação Federal, sem considerar que as dunas são ecossistemas de grande fragilidade ambiental e por tal inadequados a uma ocupação intensiva, tal qual proposta.A SEMACE os aprovou desta forma e por isto há contestação do Ministério Público Federal. Ou se muda a Legislação Federal, o que uma perspectiva ilusória ou se adaptam os projetos aos rigores da lei. E aí entram os interesses do capital financeiro que aloca recursos para estes empreendimentos: os mesmos froam pensados com taxas de retorno, que talvez não sejam possíveis, por conta dos rigores da Legislação Federal.

José Sales disse...

Uma curiosidade é sobre a tipologia de equipamento turístico que está proposto. A modelagem aqui em nosso Estado é "sui generis", na medida os nossos resorts são também ancoras de loteamentos de alto padrão. Em geral, em todo o mundo, os resorts são equipamentos turísticos localizados em situações paradisiacas preservadas. Vide O Club Mediterranée e outros. Mas os daqui são na realidade grandes extensões de loteamentos que contém, por acaso, um ou outro resorts. Como se todo turista que nos visitasse tivesse que ter obrigatoriamente objetivo de adqurir terras e unidades habitacionais. Entendem alguns que esta é uma nova roupagem dos velhos loteamentos de "beira de praia", já não adequados a preservação deste nosso bem maior que a nossa extensa faixa litoranea de 573 quilometros. Com a palavra a SEMACE, através do seu superintendente Arquiteto Herbert Vasconcelos, que já recebeu a instituição com todo este passivo de aprovações.