Do arquiteto e professor José Sales, recebemos a seguinte mensagem, em tom de preocupação, sobre o novo Plano Diretor de Fortaleza que será lançado pela prefeita Luizianne Lins nesta sexta-feira, a partir das 10 horas, em seu gabinete de trabalho (Vila União). Confira:
Caro Eliomar de Lima,
Quase três meses após sua aprovação na Camara Municipal, o novo Plano Diretor de Fortaleza será enfim oficializado. Está marcada esta solenidade no gabinete da prefeita Luizianne Lins (PT), para apresentar à população a lei que define os parâmetros de desenvolvimento da cidade pelos próximos dez anos. Em seguida, ela será publicada no Diário Oficial, mesmo com um "bom atraso" legal de quase um mês, se contrapondo ao que estabelece a Lei Organica do Municipio em seu Artigo 53. Desfaz-se assim um mistério que a todos deixava de queixo caído: que fim havia levado o nosso novo Plano Diretor, que levou mais de sete anos para ser elaborado e aprovado?
Enquanto isto não acontece, durante toda a manhã de ontem e início da tarde, diversas entidades representativas da sociedade e de setores técnicos como o Sindicato dos Engenheiros, Instituto dos Arquitetos, Conselho Regional de Arquitetura e Engenharia, ladeados pelo SINAENCO, com a presença de Secretarios de Estado, representantes da Assembléia Legislativa e até da própria Prefeitura Municipal, já que também se fazia presente o Secretário Municipal de Esportes, debater o PAC COPA 2014 e o conjunto de realizações e projetos necessários para que a cidade de Fortaleza se habilitasse corretamente a sediar uma subsede deste evento internacional.
Nesta reunião, uma unânime conclusão constrangeu a todos os presentes: o nosso Plano Diretor, "recém sancionado", não foi realizado a partir de uma visão de futuro, tanto estratégica, como técnica, quanto às demandas requeridas no presente e futuro imediato da cidade de Fortaleza, pois contém tantos de erros não só conceituais mas quanto às suas proposições quando ignora aspectos relacionados a modernização das estruturas urbanas, aprimoramento do sistema de transporte, requalificação de área central e situações especiais como a Praia de Iracema.
E o Plano passa solenemente ao largo da questão da definição de uma nova feição para a Beira Mar, como seu possível redesenho e ampliação, espaço que é, sem dúvida, um dos nossos maiores ativos urbanos e ambientais, a frente atlantica fortalezense entre o Centro da cidade a Enseada do Mucuripe e imediações do Porto. Bem que poderia essa área se transformar em um novo portão de entrada internacional da cidade, por via marítima.
Cordialmente
José Sales, arquiteto e professor.
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4 comentários:
Nosso amigo arquiteto deveria ter participado das reuniões de elaboração do Novo Plano Diretor, criticar depois de elaborado é tarde e a Inês é morta.
O arquiteto José Sales tem razão: esse novo Plano tem furos. Sem fiscalização, não adianta prefeita.
Participo de discussões sobre o futuro desta cidade e de proposições do planejamento urbano desde o início da década de 80. Ao mesmo tempo participei da formação academica de quase quase 800 profissionais que militam no mercado e na academia neste mister. Já se vâo aí quase 30 anos de militancia local e regional. E um pouquinho mais de militancia nacional, inclusive em São Paulo e outras cidades. Não tem nenhuma Ines morta pelo que sei e sim uma grande inapetencia com a gestão urbana desta cidade. A crítica é necessária e muitos a estâo endossando. Leia o comentário com mais atenção.
A fala do arquiteto que declara voto no Márcio Lopes para senador, quando este avalisou obra do Shopping Via Sul, obra esta duramente criticada por esse mesmo arquiteto, merece ser analisada com muita cautela. Seria o caso de dizer: Faça o que eu disse, mas não faça o que eu faço!
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