terça-feira, 9 de setembro de 2008

AÉCIO NEVES DIZ TEMER O PÓS--2010


"O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), comentou nesta terça-feira a sucessão presidencial e disse temer o pós-2010. O tucano anunciou hoje, no Palácio da Liberdade, a liberação de recursos para obras de infra-estrutura no Estado. "Eu temo muito, não o resultado das eleições de 2010, alguém vai ganhar, é natural. Eu temo é o pós-2010. Que ambiente nós vamos encontrar? O mesmo ambiente radicalizado de que quem perde as eleições atua no sentido de inviabilizar as reformas propostas por quem ganha ou nós vamos ter, a partir da maturidade que adquirimos tanto nós do PSDB que governamos por oito anos o Brasil como o PT do presidente Lula que governará por oito anos, uma agenda comum?", questionou. Aécio voltou a dizer que é necessário colocar os interesses da população à frente dos interesses dos partidos. "Acho que essa construção política de Belo Horizonte é uma sinalização, não que precisa ser seguida por outras partes do país, mas que é possível sim você colocar os interesses da população à frente dos interesses dos seus próprios partidos e acho que quem ganha no final é a população." O governador defendeu ainda a diminuição do radicalismo, que, segundo ele, tomou conta da política brasileira. "Nós sabemos o que precisa ser feito no Brasil. Precisamos fazer reforma tributária, precisamos fazer reforma previdenciária, precisamos enfrentar a questão administrativa, e, antes delas todas, fazer a reforma política."

(Folha Online)

3 comentários:

Anônimo disse...

Esse senhor busca viabilizar-se como expressão de unidade, aproveitando-se do trabalho de tucano envergonhado Ciro Gomes, para legitimá-lo. É a prática da velha e carcomida oligarquia que a partir de arranjinhos de interesses paroquiais tenta dominar o Estado, submetendo-o aos donos da grana. Ciro Gomes como ventríloquo de Tasso e outros próceres da direita faz o seu trabalho, só não pode contar com a esquerda para essa pantomina. Xô tucanos Ciro, Tasso, Aécio e FHC! Abaixo a volta da Santa Aliança direitista reunificada por Aécio!!!

Anônimo disse...

Meu caro Eliomar, acho que o governador Aécio Neves tocou numa questao crucial para o país. Essa unidade por ele defendida pressupõe um projeto de nação. A oposição a Lula, da forma como é feita, nao põe tijolo nesse caminho. O país não discute seus verdeiros problemas porque à nação é imposta, de dentro do Congresso e fora dele (especialmente pela mídia, mormente a Rede Globo), uma pauta moralista ou pseudo moralista como se os problemas do Brasil fossem de atribuição de uma espécie de polícia dos bons costumes ou de polícia de saneamento moral. Pauta essa que despolitiza a política pela tendência à politização do judiciário ou à juridicialização da política. A esquerda atual, de fortes ranços moralizadores, tem, também, bombeado água para esse moinho. No terreno das oposições é necessário destacar o PSDB, pois este partido tem sua linha programática muito próxima da do PT. Ambos são defensores da modernização do capitalismo, do desenvolvimento econômico, do fortalecimento da sociedade civil (não se alinham pela soberania absoluta do Estado em matérias econômicas e sociais), da negociação civilizada entre patrões e empregados (excluem o acirramento da luta de classes), incorporam, na prática, e agora também no discurso, a linha programática do Banco Mundial para a área social (postulam políticas de alívio social , mais que de transformações estruturais), estão comprometidos com a construção da democracia (não se perfilam na atuação política golpista, farejadora de quartéis). Suas diferenças são complementares num projeto de desenvolvimento modernizador da sociedade de mercado. Enquanto o PSDB incorpora, hegemonicamente, interesses burgueses, do empresariado nacional defensor do alinhamento com o investimento estrangeiro, o PT incorpora, hegemonicamente, interesses da classe trabalhadora moderna, incluída na modernização capitalista e deseludida do sonho socialista. Ambos, portanto, perfilam-se no fortalecimento do modelo capitalista de desenvolvimento a que os sociólogos Fernando Henrique Cardoso e Enzo Faletto chamaram de "modelo dependente e associado". Ou seja, desprezam qualquer posição que se alinhe pelo nacionalismo sessentista da luta contra o imperialismo. Redendo-se à realidade construída, aceitam a modernidade das relações econômicas marcadas pela dependência de investimentos externos, mas de uma dependência que não exclua a autonomia do país em exercer influência própria na determinação da forma, das condições e do "timing" dessa dependência. A unidade desses dois partidos, portanto, fará bem à Nação, pois os dois estão disputando o poder, navegando nas mesmas águas ou em águas confluentes. Com isso, limpariam o caminho atualmente turvado das construções ideológicas, abrindo passos para a consolidação genuína de um projeto modernizador do desenvolvimento do capitalismo no Brasil. Isso permitiria que saissem dos escombros os projetos da direita e de esquerda. Forçaria aquela a ser mais transparente, a se assumir como direita, pois o país precisa que o embate ideológico ganhe luz e saia da surdina e que uma direita civilizada possa disputar o poder sem a velha mania de farejar os quartéis. Forçaria, também, que se forjasse no Brasil a opção mais cristalina de esquerda socialista, que a diáspora em que está metida desse lugar à junção dos cacos estilhaçados, desembocando na reconstrução do ideário socialista agora já comprometido com a consolidação da democracia no Brasil. PEDRO ALBUQUERQUE.

Anônimo disse...

Estas preocupações do Aécio Neves só mostram o excelente Presidente da República que ele será. Está na hora de acabar com as separações políticas no dia-a-dia e "todos" se preocuparem mais com a população, independente do partido político, como disse Aécio.