"O presidente da Câmara Municipal, Salmito Filho (PT), em solidariedade aos movimentos sociais insatisfeitos com a possível quebra de acordos e consequentes mudanças no texto final do Plano Diretor de Fortaleza - aprovado em dezembro do ano passado -, prometeu pleno esforço para corrigir as alterações e achar os culpados. Na avaliação do petista, todas as ferramentas para elucidação do caso serão bem-vindas, inclusive uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). “Eu também me senti surpreendido. Se o termo é traído, também fui traído”, desabafou o presidente da Câmara, colocando-se na mesma posição dos movimentos sociais que contribuíram com a elaboração no Plano que rege o desenvolvimento da cidade pelos próximos dez anos. Os compromissos foram acordados em reunião convocada pelo próprio presidente da Câmara, que contou com a participação de representante do chamado campo popular, do vereador João Alfredo (PSol) e de técnicos do Legislativo. Entre as exigências dos movimentos sociais que se sentiram prejudicados, a revelação do responsável pelas mudanças no texto da lei que acabaram, por exemplo, proibindo a existência de Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis) na proximidade de hotéis. Entre os possíveis responsáveis pela quebra do pacto que garantiu uma votação tranquila do Plano, o campo popular cita o presidente da Câmara à época e atual vice-prefeito de Fortaleza, Tin Gomes (PHS), o presidente da Comissão Especial que avaliou o projeto na Casa, vereador Carlos Mesquita (PMDB), e o próprio Salmito Filho, relator-geral do Plano. “Tem de aparecer o nome”, cobrou o coordenador estadual da Central de Movimentos Populares (CMP), Carlos Alberto Ribeiro, em entrevista logo após o término da reunião. “Nós, da Central de Movimentos Populares, achamos que isso foi uma palhaçada. Só depois nós fomos saber que aplaudimos uma lei que era contra a gente”, acrescentou Carlos Alberto. Segundo ele, o maior erro dos movimentos foi ter dado credibilidade à Prefeitura e à Câmara".
(Jornal O POVO)
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