"O Ceará prepara-se para enfrentar uma possível epidemia de dengue hemorrágica. "Existe uma grande chance de acontecer", diz o coordenador de promoção e proteção à saúde da Secretaria da Saúde do Governo do Estado (Sesa), Manoel Fonsêca. O aumento da proporção entre as duas manifestações da doença assusta. Em 1999, para cada caso de dengue hemorrágica existiam 3.252 casos de dengue clássica. Em 2007, a relação foi de um para 83. "Com mais gente sensibilizada, que já contraiu a doença antes, é mais fácil ver formas graves da dengue", diz o médico especialista Ivo Castelo Branco. Nos últimos sete anos, a dengue hemorrágica cresceu 7.350% no Estado. "Temos que aprender a conviver com a dengue hemorrágica. O que não queremos é que o número de óbitos aumente", diz Fonsêca. No ano passado, foram registrados 126 casos a mais do que em 2006, um total de 298 casos e dez mortes. O índice de letalidade de 3,3% foi um avanço em relação ao de 2006, quando 8,7% dos pacientes com dengue hemorrágica morreram. Em números absolutos, 15 pessoas. Mas a letalidade pode chegar a menos de 1% com diagnóstico precoce e tratamento correto. "Se você mantém o paciente hemorrágico vivo durante o primeiro dia crítico, salva 86%. É hidratar e controlar a pressão", diz Castelo. Daí a importância de alertar a população para os sinais da dengue hemorrágica."
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