
O POVO - A Operação Marambaia trouxe à tona muitos questionamentos em relação à própria Polícia Federal (PF), como a prisão dos gestores que tratam das questões do meio ambiente no Ceará.
Cláudio Joventino - Quem avalia não é o poder policial. No primeiro momento, era necessário (prender) para colher todas as provas para que aqueles gestores não interferissem no processo.
OP - Só foram presas autoridades dos governos federal, estadual e municipal. Há o outro lado, que são os empresários. Por que essas pessoas também não foram presas?
Joventino - Não quer dizer que não venham a ser. Nós entendemos que, naquele momento, que quem poderia prejudicar as investigações eram os gestores. A qualquer momento, qualquer prisão pode ser solicitada, dependendo da necessidade. Se a polícia e o Ministério Público entenderem pela conveniência, vai representar ao juiz.
OP - Já se pode dizer quanto em dinheiro está envolvido?
Joventino - Não tenho idéia. O dano maior é o dano ambiental. É pública e notória no Estado do Ceará a concessão de licenciamento em área de preservação permanente.
OP - Além dos documentos apreendidos, foram feitas gravações também. São gravações dos gestores com empresários?
Joventino - Tem várias gravações. Com essa medida, conseguimos nos convencer que estava havendo uma certa relação promíscua entre esses gestores, inclusive para induzir o Ministério Público Federal ao erro.
OP - A questão da combinação de depoimentos.
Joventino - Não só combinar depoimentos, como omitir informações, resultado de laudos, se articularem com terceiros para tentar mudar o posicionamento do Ministério Público Federal. Tudo isso aconteceu. No nosso entender, esses interesses defendidos pelos gestores do meio ambiente, esses interesses particulares, se sobrepunham ao interesse público. Esse é o maior problema. O interesse da defesa do meio ambiente estava em segundo plano e prevaleceram interesses de grupos empresariais.
OP - Além desses gestores que estão sendo investigados, a operação deverá chegar a outros políticos?
Joventino - Não posso citar nomes, mas havia ingerências políticas.
* A íntegra da entrevista no O POVO deste domingo em: www.opovo.com.br/conteudoextra
* Leia o que Herbert Rocha, titular da Semace, diz sobre o caso que o levou à prisão aqui.
4 comentários:
Jornalista Eliomar de Lima,
Lí no Jornal DIÁRIO DO NORDESTE, 15/11/2008, Caderno 3, página 6, autoria de Haroldo Felinto, natural de Trussu, distrito de Acopiara(CE):
- Padre, eu quero batizar meu cavalo e pago cem mil para que o senhor ´batize´ meu cavalo.
- Vou falar com o Bispo, assim disse o Padre ao paroquiano.
- Sr. Bispo, um fiel de minha paróquia quer batizar seu cavalo.
- Padre, o senhor sabe muito bem que o batizado de animais não faz parte dos rituais da igreja.
- Mas, Sr. Bispo, ele disse que paga 100 mil pelo batizado.
- Bom, nesse caso, corra lá e pergunte se ele também não quer fazer a 1ª comunhão de seu santo cavalo...
Fábio Nogueira
Pela reação dos investigados, tudo indica que tem coisa muito feia acontecendo na Semace. A reação do Superintendente, pelos jornais, é realmente muito estranha.
Claro que tem que investigar. Tem muita coisa estranha aí. O ambiente virou "meio" pra muita gente boa.
Caro Eliomar!
É público que ainda continua o desrespeito ao meio ambiente, à sua legislação e às decisões judiciais, como a da 7ª Vara Federal, que proíbiu qualquer construção nova num raio de 500m do Rio Coco. Para ser ter uma idéia, o próprio Governo do Estado, através do DER já esta desativando a Acadmeia de Polícia Militar, na Washinton Soares, para a construção do Pavilhão de Feiras. Como isso pode acontecer se a área é protegida e está dentro da margem dos 500m. A UNIFOR tencionava construir um Hospital para o seu curso de medicina, desistiu (para cumprir a lei a decisão judicial) e está conveniada com outros hospitais (como o de Maracanaú). Por que o Governo do Estado esta desobedecendo?
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