quarta-feira, 28 de maio de 2008

A MÁFIA DAS INVASÕES DE TERRENOS EM FORTALEZA

"Costuma ser uma trama em benefício de alguns. Porém, para a opinião pública, a idéia passada é a de que a movimentação ajudará apenas necessitados de moradia na cidade. Nem sempre é bem assim. O POVO passa a contar a partir de hoje, em uma série de reportagens especiais, como são pensadas, articuladas, executadas e negociadas as invasões a terrenos públicos e particulares em Fortaleza. E também mostrará a insatisfação que isso gera nos movimentos sociais históricos e sérios, descaracterizando uma luta de décadas. Qual é a queixa dos gestores públicos e o que fazem para controlar essas ocupações indevidas? O que diz o Ministério Público? O esquema que contaremos, a partir de hoje, é o de especuladores, numa rede organizada que geralmente se aproveita da necessidade alheia - o déficit habitacional da cidade chega a 350 mil pessoas, segundo a presidente da Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor), Olinda Marques. A meta deles é lotear os vazios urbanos, quer tenham ou não proprietários, mas desde que lucrem algo com isso. Para isso, criam entidades, arrecadam mensalidades, sondam áreas vulneráveis. E nos bastidores aproximam-se do tráfico, usam capangas e armas, dão ordens para muitos e quem puder que não desobedeça. Tudo em troca de um lote de terra. A valorização de um lote obtido numa apropriação indébita é tentadora. Um ocupante chega a pagar R$ 50,00 por uma vaga num cadastro montado pelo "dono" ou "dona" da invasão (o organizador), para ter direito ao pedaço do chão. E apenas dois meses depois, se tudo continuar no lugar na disputa com autoridades ou os proprietários verdadeiros, o espaço já pode ser revendido a um terceiro por R$ 3 mil ou até R$ 5 mil. Sem nenhum documento ou prova de posse."


Do Jornal O POVO leia mais aqui.

4 comentários:

Marcos_Ce disse...

Eu vi dois casos de invasão que até hoje sobrevivem ilesas. Uma delas, já com uns 3 anos, fica na rua Cônego de Castro, próximo à estação da Vila Pery e da empresa de transporte coletivo São José. Nesse local, as casas ficam praticamente no meio da rua, sem calçada, e as crianças passam o dia num calçadão do outro lado onde faz sombra. Até colchões eles levam pra esse calçadão particular. Não sei como não houve atropelamento pois essas crianças moram nas casas e na calçada, atravessando a rua como se estivessem em um corredor dentro de casa. O índice de assaltos aumentou muito depois dessa invasão de aproximadamente 5 famílias. Pra piorar, bem em frete a essas casas, o asfalto é muito irregular e os motoristas que não conhecem o local tendem a desviar bruscamente dos buracos e quase jogando o carro dentro das casas dos invasores. Ressalto que próximo a esse trecho estão ocorrendo obras do Metrofor.

Anônimo disse...

Parabéns a esta reportagem do O Povo! Muito esclarecedora! Pena que os nomes dos políticos envolvidos nestas invasões não foram publicados...

José Sales disse...

Quem pro muito tempo passou a mão na cabeça destes "neo invasores" foi o próprio PCdoB do Senador Inácio Arruda e as diversas correntes do PT. Fica difícil montar um processo de controle destes procedimentos se os próprios incentivadores estão hoje "aboletados" na Habitafor.

Anônimo disse...

Vem cá, e quando sairá reportagem sobre a invasão das praças por postos de gasolina e projetos imobiliários (todos conhecemos exemplos!)... e, as invasões ao Parque do Cocó são também obras de Máfias? Sendo de gente fina pode???