Foto - Fco Fontenelle
"O título do último livro de José Hamilton Ribeiro ilustra bem a sua importância para o jornalismo brasileiro: O Repórter do Século. Mas a história não termina aí. Aos 72 anos de idade - 52 de profissão -, ele continua em plena atividade, contando boas histórias sobre a vida do homem do campo no programa Globo Rural, da TV Globo. E ainda nem pensa em se aposentar. "Parar de contar histórias? Acho que ainda não", diz, cheio de energia. José Hamilton é repórter na essência, como mesmo gosta de frisar. Daqueles que fuça, investiga e conversa com todos ao seu redor. Mas é impossível falar de José Hamilton Ribeiro e não lembrar do Vietnã. Convocado para cobrir a guerra pela extinta revista Realidade, em 1968, acabou perdendo a perna esquerda ao pisar em um campo minado. Durante os 15 dias em que foi correspondente de guerra passou por explosões, hospitais e quatro cirurgias. "Foram momentos de dor, morfina e náuseas", relata em seu livro. Hoje, 40 anos depois, Hamilton fala com tranqüilidade sobre o Vietnã. Diz que não ficou traumatizado, mas conta que preferia não comentar o assunto quando voltou ao Brasil. "Não queria ficar conhecido como repórter de uma nota só", diz. Mas engana-se quem pensa que a guerra foi o momento de maior medo em sua carreira. "Que nada. Uma vez subi em um Jequitibá de 40 metros de altura. Foi o maior medo que passei na profissão", conta. José Hamilton Ribeiro é alegre, humilde e cativante. Como bem resumiu o escritor Hugo Almeida no prefácio do livro O Repórter do Século, o jornalista vencedor de sete prêmios Esso - e tantos outros - é simples na mesma proporção em que é brilhante. Tão simples quanto o sertanejo que abre toda semana as portas de sua casa para contar mais uma história do campo."
* Do Jornal O POVO, Páginas Azuis, leia mais aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário