quinta-feira, 4 de setembro de 2008

"A POLÍCIA CIVIL ESTÁ FALIDA", DIZ SECRETÁRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA DO CEARÁ

"Dita pelo próprio secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará, Roberto Monteiro, a frase desaba ainda mais pesada: "Enquanto tivermos uma estrutura de Polícia Civil falida como é hoje, não vamos ter uma maneira de investigar de forma eficiente essas execuções. A Polícia Civil está falida". A afirmação vem carregada de constrangimento, diante de uma matança assustadora na Capital e suas cidades metropolitanas, com 248 mortes até julho deste ano contra 337 ao longo de 2007. Como investigar homicídios sem efetivo? Como confirmar a autoria de uma morte sem polícia científica? Como intimidar a ação de alguns policiais que se corrompem para o crime e matam sumariamente por serviço ou vingança? E as milícias clandestinas, que sacramentam o "bico policial" e estabelecem um poder paralelo? Roberto Monteiro admite que o trauma das execuções urbanas não arrefece. Mesmo com programas públicos de policiamento ostensivo como o Ronda do Quarteirão, ou medidas emergenciais adotadas, como a criação de uma força-tarefa de delegados para investigar esse tipo de crime. Nos próximos dias, ele confirma que assinará portaria para reunir um novo grupo de delegados e reabrir a apuração de assassinatos por encomenda em Fortaleza. Na força-tarefa anterior, os cinco delegados designados descobriram pelo menos nove mortes associadas a um mesmo grupo de PMs da ativa e a seguranças clandestinos, que agiam a mando de empresários ou vingavam a morte de colegas de farda. Um dos casos, sobre a morte do comerciante Miguel Luiz Neto, ocorrida em 27 de abril de 2007, esmiuçado pela Polícia por mais de um ano, levou ontem quatro dos sete réus a julgamento, na 5ª Vara do Júri."

* Do Jornal O POVO, leia mais aqui.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ué? Por que o secretário depois de 2 anos de governo vem com essa?
E o investimento pesado do Ronda fez foi piorar a segurança?
A fala do secretário é grave. É hora de acabar com o oba oba na área da segurança e trabalhar sério.

Anônimo disse...

Imaginem vocês a situação da polícia civil. A afirmação de falência foi feita pelo Secretário de Pólícia e Segurança Pública, demissível ad nutum. Pra falar assim ele tem que ter muita segurança, sem trocadilho, no que afirma e isso é deveras preocupante.
Enquanto isso hoje começam a rodar os patinetes do CID, como são galhofeiramente chamados.
Uma pegunta que não quer calar:
A QUANTAS ANDA O CONSELHO ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA? QUE POLÍTICAS ESTÁ TRAÇANDO EM FAVOR DE SEGURANÇA MAIOR PARA NÓS CEARENSES? SERÁ M AIS UM CONSELHO DE NADA PARA COISA NENHUMA, UM CONSELHO PARA INGLÊS VER? POR QUE NÃO SÃO ABOLIDOS OS PATINETES E SE INVESTE MAIS EM POLÍCIA CIENTÍFICA?

Anônimo disse...

A Polícia Civil do Estado do Ceará, começou a ser dizimada pelo Senhor Tasso Jereissate, durante seus governos. Incialmente acabou com a maioria das Delegacias do interior do Estado. Por falta de concurso público, o efetivou foi envelhecendo e diminuindo de forma drástica, até chegar a situação de inviabilidade que hoje é do conhecimento de todos. Quando policiais mal pagos, sem efetivo, sem qualquer condição de trabalho, inclusive das mais básicas e necessárias ao ser humano, como a falta de banheiros com condições de uso, pode investigar nada. O Policial Civil, a essas alturas, está querendo apenas escapar também desse caos que se estabeleceu.
O Secretário de Segurança Pública, ao fazer a afirmação de que a Polícia Civil está falida, ratificou apenas o que é consabido. Vê-se nele, uma pessoa, honesta e de bons propósito, no entanto está mal assessorado. Continuam nos cargos importantes da Polícia Civil, os mesmo Delegados que não têm qualquer compromisso com a Segurança Pública. Apenas vão previlegiando interesses próprios e de seus pares.
O Governador do Estado, estando no meio de seu Governo, até o momento, só vez promessas não cumpridas.
A aposentadoria especial do Policial, com trinta anos de serviço, desde que vinte seja na profissão, sem limite de idade, que é um direito constitucional, já posto em prática por vários estados, ratificado pelo STF, continua sem ser reconhecida pelo Governo do Estado, que simplesmente rasgou o Estatuto da Polícia Civil, no que diz respeito ao direito, mas manteve as obrigações. Esse direito a dado ao Policial Militar, sem qualquer questionamento.
O certo é que o Governo do Estado não manifestou interesse real em investir na Polícia Civil.