terça-feira, 14 de outubro de 2008

PSB PERDE FÔLEGO NA DISPUTA PELA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA MUNICIPAL

"O intricado acordo político feito nos bastidores que garantiu o apoio do PT - e dos outros partidos da base da prefeita Luizianne Lins (PT) - a um nome do PSB para presidir a Câmara Municipal a partir do ano que vem começa a se enfraquecer. O próprio presidente estadual do partido, Sérgio Novais, declarou ontem ao O POVO que a concessão da vaga de vice-prefeito na chapa de Luizianne para Tin Gomes (PHS) - nome de preferência do governador Cid Gomes (PSB) - não envolveu a garantia de que as demais forças políticas apoiariam em bloco um nome do partido para a presidência do parlamento municipal. Nem mesmo a prefeita Luizianne Lins (PT) teria dado a palavra de que o vereador indicado pelo PSB teria o peso de seu apoio. As palavras de Novais são endossadas pelo atual presidente da Câmara, Tin Gomes. "Eu nunca disse que houve acordo. Não houve troca de posição". O POVO apurou que o acordo existiu e previa que, ao abrir mão da vaga de candidato a vice-prefeito na chapa de Luizianne, o PSB teria como compensação o direito de indicar o candidato da base aliada para presidir a Câmara Municipal.

Como a indicação do vice coube ao governador Cid Gomes, que é filiado ao PSB, mas optou por um nome de outra legenda - o PHS - a escolha do futuro presidente da Câmara, pelo acordo agora ameaçado, caberia à chamada ala histórica da legenda, comandada por Novais. Mas o presidente do PSB chega a declarar, inclusive, que seu partido ainda não nem definiu se pretende ou não disputar a presidência da Câmara Municipal. A decisão, segundo Novais, será tomada em uma reunião que acontece hoje, por volta do meio-dia. No entanto, ele afirma que, se depender de sua vontade, terá um companheiro de partido à frente do Legislativo, mesmo sem o apoio da prefeita. "Iremos perseguir a presidência da Câmara", garante. Logo em seguida, o atual presidente da companhia Docas do Ceará entra em contradição ao citar momentos em que o partido teria aberto mão de determinados cargos em nome do "fortalecimento de um projeto político".

"O PSB tem essa característica (de pensar no coletivo). Em 2004, eu era o único vereador que apoiou a Luizianne. Se eu quisesse buscar minha candidatura (a presidente da Câmara) naquele ano, eu teria conseguido". Minimizando o trato fechado às vésperas de sua homologação como vice de Luizianne na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, Tin Gomes declara que a decisão sobre quem deve ser o presidente da Câmara não se resolve somente através de acordos políticos. "Não é tão fácil como se imagina", garante Tin, ao destacar a dificuldade em se escolher um perfil que seja ao mesmo tempo aglutinador e fiel à prefeita. Apesar dos naturais impasses, o presidente acredita que a nova mesa diretora será conhecida, no máximo, até o dia 15 de novembro - a eleição ocorre apenas em 1º de janeiro, mas ele espera um acordo bem antes. As negociações para que se chegue a um nome de consenso, de acordo com Tin, já estão acontecendo. "Já conversei com cinco vereadores novatos. Vamos aguardar só mais um pouco", pediu."

(Jornal O POVO)

Um comentário:

Célio Ferreira Facó disse...

“SUCURSAL”, i. e., estabelecimento acessório, mal distinto, é o que propôs Erivaldo Carvalho, em O Povo de ontem, seja agora a CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA quanto ao gabinete de Luizianne.

Esta pérola de democracia sugeriu aquele repórter – por ironia, numa coluna intitulada Política. É o mesmo repórter que, na campanha, consumia 1/3 do precioso espaço de uma página de jornal para repetir as pesquisas de intenção de voto e dizer que Luizianne e grupelho ganhariam se fosse naquele dia etc. Chegava a dizer que era a luta de “Davi contra...”

Já se viu que pudesse a candidata ter um ghost-writer em O Povo, não esperaria nada mais amistoso. Agora delira que se estenda a tal “aliança” até a Câmara. Diz já o repórter, sobre a Câmara: “Os cotados, na ânsia de receber as bênçãos da petista, entraram numa gincana para ver quem consegue se apresentar como o... mais fiel”.

Não sabemos quanto estudou de Política aquele repórter. Mas em Montesquieu, em John Locke, na Declaração de Independência dos Estados Unidos, em Norberto Bobbio, aprenderia que os Poderes são, devem ser INDEPENDENTES.

Não sabemos também se conhece a Lei Orgânica do Município. Por ela, ficaria sabendo que é DEVER indeclinável da Câmara Municipal FISCALIZAR, CONTROLAR os atos do Executivo Municipal; sem que lhe fique a liberdade de fazê-lo ou não, segundo as conveniências dos partidos, da conjuntura. Sem que se possa tornar mera extensão do gabinete da Prefeita.