"Em público, Lula e seus ministros dizem que nada têm a ver com a recriação da CPMF. É coisa do Congresso, afirmam. Em privado, o Planalto tenta amolecer resistências mostrando aos congressistas o caminho do cofre. Negocia-se a liberação de emendas levadas ao orçamento de 2008 por deputados e senadores. Corre-se contra o tempo. A lei eleitoral proíbe que a União libere verbas quatro meses antes de uma eleição. Como haverá eleições municipais em outubro, o empenho das verbas que os parlamentares destinaram, em 2008, aos seus Estados e municípios precisa ser feito até o final de junho. Como sinal de boa vontade, o Planalto levou o pé ao acelerador. Em maio, empenharam-se R$ 236,6 milhões em emendas de deputados e senadores. Para ser exato: R$ 236.646.409,80.
Desse total, R$ 98 milhões foram empenhados na última semana de maio. Cifra que supera em mais de três vezes o montante do "Bolsa Emenda" de abril: R$ 70,2 milhões. Na ponta do lápis: R$ 70.249.015,06. A nota de empenho amarra o dinheiro a uma determinada despesa. Representa o compromisso formal do pagamento futuro. E a expectativa dos votos presentes, nos plenários da Câmara e do Senado. Além de negociar no varejo, o governo dialoga no atacado. Foi ao balcão o ministro José Múcio, coordenador político de Lula. Em conversas com dirigentes da Comissão de Orçamento do Congresso e com líderes partidários, Múcio comprometeu-se obter a revisão vetos que Lula impusera a duas rubricas inseridas no PPA. Coisa de R$ 6 bilhões. Emendas coletivas (endossadas por bancadas estaduais multipartidárias) e individuais (assinadas isoladamente por deputados e senadores)."
(Blo do Josias de Souza)
quinta-feira, 5 de junho de 2008
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