quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

PRIVATIZAÇÃO DE AEROPORTOS LEVA PRESIDENTE DA INFRAERO A PEDIR DEMISSÃO

"O presidente da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), Sérgio Gaudenzi, entregou no início da tarde de terça-feira, 2, ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, a carta de demissão do cargo. Ele não concorda com o programa de privatização de aeroportos rentáveis, mas o ministro Jobim disse ao Estado, no início da noite de terça-feira, que a concessão à iniciativa privada dos "aeroportos do Galeão, Viracopos (Campinas) e o futuro terceiro aeroporto de São Paulo" é "assunto vencido" no governo. Para o lugar de Gaudenzi foi formalmente convidado Guilherme Lagger, atual superintendente da Rede Bahia, da família do ex-senador Antonio Carlos Magalhães, que já integrou a direção da Vale do Rio Doce e da companhia de bebidas AmBev. A indicação de Lagger, que ainda não deu resposta a Jobim, tem o dedo da direção do BNDES, que está encarregada de estudar o modelo de privatização dos aeroportos. Na carta de demissão, de duas laudas, Gaudenzi apresenta as razões pelas quais não concorda com a privatização pontual de aeroportos e volta a defender a abertura do capital da Infraero como melhor solução para o setor. Essa solução é defendida pela maioria dos diretores da estatal - com a saída de Gaudenzi, todos os diretores podem deixar seus cargos. Gaudenzi não concorda com a venda dos aeroportos rentáveis, a começar pelo Galeão e Viracopos, duas das unidades entre as dez que realmetne dão lucro - ao todo, a Infraero administra 68 aeroportos. Ao contribuinte restaria o ônus de sustentar os que dão prejuízo por estarem em cidades de menor movimento aeroportuário. Os estudos para a privatização dos aeroportos administrados pela Infraero estão sendo feitos em conjunto pelo BNDES e a presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Solange Paiva Vieira. A decisão de dar andamento à concessão levou em conta as pressões do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), que defende a venda do Galeão para a iniciativa privada."

(Agência Estado)

Um comentário:

Anônimo disse...

No Brasil, independentemente dos governos,inclusive os do PT,é sempre assim: privatizam-se os lucros e socializam-se os prejuízos.