segunda-feira, 24 de março de 2008

A SEMACE E A INVASÃO DO LITORAL CEARENSE


Especulação imoiliária de olho nas belas praias do Ceará.

O caso do avanço da especulação imobiliária em vários pontos do litoral do Ceará, aqui postado, a partir de matéria do O POVO desta segunda-feira, rendeu a seguinte avaliação do arquiteto José Sales. Uma avaliação que, sem sombra de dúvidas, merece boas reflexões. Principalmente, por parte da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (semace). Confira:

"Várias vezes já insisti sobre isto, mas convém repetir novamente: todos ou quase todos os grandes empreendimentos turísticos "redentores" cá neste nosso Siarah, foram aprovados à revelia da Legislação Federal, sem considerar que as dunas são ecossistemas de grande fragilidade ambiental e por conseqüência, inadequados a uma ocupação intensiva, tal qual proposta. A Semace os aprovou dessa forma e por isto há contestação do Ministério Público Federal. Ou se muda a Legislação Federal, o que seria uma perspectiva ilusória, ou se adaptam os projetos aos rigores da lei. E aí entram os interesses do capital financeiro que aloca recursos para estes empreendimentos: os mesmos foram pensados com taxas de retorno, que talvez não sejam possíveis, por conta dos rigores da Legislação Federal.
Uma curiosidade é sobre a tipologia de equipamento turístico que está proposto. A modelagem aqui em nosso Estado é "sui generis", na medida os nossos resorts são também ancoras de loteamentos de alto padrão. Em geral, em todo o mundo, os resorts são equipamentos turísticos localizados em situações paradisiacas preservadas. Vide O Club Mediterranée e outros. Mas os daqui são na realidade grandes extensões de loteamentos que contém, por acaso, um ou outro resorts. Como se todo turista que nos visitasse tivesse que ter obrigatoriamente objetivo de adqurir terras e unidades habitacionais. Entendem alguns que esta é uma nova roupagem dos velhos loteamentos de "beira de praia", já não adequados a preservação deste nosso bem maior que a nossa extensa faixa litoranea de 573 quilometros.
Com a palavra a Semace, através do seu superintendente, o arquiteto Herbert Vasconcelos, que já recebeu a instituição com todo este passivo de aprovações.

* Leia matéria de Luiz Henrique Campos, do O POVO, sobre esse caso aqui.

5 comentários:

Anônimo disse...

Esses grupos da Espanha,de Portugal e da Italia aqui chegam apregoando gerar muitos empregos com resortes e outros equipamentos, mas, aos poucos, estão dominando nosso litoral. Estão comprando tudo e expulsando nativos sem que haja providência lega. Fazem de tudo e redescobrem o Ceará de uma forma absurda. Só o Ministério Público Federal vem agindo e, pelo visto, de forma frágil pois sozinho nesse mar de abusos. É preciso ficarmos atentos, nós cidadãos cearenses.

Anônimo disse...

O que o Complexo Turístico Beach Park faz é turismo ou especulação?

chico disse...

A atuação da SEMACE em relação ao uso do nosso litoral para empreendimentos turísticos e para empreendimentos relacionados à geração de energia eólica, revela sua função: meramente um braço da política industrial do governo do Estado do Ceará - seja qual govêrno for. Na era Tasso, na era Ciro, na era Lúcio e agora na era Cid, muda-se o nome do pau-mandados na Superintendência, mas continua pau-mandado. É uma vergonha. E pior, os burocratas da SEMACE são uma de uma desfaçatez a toda prova: mentem a mais não poder, escondem informações do público. Este não é um comentário sobre os técnicos da SEMACE, é um comentário sobre a falta de vergonha dos nossos governos que utilizam um orgão de defesa do meio ambiente para legitimar todo tipo de atividade econômica que na percepção deles vai gerar algum "benefício econômico". Repetindo então: A SEMACE é uma pouca vergonha!!!!

Anônimo disse...

A Semace fica calada nessas horas, porque sabe que o caso é grave. Só o Ministério Público Federal vem agindo de forma mais enérgicaa. Até quando

Anônimo disse...

Ela tá com saudade do ninho tucano, isso sim, fazendo o jogo do PSDB.