sexta-feira, 25 de abril de 2008

MORRE DEMÓCRITO DUMMAR, O PRESIDENTE DO O POVO



Morreu, no início da tarde desta sexta-feira, o presidente do O POVO, Demócrito Rocha Dummar (63). O fato deixa em profundo pesar a todos nós que fazemos o Sistema O POVO de Comunicação e a família não quis ainda se manifestar.
O que dizer numa hora dessas? Que o Jornalismo do Ceará perdeu um homem empreendedor, de espírito arrojado, ousado e de um diálogo empolgante e de empolgar a todos que conviviam com seus projetos.
Demócrito foi embora no ano em que O POVO ficou 80 anos mais velho. E foi deixando o legado da obstinação, do destemor diante de tantos desafios.
Mas bom mesmo será lembrá-lo como um sonhador. Ou melhor, um fazedor de sonhos.
Eis nota divulgada pela Direção do Grupo:
"É com imenso pesar que o Grupo de Comunicação O POVO informa o falecimento de seu presidente, Demócrito Rocha Dummar, no início da tarde desta sexta-feira, 25. A família e todos os colaboradores desta empresa ainda estão profundamente abalados com a repentina perda. A família não quer se pronunciar neste momento de dor e pede a todos que guardem na lembrança não só o jornalista que durante quase 45 anos esteve à frente do Jornal O POVO. Mas, acima de tudo, o homem que inspirou gerações de cearenses. E que continuará inspirando."
VELÓRIO - A partir das 8 horas deste sábado, no hall da Assembléia Legislativa do Estado.
SEPULTAMENTO - Previsto para sábado, às 16 horas, no Cemitério Parque da Paz.

27 comentários:

Anônimo disse...

Descanse em paz Demócrito!!!

Anônimo disse...

Quem perdeu foi o Jornalismo do Ceará. Demócrito era um corajoso e sabia tocar, como ninguém, seu jornal. E de forma democrática, mesmo que lhe custasse tantos brigas.
Mário Santos.

Anônimo disse...

Demócrito foi um mestre, um articulador, um apaixonado pelo jornalismo. Deixa grande saudade e um enorme vácuo. Todos nós perdemos com a partida dele. Só tenho a agradecê-lo.

Anônimo disse...

Obrigado por todos os espaços concediso no JORNAL OPOVO EM PROL DA LUTA DOS DEFENSORES PÚBLIOCS DO ESTADO DO CEARÁ.
Defensores Públicos do Ceará.

Bruno de Castro disse...

uma perda grande para nós, jornalistas, e para os cearenses que acompanham os principais fatos do nosso Estado através do jornal O Povo.
Por hora, só nos resta prestar as devidas homenagens a ele, tão conhecido pela paixão à flor da pela pela informação.
É isso!

Anônimo disse...

Demócrito foi um grande sujeito e um apaixonado pelo jornalismo. Quando trabalhava lá, apelidei-o, às escondidas, de Dedezão. Certa vez, referi-me a Dedezão na presença da Luciana Dummar. Ela riu e deixou pra lá. Em uma reunião formal, ela "dedurou-me". Ele riu e disse que, quem colocava apelido nele, ele passava a considerar amigo. Não sei se cheguei a ser amigo dele, mas havia um forte respeito mútuo. Que descanse em paz, Dedezão.

Mauricio Lima (Maurição)

Anônimo disse...

Lamentável...

Kelly Cristina disse...

Um apaixonado pela informação e pela notícia. Antenado e atento a tudo que acontecia a seu redor. Admirável por sua energia contagiante. Grande perda.
Kelly de Castro

Anônimo disse...

Meu prezado Eliomar,

Ao Jornal O Povo e ao seu corpo de jornalistas
À prezada Sra. Wânia Cysne Dummar,
Aos(às) prezados(as) filhos(as) de Demócrito,

Estou chocado com a notícia inesperada do falecimento do Demócrito. Ele deixará um vazio tão grande no Estado do Ceará, difícil de ser preenchido. Transformou o O Povo num ente jornalístico onde todos se sentem no direito de meter a colher, como se sobre o jornal incidisse uma espécie de tutela coletiva, social e cidadã. Um jornal aberto aos leitores, sensível às suas opiniões. Um jornal convencional, por certo, mas o único que, antes mesmo da internet, tornou-se um veículo de mídia aberta, sendo o primeiro, no Ceará, a adotar o instituto do ombudsman. Incorporou canais concretos de participação externa que se entranharam na sua própria linha editorial e nas cabeças de sua mão-de-obra intelectual. Fez-se presente, sempre, nas mais importantes discussões sobre o presente e o futuro do Ceará, da Região e do Brasil. Não foi apenas receptáculo das informações e opiniões, o que, por si só, lhe faz merecedor de nossa admiração, como praticou um jornalismo engajado em favor do ser humano. Atenado com o seu tempo e o futuro, Demócrito fez do Jornal um protagonista da nossa história e um animador incansável na busca de soluções para os problemas do Estado e do país. E o fez sem arredar o pé da difícil, porém instigante construção da democracia como um fim a ser persistentemente construído. Ele foi um homem que soube conviver com a diferença, assim como soube construir pontes entre os contrários. Pessoalmente, sinto como se fora uma parte de minha história que se vai. Criatura da nossa geração de 68, ele soube incorporar sonhos e generosidade. Que suas luzes continuem a iluminar as almas de seus familiares, de seus filhos, da sua esposa, Wânia Dummar, do corpo jornalístico do O Povo, para que esse Jornal continui a absorver a força aglutinadora de seu exemplo. Adeus, Demócrito, com uma imensa e indizível saudade. Pedro Albuquerque, de Ottawa-Canadá.

Eliomar de Lima disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Eliomar de Lima disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Estamos chocados com a morte repentina desse homem idealista, que sempre empunhou a bandeira da democracia e do construir o futuro. Vá com Deus, Demócrito. Descanse em paz, pois você merece.

Maia Filho, de Teresina (PI).

Anônimo disse...

Vai deixar saudades e uma grande lacuna no jornalismo do Ceará. Espero que O POVO mantenha a linha que ele defendeu: da transparência, abertura pra as diferenças e exercício da cidadania. Conviver com o DN nesse mercado do Ceará é sinônimo de sufoco.

Paulo Magalhães.

Anônimo disse...

Vá com Deus, Demócrito!

Anônimo disse...

Não perdemos um patrão, mas um companheiro de redação. Ele sempre andava pela redação, ouvindo sugestões de pautas e comentários de matérias. Às vezes, ele sugeria pequenas pautas. E o mais incrível era que a redação dificilmente atendia. Era como qualquer um de nós. Grato pelos ensinamentos como pessoa.
Nicolau Araújo.

Anônimo disse...

Demócrito vai fazer muita falta ao jornalismo do Ceará.Admirava-lhe o espírito de fulgurante criatividade, a saga visionária dos apaixonados e inovadores.
Seu O POVO, sabia ele às custas de quantos sacrifícios, e porque não dizer "malabarismos", permanecia como o grande jornal do Ceará.
Como será sem ele,sem o seu entusiasmo quase colegial,sem a sua coragem de ser isento, apesar das dificuldades.
Adeus, velho amigo, grande, imenso Demócrito.
Tê-lo como amigo foi uma dádiva dos céus.

Anônimo disse...

É com imenso pensar que recebemos a notícia da partida de Demócrito Dummar, Presidente do Grupo de Comunicação O Povo.
Perda inestímável para todos que apreciam os visionários, os incansáveis, os vencedores, os comunicadores.
Sempre à frente do seu tempo, foi e vai continuar a ser um ícone da comunicação do estado do Ceará, e partiu para um novo mundo para se tornar agora uma lenda para todo sempre.

Anônimo disse...

Adeus ao grande jornalista, homem de ideais e desafios. Fará falta com certeza, mas, espera-se, que seu vigor de jovem e buxca por aventuras sociais permaneça.
Dantas.

Anônimo disse...

Demócrito Amigo,

Grande!!!!
Mãos acolhedoras...grandes
Olhar grande,
Abraço grande
e irrequietude singular.
Grande!
E, não esqueço O Povo 70 Anos,
- Cinco S de Qualidade Total,
debaixo do seu pequeno birô (pra você),
a limpar gavetas sim!?, a descartar.
o ultrapassado conceituado.
e fazer acontecer um diferente jornal.
Esta tarefa fácil? Não será...
Fazer-se acreditar!
Equipes criativas...soletrando palavras...
Manual de redação,
Código de ética, ombudsman,
comunidades a participar...
Quão determinação.
Novo milênio a chegar,
E você com idéias grandes a inovar!
E inda o vejo assim - a sonhar! A sonhar!
Vibrava e nos encantava com seus sonhos
Melodiosos, Coloridos,
E embalavam como balão
Oh! Fechaste os olhos...
Não vês? acha que foi em vão?
O bem que semeaste, agora, como uma luz,
já invade a terra e vai apagando a escuridão
em que jaz.
E essa luz, não tenho dúvidas - é Jesus,
que a pedido de sua mãe Lúcia,
docemente lhe conduz
para sonhar em PAZ.

Auxiliadora Carvalho, amiga/irmã

Anônimo disse...

Se possível, vá acompanhado de paz.

Anônimo disse...

O Jornal O POVO não será mais o mesmo sem Demócrito. Tefrá a obrigação, agora com viúva e herdeiros, que ser bem maior como ele sempre queria. Maior no sentido da plenitude da luta, do trabalho, das conquistas.
Terá que ser grande na defesa da cidadania, da concidadania.
Demócrito se foi, mas as lições ficaram para uma redação que sente a dor da partida, mas que sabe: não partiu o sentimento e a necessidade de sempre plantar reflexões, sonhos, projetos e canções. Como Demócrito sempre quis.

Até logo!

Anônimo disse...

OS DEFENSORES PÚBLICOS DO CEARÁ ESTÃO DE LUTO NESTE MOMENTO TRISTE. O LEGADO DO DR. DEMÓCRIO ROCHA É O SEU MAIOR ENSINAMENTO DE COMO SE TRABALHAR COM AMOR , SEMPRE DEMOSNTRANDO RESPEITO A TUDO E A TODOS....

Anônimo disse...

Sou solidário com seus familiares e profissionais das empresas O Povo neste momento de saudade pela partida de Demócrito Dummar. Ele foi um patrão que sabia conversar com seus empregados. O dono do Jornal que conhecia os repórteres pelo nome. Pelo menos foi assim nas três vezes que trabalhei no O Povo. Em 1988, participei de um piquete de greve geral dos jornalistas, nos jardins do O Povo. Em 1994, voltei ao Jornal pela terceira e última vez, depois de acertar com o próprio Demócrito o meu retorno. Elevo minhas preces a Deus para que o acolha em seu Reino e que seus herdeiros mantenham seu espírito de coragem, desafiador e empreendedor nas empresas O Povo.
Paulo Ernesto Serpa

Anônimo disse...

Eu tinha razão ao postar o primeiro comentário da página "Descanse em paz Demócrito".
Tinha razão também de, em nome de todos os Defensores Oúblicos do Ceará, não por pretensão e sim pelos princípios da unidade e indivisibilidade que nos regem, postar ainda o quarto comentário, que saiu truncado pela emoção do momento. " Obrigado por todos os espaços concediso no JORNAL OPOVO EM PROL DA LUTA DOS DEFENSORES PÚBLIOCS DO ESTADO DO CEARÁ.
Defensores Públicos do Ceará."

Agora, com lágrimas nos olhos, lendo a matéria de página inteira que ele nos deu a honra de conceder, ratifico, ainda uma vez, MUITO OBRIGADO DEMÓCRITO ROCHA DUMMAR, QUE O SENHOR SOBRE TI LEVANTE O ROSTO E TE DÊ PAZ.
EM NOME DE TODOS OS DEFENSORES PÚBLICOS DO ESTADO DO CEARÁ.


Obrigado por todos os espaços concediso no JORNAL OPOVO EM PROL DA LUTA DOS DEFENSORES PÚBLIOCS DO ESTADO DO CEARÁ.
Defensores Públicos do Ceará.



A República Federativa do Brasil objetiva a construção de uma sociedade livre, justa e solidária (CF, art. 3o) e, para tanto, dotou o país dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e das funções essenciais à Justiça (Ministério Público, Magistratura, Defensoria Pública e Advocacia - pública e privada), a fim de que os direitos consagrados no papel pudessem fazer parte da vida cotidiana dos brasileiros. Ultrapassada a fase importante da formação democrática de nosso País, legitimamente formalizada através de uma Constituição e consolidada através da construção de instituições fortes, esbarramos em uma segunda fase, ainda mais importante e necessária, a da efetivação dos direitos e garantias constitucionais. Nesse aspecto, a Defensoria Pública está injustificadamente bem distante do que reza a previsão de nossa Carta Magna. E o desrespeito à Constituição e à Defensoria Pública representa, por conseqüência, um desrespeito à maioria dos brasileiros que dela dependem, além de se constituir em verdadeiro boicote ao sistema de Justiça. Se não temos defensores públicos remunerados dignamente e com condições adequadas de trabalho os processos não andam e isso é um verdadeiro golpe à efetivação da Justiça. Uma Defensoria forte deve ser de interesse de toda a sociedade, na medida em que o trabalho do defensor é a única forma de garantir o acesso à Justiça a mais de 80% de nossa população. Além da questão do acesso à Justiça, que por si só já recomenda o apoio à luta pelo fortalecimento da Defensoria, vários estudos apontam a importância dessa Instituição para a melhoria dos indicadores sociais. Recentes diagnósticos sobre a Defensoria Pública, realizados pelo Ministério da Justiça com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD-ONU), indicam que nas cidades onde há uma Defensoria Pública melhor estruturada os valores do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) são também melhores. Ressalte-se que não estamos fazendo uma apologia à Defensoria, mas um grito de defesa do sistema de Justiça de nosso Estado e de nosso País. Qualquer das carreiras jurídicas sozinha é ineficaz. Mas juntos, e com tratamento igualitário, poderemos ter uma ordem jurídica democrática verdadeira. E se constitui como uma das obrigações regimentais da Ordem dos Advogados defender o Estado Democrático de Direito, assim como o fortalecimento das instituições jurídicas e o cumprimento de nossa Constituição Federal. Por isso este nosso alerta e a esperança de que as negociações entre Defensores Públicos e Governo cheguem a bom termo o mais urgente possível, porque, caso contrário, quem sai perdendo é o cidadão que recorre ao defensor público como última instância de cidadania e de garantia de direitos.


Juiz não trabalha sozinho.

Para uma sentença efetiva faz-se necessário o esforço conjunto de vários profissionais na área meio e fim. Na área fim, temos as carreiras jurídicas: magistratura, ministério público, defensoria pública e advocacia (pública e privada). Na realidade do Ceará há juízes e promotores em quase todas as Comarcas; mas Defensor Público em apenas 1/3 (um terço) delas, comprometendo o resultado dos trabalhos dos juízes e promotores: falta a Defensoria. As razões para esta realidade são várias e se resumem, em regra, em ser a mais nova das instituições jurídicas (foi criada em 1988 através da Constituição Cidadã em o seu artigo 134) e estar se estruturando. Mas porque em passos tão lentos diante da Justiça que tem tanta pressa? No Ceará, de 415 (quatrocentos e quinze) cargos, apenas 198 (cento e noventa e oito) estão ocupados. Do mês de dezembro de 2007 a abril de 2008, seis defensores públicos já deixaram a carreira e oito estão preparando a saída por já aprovados em concursos de mesma complexidade e responsabilidade, mas com remuneração equivalente ao triplo da atribuída ao cargo de Defensor Público. Um defensor público no Ceará hoje recebe apenas um terço do que deveria receber, como então manter profissionais na carreira? A evasão está mais de 10% (dez por cento) ao ano. Os concursos que tem sido realizados até com periodicidade razoável (em 2002, 2006 e 2008), são ineficazes se a carreira não for respeitada. A luta é justa e nada de corporativa, é uma luta pela sobrevivência de uma instituição que atualmente vem sendo um verdadeiro trampolim para as carreiras jurídicas já tratadas como a Constituição determina. Audiências não se realizam, direitos não são levados ao conhecimento do Juiz, crianças demoram a ter o seu direito à alimentos e uma vida minimamente digna. O interior e a capital sofrem com a ausência destes profissionais. Os defensores sofrem pela ausência de respeito remuneratório diante das carreiras similares. Processos sofrem nas prateleiras e a credibilidade no Estado diminui. Isto é grave.A imagem do Ceará se desgasta quando se vê um número de profissionais vocacionados e competentes deixando a carreira quando temos Estados em situações mais difíceis como o Piauí e Alagoas em marcha mais avançada. Para um Ceará mais justo é indispensável que a Defensoria Pública, instituição autônoma e essencial, tenha o tratamento adequado e já determinado há quase vinte anos pela Constituição da República Federativa do Brasil. Mas ainda é tempo de acelerar e mudar a marcha. Acreditamos que a falta da Defensoria já já seja coisa do passado. A Justiça tem pressa. Só acreditamos em uma Justiça eficiente com uma Defensoria Pública forte.

5% dos brasileiros ganham até três salários mínimos. Não são por isso cidadãos menores, com menos direitos e conflitos. Vivem as mesmas dúvidas e contradições dos que mais podem, mas com certeza são bem mais afetados no seu dia a dia pela inoperância do Estado de lhe fornecer a sua devida e rápida proteção. O sofrimento, nesse particular, é muito mais acentuado. Assim, no mundo em que vivemos quem pode mais se defende de forma mais efetiva e célere. Quem pode menos, por sua vez e mais uma vez, depende da iniciativa do próprio Estado (muita vezes o violador do direito) para se defender. A criação de Defensoria Pública é a resultante desse anseio. É natural que setores daqueles que podem mais sempre querer menos para a Defensoria Pública. No entanto usam argumentos inconsistentes e conservadores para negar o óbvio. No fundo o fortalecimento da instituição, que efetiva um sistema de igualdade, vai sempre mais incluir os que nunca foram destinatários reais de direitos, contrariando interesses dos que podem por si só se proteger. É assim que se posicionam minoritariamente alguns: o fortalecimento da Defensoria Pública é mais uma ameaça inconveniente. Cabe aqui uma indagação. Ameaça a quem? Com certeza não é a grande maioria da população que se espreme entre filas e senhas para conseguir ser atendida pela Defensoria Pública, que de forma autônoma e independente vai postular os seus direitos, inclusive sem interferência política. A Presidência da Associação Nacional dos Defensores Públicos possibilita-me uma visão imparcial e isenta da realidade das Defensorias brasileiras. E a do Ceará encanta-me e assusta-me: é como se visse jogadores com talento para a primeira divisão empacados na terceira por ausência de oportunidade. Os Defensores do Ceará são conhecidos e respeitados nacionalmente, com destaque na liderança nacional da categoria. Projetos criados nesta terra alencarina são multiplicados Brasil afora; a opinião e a atitude dos colegas cearenses têm feito diferença nacional e internacionalmente. Mas, quando chego aqui e vejo este excelente time descalço e com calos nos pés tendo que atuar no mesmo gramado que outros, de chuteira da melhor estirpe, assusto-me. Este quadro é de verdadeiro acinte ao patrimônio público, é mitigar o princípio da eficiência. É como se ter o Pelé e não lhe dar uma bola: dê-se uma oportunidade de reconhecimento real aos Defensores Públicos cearenses com uma remuneração similar às demais carreiras jurídicas - o que já garantido constitucionalmente - que veremos os gols do Ceará ressoando do Oaipoque ao Chuí. Desperdiçar este material humano privilegiado, assistindo uma evasão inadmissível, desnaturando a identidade e comprometendo a existência da carreira é andar na contramão dos avanços das políticas públicas. Com tudo o que o Ceará pode contribuir para um Brasil mais justo prefiro acreditar que o tratamento dispensado até agora é mal entendido e que neste Governo o povo aplaudirá de pé este time de guerreiros na primeira divisão.


Certa vez um cidadão nos questionou dizendo que o Brasil não era uma democracia, pois se esta representava a vontade da maioria, e "a maioria vivia na miséria", certamente "ninguém é maluco de querer por vontade própria viver na miséria", o que pressupõe que a suposta vontade da maioria não representa a verdadeira vontade democrática. Aqui, sem dúvida, dizemos nós, se encontra o conflito entre a vontade representada pela necessidade real da maioria e o desvirtuamento dessa necessidade real por uma pseudo-representação da vontade democrática. A Constituição Cidadã selou o pacto social com o compromisso de transformar as necessidades sociais da maioria excluída em bem-estar social, valor supremo de uma sociedade dita democrática. E para proporcionar o acesso à justiça a essa maioria, com o fim de solucionar judicialmente os seus conflitos de interesses, institucionalizou constitucionalmente a Defensoria Pública como função essencial à justiça. Assim, dispõe o art. 134, da Constituição Federal: "A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados na forma do art. 5º, LXXIV." Por via de conseqüência, convém ressaltar que a prestação de assistência jurídica aos que dela necessitem, há de ser de forma integral e gratuita, o que não ocorrendo, fatalmente nos autoriza a afirmar que não existe à tão desejada e prometida democracia. De outra forma não poderia ser, pois um dos principais objetivos da República Federativa do Brasil é "erradicar a pobreza e marginalização e reduzir as desigualdades sociais" (art. 3, III, CF/88) e para atender a esses objetivos, entre outros meios, tem que instrumentalizar o acesso da maioria excluída à justiça, pois enquanto a "pobreza", a "marginalização" e as "desigualdades sociais" representarem a maioria, não se pode falar em democracia. Neste sentido, segundo o IBGE, 82% da população do Estado do Ceará tem renda máxima até três salários mínimos; portanto, potenciais usuários da Defensoria Pública. Assim, para se respeitar a democracia o Estado tem que honrar o seu dever constitucional de disponibilizar aos cidadãos um eficiente acesso a justiça; devendo, para tanto ter uma Defensoria Pública à altura da demanda social que as políticas neoliberais de exclusão social patrocinam, sob pena de perder esse mesmo Estado a sua função social e assim torna-se dispensável. Por conseguinte, para que se tinha uma justiça democrática se faz imperativo que o Poder Judiciário e as funções essências à justiça, especialmente, neste caso, a Defensoria Pública seja tratada com o respeito e a dignidade que a cidadania merece.

opiniao@opovo.com.br
No fundo o fortalecimento da instituição, que efetiva um sistema de igualdade, vai sempre mais incluir os que nunca foram destinatários reais PAULO DE TARSO PIRES NOGUEIRA Presidente da Associação dos Magistrados do Ceará FERNANDO ANTONIO CALMON REIS Presidente da Associação Nacional dos Defensores Públicos HÉLIO LEITÃO Presidente da OAB-CE FRANCISCO GOMES CÂMARA Presidente da Associação Cearense do Ministério Público

Acreditamos que a falta da
Defensoria já já seja coisa do passado. A Justiça tem pressa. Só acreditamos em uma Justiça eficiente com uma Defensoria Pública forte Segundo o IBGE, 82% da população do Estado do Ceará tem renda máxima até três salários mínimos; portanto, potenciais usuários da Defensoria Pública

Robério Soares disse...

Realmente a imprensa brasileira que vive uma crise de credibilidade e de conservadorismo, perde um grande homem. O jornal O POVO é exemplo para o Brasil de um jornalismo sério e comprometido com as grandes cláusulas do Ceará e do Brasil, graças principalmente a Demócrito Rocha Dummar. Esperamos que seu legado continue para que seu jornal continue sendo orgulho do povo cearense. O mais triste é que o fato ocorreu exatamente no ano em que o jornal O POVO completou 80 anos.
Robério Soares
São Gonçalo do Amarante

Anônimo disse...

Que ele encontre realmente a PAZ que em seu ato final buscava encontrar.Que ele seja recebido e confortado no plano espiritual.

Eliomar de Lima disse...
Este comentário foi removido pelo autor.