sábado, 15 de novembro de 2008

OPERAÇÃO MARAMBAIA - DELEGADO DA PF DIZ QUE HÁ OUTROS POLÍTICOS ENVOLVIDOS

"Dois funcionários da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) esperavam nas cadeiras do corredor serem recebidos pelo delegado Cláudio Joventino, na última segunda-feira, 10. Coordenador de Inteligência da Polícia Federal (PF) e responsável pela Operação Marambaia, ele tem recebido visitas diárias de pessoas interessadas nos desdobramentos do caso. Depois de atender os dois funcionários, um promotor chegou à procura dele. "Desde a semana passada tá um sufoco danado", comentou no corredor um funcionário da PF, referindo-se às pessoas que Joventino estava recebendo nos últimos dias. O delegado aceitou receber a equipe do O POVO. Em dez minutos de entrevista, disse: "Estou falando demais". A investigação segue sob segredo de Justiça. Apesar do pouco tempo para um caso tão complexo, o delegado revelou que os gestores responsáveis pelo meio ambiente no Ceará que foram presos mantinham uma "relação promíscua" para tentar enganar o Ministério Público, que outros políticos estão envolvidos e que nNegritoovas prisões podem acontecer se houver necessidade.

O POVO - A Operação Marambaia trouxe à tona muitos questionamentos em relação à própria Polícia Federal (PF), como a prisão dos gestores que tratam das questões do meio ambiente no Ceará.

Cláudio Joventino - Quem avalia não é o poder policial. No primeiro momento, era necessário (prender) para colher todas as provas para que aqueles gestores não interferissem no processo.

OP - Só foram presas autoridades dos governos federal, estadual e municipal. Há o outro lado, que são os empresários. Por que essas pessoas também não foram presas?

Joventino - Não quer dizer que não venham a ser. Nós entendemos que, naquele momento, que quem poderia prejudicar as investigações eram os gestores. A qualquer momento, qualquer prisão pode ser solicitada, dependendo da necessidade. Se a polícia e o Ministério Público entenderem pela conveniência, vai representar ao juiz.

OP - Já se pode dizer quanto em dinheiro está envolvido?

Joventino - Não tenho idéia. O dano maior é o dano ambiental. É pública e notória no Estado do Ceará a concessão de licenciamento em área de preservação permanente.

OP - Além dos documentos apreendidos, foram feitas gravações também. São gravações dos gestores com empresários?

Joventino - Tem várias gravações. Com essa medida, conseguimos nos convencer que estava havendo uma certa relação promíscua entre esses gestores, inclusive para induzir o Ministério Público Federal ao erro.

OP - A questão da combinação de depoimentos.

Joventino - Não só combinar depoimentos, como omitir informações, resultado de laudos, se articularem com terceiros para tentar mudar o posicionamento do Ministério Público Federal. Tudo isso aconteceu. No nosso entender, esses interesses defendidos pelos gestores do meio ambiente, esses interesses particulares, se sobrepunham ao interesse público. Esse é o maior problema. O interesse da defesa do meio ambiente estava em segundo plano e prevaleceram interesses de grupos empresariais.

OP - Além desses gestores que estão sendo investigados, a operação deverá chegar a outros políticos?

Joventino - Não posso citar nomes, mas havia ingerências políticas.

* A íntegra da entrevista no O POVO deste domingo em: www.opovo.com.br/conteudoextra

* Leia o que Herbert Rocha, titular da Semace, diz sobre o caso que o levou à prisão aqui.

4 comentários:

Anônimo disse...

Jornalista Eliomar de Lima,

Lí no Jornal DIÁRIO DO NORDESTE, 15/11/2008, Caderno 3, página 6, autoria de Haroldo Felinto, natural de Trussu, distrito de Acopiara(CE):

- Padre, eu quero batizar meu cavalo e pago cem mil para que o senhor ´batize´ meu cavalo.

- Vou falar com o Bispo, assim disse o Padre ao paroquiano.

- Sr. Bispo, um fiel de minha paróquia quer batizar seu cavalo.

- Padre, o senhor sabe muito bem que o batizado de animais não faz parte dos rituais da igreja.

- Mas, Sr. Bispo, ele disse que paga 100 mil pelo batizado.

- Bom, nesse caso, corra lá e pergunte se ele também não quer fazer a 1ª comunhão de seu santo cavalo...

Fábio Nogueira

Anônimo disse...

Pela reação dos investigados, tudo indica que tem coisa muito feia acontecendo na Semace. A reação do Superintendente, pelos jornais, é realmente muito estranha.

Anônimo disse...

Claro que tem que investigar. Tem muita coisa estranha aí. O ambiente virou "meio" pra muita gente boa.

Anônimo disse...

Caro Eliomar!
É público que ainda continua o desrespeito ao meio ambiente, à sua legislação e às decisões judiciais, como a da 7ª Vara Federal, que proíbiu qualquer construção nova num raio de 500m do Rio Coco. Para ser ter uma idéia, o próprio Governo do Estado, através do DER já esta desativando a Acadmeia de Polícia Militar, na Washinton Soares, para a construção do Pavilhão de Feiras. Como isso pode acontecer se a área é protegida e está dentro da margem dos 500m. A UNIFOR tencionava construir um Hospital para o seu curso de medicina, desistiu (para cumprir a lei a decisão judicial) e está conveniada com outros hospitais (como o de Maracanaú). Por que o Governo do Estado esta desobedecendo?