sábado, 11 de outubro de 2008

DELEGADO É LIBERADO, MAS CASO DO FUZIL AR-15 CONTINUA EM SUSPENSE

"O fuzil AR-15 apreendido no porta-malas do carro oficial usado pelo delegado Francisco Carlos de Araújo Crisóstomo é uma incógnita para a Polícia Federal. Isso porque a arma, que deveria estar recolhida há três anos na 2ª Vara Criminal de Mossoró, nunca apareceu por lá. Em depoimento à Polícia Federal, o delegado Crisótomo disse que o fuzil marca Colt, calibre 5.56, série CSL010586, também conhecido como AR-15, foi apreendido pelo então diretor do Departamento de Inteligência Policial (DIP), Luiz Carlos Dantas, hoje superintendente da Polícia Civil. A apreensão ocorreu durante a descoberta do cativeiro do empresário Francisco de Assis Neto, o "Assis da Usibrás", em 21 de janeiro de 2005. A diretora da 2ª Vara Criminal de Mossoró, Maria de Lourdes, informou com exclusividade ao O POVO, que a polícia cearense enviou para aquela secretaria vários objetos e até listou nos autos do inquérito policial a apreensão do fuzil. No entanto, a arma nunca foi entregue.
"Na época da apreensão, a juíza já não realizava acautelamento de armas. Portanto, posso assegurar que não houve a guarda autorizada", assegurou a diretora. Em depoimento aos delegados federais Rodolpho André Picone Soares e Rodrigo Sá de Oliveira, o delegado Crisóstomo afirmou ter recebido o fuzil AR-15 do colega Luiz Carlos Dantas. Conforme Crisóstomo, a arma teria ficado no DPI, após a prisão dos seqüestradores do empresário Assis da Usibrás. Crisóstomo disse ainda que, em certa ocasião, viu o fuzil no gabinete de Dantas e que teria perguntado se poderia usá-lo. "Dantas garantiu que a arma estava apreendida em autos de inquérito policial. O Dantas disse que poderia usá-lo, mas com muita cautela, pois o referido fuzil estava sob sua responsabilidade", afirmou o ex-superintendente-adjunto da Polícia Civil. Ainda no depoimento, Francisco Crisóstomo revelou aos federais que usava a arma desde julho de 2007, quando foi seqüestrado o filho de um empresário dono de uma rede farmácia. Segundo o delegado, na época estava ocorrendo uma série de seqüestros em Fortaleza e muitos deles com enfrentamento de criminosos perigosos, o que justificaria o uso do fuzil. O ex-superintendente-adjunto da Polícia Civil fez questão de ressaltar "que acreditava fielmente que o uso da arma era legalmente autorizado".
Procurado pelo O POVO, o secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Roberto Monteiro, se admirou ao ser informado que a Justiça de Mossoró ainda hoje espera pelo envio do fuzil AR-15. "A juíza nunca requereu esse armamento?", quis saber. De acordo com Monteiro, na próxima segunda-feira, a Corregedoria dos Órgãos da Segurança Pública vai instaurar sindicância para apurar o suposto envolvimento do delegado Francisco Crisóstomo com a Organização Paratodos. "Será apurado em toda sua extensão. Não tenho o depoimento do delegado, só ouvi falar. Como ele disse isso contra o doutor Dantas, mandarei investigar". O POVO também procurou o superintendente Luiz Carlos Dantas. Ele disse, por telefone, que iria esperar pelas investigações da Polícia Federal."

(Jornal O POVO)

DETALHE - A Jusiça Federal mandou liberar o delegado Francisco Crisóstomo. Advogados alegaram falta de provas. Foramm soltos sete de 10 presos na Operação Arca de Noé. Leia aqui.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olha aí, Eliomar,

Enviado por Ricardo Noblat - 11.10.2008| 11h04m

Deu na Veja

De quem Kassab quer distância

De Lauro Jardim:

Gilberto Kassab não quer que as principais lideranças de seu partido passem perto de São Paulo neste segundo turno. Nesta semana, em conversas reservadas, citou nominalmente ACM Neto, Cesar Maia e Moroni Torgan como algumas das figuras indesejadas: "Desse povo aí eu quero distância. Quantos votos eles me dão e quantos vão me tirar?", ironizou Kassab, com a confiança inflada pela dianteira folgada da última pesquisa.

Manuel Barreto