sábado, 23 de agosto de 2008

UM ARTIGO SOBRE OS PRIMEIROS MOMENTOS DA CAMPNHA ELEITORAL


A Fortaleza indomável

Fortaleza sempre foi uma cidade de campanhas, quase, épicas. Nosso perfil eleitoral é de valentia e independência. Foi assim desde a primeira eleição direta depois da ditadura. Em 1985, Maria Luiza; depois a disputa acirrada entre Ciro e Edson Silva em 1988. Do sucesso do Ciro, Prefeito, imediatamente, alçado à condição de Governador, surgiu Juraci, seu maior opositor, que por méritos somados à posição política de contraste ao Governo estadual, impôs uma liderança por mais de uma década. Ao final, Luizianne Lins surpreendeu todos com uma vitória há quatro anos, pautada no discurso da independência e da liberdade.

Nesta semana começa a emulação dos programas eleitorais. A primeira fase foi apática. Tudo continuou como antes e por tédio, quem sabe, alguns resolveram investir em campanhas negativas para ver se algo efervescia. Triste o resultado, porque algo que começa negativo tende a ficar ainda mais negativo ao final. Ao invés das saudosas bandeiras da independência, de propostas urbanas, sociais, da liberdade e do furor juvenil, surgem discursos apenas conservadores e preconceituosos, aristocráticos, fascistas, xeno e homofóbicos, entre outros, nada politizados e condizentes com a histórica rebeldia desta cidade.

Qual é mesmo a campanha de quem aposta na agenda negativa? Campanha homofóbica? Pela religiosidade? Campanha chauvinista e xenofóbica, em defesa de um bairrismo piegas? Campanha de apologia a classe, raças ou guetos sociais? Fortaleza tem que reagir e recuperar a tradição pedagógica de suas campanhas. Estamos em um processo político e não deve haver espaço para questões que não despertam consciência, apenas investem e tentam manter a eleição na maldição do inconsciente.

Ao ouvirmos essas linguagens chulas e falaciosas desse embate eleitoral, não podemos ser injustos e ingratos com os candidatos ou com as pessoas envolvidas. As liberdades sexuais e religiosas são inquestionáveis, fundamentos do Estado laico que nosso século sedimentou. Já o chauvinismo e a xenofobia foi base da filosofia do fascismo de Mussolini na Itália. O preconceituoso sempre é derrotado pelo próprio preconceito. Nenhum preconceito ou apologia são legítimos, mesmo reivindicados em nome de oprimidos ou excluídos. Fortaleza é uma obra física, administrativa, mas também é obra política e humana. Estamos num beco, esperamos que com saída.

Reno Ximenes
Advogdo.

8 comentários:

Anônimo disse...

Ele deve estar falando do BECO DO COTOVELO, de onde nunca deveria ter saído e onde poderia puxar o saco do CID à vontade, como o fez no famigerado artigo sobre o voo da sogra. Quem não sabe falar, melhor calar...

Anônimo disse...

Apologético, transversal e transcendental este artigo do brilhante advogado, seja lá o que ele quiz dizer.

Anônimo disse...

O problema grande advogado é justamente este: estamos num beco quando devíamos estar numa grande avenida. Concorda?

Anônimo disse...

As idéias do bom artigo revela com precisão a baixaria que travam a Lora e o Moroni! Fortaleza reagirá com certeza...Esse advogado escreve bem, apesar de nem sempre concordará com ele, e ainda, está surgindo em muitas causas grandes ultimamente.

Anônimo disse...

É facil falar tudo isso quando se esta no confortavel gabinete da procuradoria da DNOCS( cargo cedido graciosamente pelo Cid Gomes ). queria ver esse Sr. ralar de verdade nos balcões do fórum.

Anônimo disse...

Gostei!Mas o que é o que o doutor quiz dizer mesmo?

Anônimo disse...

Pelo tamanho da cabeça dele era para ter saido coisa melhor!!!

Anônimo disse...

Esse quer aparecer a qqualquer custo para ver se consegue alguma vantagem. Deve estar postulando algum carguinho na futura administração municipal.