quinta-feira, 19 de março de 2009

ACQUÁRIO DO CEARÁ - UM MAR DE POLÊMICAS


Este Blog recebeu, nsta quinta-eira, carta do vereador João Alfredo (PSol) analisando fala do chefe de gabinete do governador Cid Gomes (PSB), Ivo Gomes, que é irmão do governador, sobre o projeto Acquário do Ceará, orçado em R$ 250 milhões. Ivo disse que a obra seria construida com participação do setor privado, por meio de compensações. João alerta sobre possíveis problema jurídicos no projeto. Confira:

Prezado Eliomar de Lima,

Fiquei surpreso com as declarações do Chefe de Gabinete do Governador, Ivo Gomes, de que a polêmica obra do aquário da Praia de Iracema seria construída com recursos da compensação ambiental dos grandes empreendimentos projetados para o Ceará (refinaria, termelétrica e siderúrgica).Sem entrar no mérito de outros aspectos já tratados, tanto pelo Deputado Heitor Ferrer (do ponto de vista da prioridade), como pelo articulista de O POVO, Fábio Campos (acerca do financiamento público e/ou privado), nem tampouco sobre as obras em si, algumas das quais sofrendo questionamento judicial, como é o caso da termelétrica do Pecém, gostaria de afirmar que, no meu entendimento, o AQUÁRIO NÃO PODE SER CONSTRUÍDO COM RECURSOS DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL, pelas razões que se seguem:

1. A "Compensação Ambiental" foi criada pelo art. 36 da Lei 9985/2000 (Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação) para obrigar os grandes empreendimentos - causadores de significativos impactos sobre o meio ambiente - a implantar e manter unidades de conservação do grupo de proteção integral, destinando, no mínimo, 0,5% dos custos totais previstos da obra para tal finalidade (é uma forma de reparar, pelo menos em parte, os danos ambientais causados pelos grandes projetos);

2. O Decreto 4340/2002, que regulamentou a lei acima, estabelece em seu art. 33, que "a aplicação dos recursos da compensação ambiental (...) nas unidades de conservação, existentes ou a serem criadas, deve obedecer à seguinte ordem de prioridade:I. regularização fundiária e demarcação das terras;II, elaboração, revisão ou implantação do Plano de Manejo;III. aquisição de bens e serviços necessários à impalntação, gestão, monitoramento e proteção da unidade, compreendendo sua área de amortecimento;IV. desenvolvimento de estudosnecessários à criação de novas unidades de conservação; eV. desenvolvimento de pesquisas necessárias para o manejo de unidade de conservação e área de amortecimento".

3. A Lei e o Decreto são taxativos. Portanto, aplicar recursos que deveriam ser utilizados para a criação e manutenção de unidades de conservação em um equipamento turístico como é o Aquário projetado, se configura, claramente, em nosso entendimento, como uma ilegalidade flagrante e um desvio de finalidade.

4. A mesma posição tem a Professora Geovana Cartaxo. Veja o que ela diz; "A construção do AQUARIO com verbas da compensação ambiental descumpre a lei 9985/2000 (SNUC) que afirma que as verbas compensatorias deverão ser aplicadas na implantação de Unidades de Conservação de Proteção Integral. Tambem descumpre os principios basicos da Convenção da Biodiversidade que afirma que a conservação deve ser prioritariamente in situ e nao ex situ,ou seja, deve buscar a conservação nos habitats naturais e nao em jardins botanicos, zoologicos e aquarios!! Como objetos de consumo! É preciso uma organização maior dos ambientalistas para cobrar a criação das Unidades de conservação! Pois recursos agora ja sabemos que existem".

5. Em um Estado e em uma Cidade que são marcadas pela injustiça social e pela degradação ambiental, a utilização de dinheiro público - seja oriundos do orçamento, seja destinado para a proteção ambiental - em um emprendimento polêmico como esse não pode passar desapercebido de nossa sociedade.

Grato pela atenção,

João Alfredo Telles Melo
Vereador pelo PSOL e Professor de Direito Ambiental.

6 comentários:

Anônimo disse...

ENGRAÇADO, ESSA TURMA QUE SÓ SABE PROTESTAR NÃO É? O QUE FOI QUE O JOÃO ALFREDO TROUXE DE DESENVOLVIMENTO PARA O CEARÁ QUANDO ERA DEPUTADO FEDERAL???

Anônimo disse...

Eliomar, finalmente um posicionamento coerente e do vereador João Alfredo.
As compensações ambientais só existem para serem aplicadas em unidades de conservação, o que não pode ser o caso deste aquário.
Além disso, juntar R$ 180 milhões em 2 anos de compensação ambiental é extorquir os candidatos a investidores aqui na terrinha. Essa gula compensatória pode provocar uma verdadeira arribação de empreendimentos.

Anônimo disse...

Recomenda-se a contratação de uma empresa de consultoria ambiental que detenha um profissional com amplo conhecimento da matéria, com formação especializada em Direito Ambiental, conhecimento da legislação federal e dos meandros do IBAMA em Brasília, militância em ONG's ambientais e movimentos ecológicos, domínio das especificidades locais e regionais. Tudo documentado.

Anônimo disse...

O vereador Joao Alfredo nao tem atuado como vereador, pois seus pronunciamentos até aqui têm abarngência estadual e visam ao governo do Estado. Essa é uma estratégia meramente eleitoreira, traçada e pensada para lhe relançar à disputa de pleito em 2010 para deputado federal. Essa elitizinha pequeno-burguesa petista nao tem compromisso com o povo. Seu compromisso é com seus membros, todos, sem quase exceçao, personalistas, narcisistas, falso-moralistas. Ele vai passar o mandato sem fazer oposiçao à Prefeita porque quer obter dela pelo menos sua neutralidade em 2010 com relação a candidatura dele, Joao Alfredo, a deputado federal. Veja que sua crítica em relação à construção do Aquário é tao fraca (e foi feita para ser fraca mesmo, uma vez que seu foco é seu relançamento para deputado federal) que ao invés de recorrer a uma autoridade em direito ambiental, cita a professora Geovana Cartaxo, sua cabo eleitoral, sem nenhum cabedal de conhecimento sobre o assunto em tela, uma professora inexperiente, sem base teórica consolidada. Nao tem jeito nao, o nosso Joao. Ele precisa explicar o que ele fez com os recursos a ele transferidos pelo deputado Alencar do PSOL do RIO, recurso público que serviu para sustentar um político desempregado. Jorcival Pinto de Almeida.

Anônimo disse...

Jorceival, você mora em que planeta ?

Pelo menos duas incoerência aberrantes em seu comentário:

1. "O vereador Joao Alfredo nao tem atuado como vereador, pois seus pronunciamentos até aqui têm abarngência estadual e visam ao governo do Estado. Você sabe onde se pretende construir o tal Aquário ? Em Fortaleza, n Praia de Iracema, nao é ? Pois bem... isso não é assunto para vereador de Fortaleza tratar ?
2. "Essa elitizinha pequeno-burguesa petista nao tem compromisso com o povo." O João Alfredo não é do PT (que detem a vice-governadoria e vários outros cargos no governo Cid); Não confunda alhos com bugualhos, meu caro !

Ademais, se você buscar saber da atuação do João Alfredo na CMF, irá perceber que faz opisição (programática) sistemática à administração municipal. Mas não se pode esquecer, ainda mais em matéria ambiental, da postura dos Governos Federal e Estadual. Ambos ligados ao PT. Mas pelo visto você não está interessado em saber da nossa atuação. Você busca mesmo é tentar desqualificar de qualquer jeito. Nem que seja com um argumento desqualificado... por exemplo: "Veja que sua crítica em relação à construção do Aquário é tao fraca (e foi feita para ser fraca mesmo, uma vez que seu foco é seu relançamento para deputado federal)". Onde está a fragilidade no conteúdo da carta do João Alfredo ?

Anônimo disse...

Não estou entendendo nada. Que dizer que o joão cumpre suas reais funções de legislador de Fortaleza e há figuras despolitizadas que se prestam nesse bolg o serviço de ser contra suas intervenções? Além de ser uma inversão de valores, me parece que de fato o fim do mundo está proximo,pois enquanto a minoria luta para preservar o planeta a maioria o deteriora e busca desqualificar quem luta para defendê-lo. Faço minhas a retóica indagadora do Arnaldo Fernandes ao Jorcival Pinto (olha o nome)Em que planeta você vive, hem?